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Naomi Scott, Olivia Cooke e Bel Powley são as estrelas e as produtoras executivas da série de podcast chamada Soft Voice. A história acompanha uma jovem mulher (Scott) com uma voz em sua cabeça que diz a ela o que fazer, guiando-a para seu sucesso extraordinário. Um dia, a voz desaparece — e uma nova voz assume. A série de 10 episódios foi criada pelo ator James Bloor (Barkskins).

Confira o resumo do oitavo episódio de Soft Voice.

EPISÓDIO OITO – FAMILY OF ORIGIN

Soft Voice decidiu contar tudo a Lydia. Como ela recuperou o emprego: enviou um vídeo sexy para o Trevor. Todas as plantas novas de sua casa são de plástico. Ela só estava no topo da Liga de Badmington porque arrancava as penas do volante toda vez que os outros jogadores estavam vencendo. E que inventou o tempo de Lydia na maratona, e que ela não é a maior instrumentista de orquestra local e sim uma instrumentista comum. Que os alunos de ioga só iam para as aulas por causa da filhotinha, e a filhotinha não era uma Weimaraner pedigree e sim a mistura de um Galgo-inglês com um Poodle. E por fim, Soft Voice contou que Lydia abriu um buraco na cabeça de sua amiga, usando uma furadeira, e jogou o corpo dela no canal. “Se essas coisas são ou não verdade, não é relevante”, conta-nos Soft Voice, “o mais importante é garantir que Lydia se sentisse um fracasso, uma fraude e uma uma horripilante psicopata.”

Era sábado, a véspera do memorial da vó Night-Night, e Lydia e Greham foram para a casa dos pais de Lydia. Jane, a mãe de Lydia, os recebe e conhece Greham. Pede que todos tirem os sapatos e também cumprimenta a pequena Jeanie. “Lydia estava amedrontada”, diz Soft Voice, enquanto o pai de Lydia, Mark, e seu tio Rick a cumprimentam, e Soft Voice continua “de si mesma”.Lydia os cumprimenta, e Soft Voice diz que é sempre melhor ser temida do que ser amada se você não puder ser os dois. Jane oferece chá, café, e Greham e Lydia aceitam o café, então Jane fala para os dois colocarem as coisas no quarto e ficarem à vontade, e para que Lydia arrumasse o antigo quarto dela. Nas escadas, Greham olha uma foto e pergunta, com espanto, se era Lydia ali. Ela diz que sim e que tinha por volta de quatro anos, alimentando os patos. Ele diz que ela era muito estranha quando criança. “Eu falo no melhor dos sentidos”, Greham garante, “você está hilária nessa foto, como um pequeno alien. Seus olhos estão tão engraçados. Você parece tão diferente agora, ainda bem.”

Chegando no quarto, Greham pergunta como era o quarto dela quando ela era mais nova, já que o quarto fora modernizado. Antes que ela pudesse responder, Jane os chama para descerem. Eles pegam o café e vão para a sala de estar com o Mark e o tio Rick. O pai dela pergunta quando ela deixou o cabelo tão curto, demonstrando não ter gostado, mas diz “pelo menos você não o pintou numa cor estranha”, e ela diz que pintou sim, de coral. Greham diz que o cabelo dela parece bem marrom e ela diz que deve ter pintado de marrom outra vez, recentemente. Antes de conhecer o Greham. Greham e o tio Rick começam a conversar e o mais velho pergunta do fim de semana, como foi. Greham diz que foi muito bom, mas Lydia não tem tanta convicção, principalmente ao falar que houve muita ‘verdade’.

Eles se servem de cordeiro, e Jane organiza todos em seus lugares na mesa. Abrem um vinho e também comem batatas. Greham fala que a casa de Jane é linda, e que ele viu uma foto engraçadíssima da Lydia no andar de cima. A dela com os patos. Jane fala que é uma das fotos que ela mais gosta das duas, mas Lydia pergunta se não estava somente ela na foto. Greham concorda, dizendo ter visto somente a namorada. Jane diz que ela está no fundo, atrás de Lydia, e Mark diz que sempre achou que era a vó Night Night quem estava ali no fundo, já que ela costumava levar Lydia para alimentar os patos. Jane protesta, dizendo que sua mãe levou a Lydia para lá uma ou duas vezes, e que ela quem sempre a levava. “Bom, não parece você”, diz Mark, mas Jane insiste que é ela sim. Mark diz para Lydia que no fundo é a vó Night Night e Jane protesta. Então os dois discutem, e o pai pergunta quem tirou a foto. “Eu tirei”, começou Jane, logo se interrompendo “Não, você quem tirou, provavelmente”. Mark diz que nunca tirou uma foto e que, além do mais, era a câmera de Jane. Greham tenta diminuir a tensão ao dizer que realmente não notou ninguém mais além de Lydia ali. “Eu estava lá”, afirma Jane, encerrando o assunto. Então começam a conversar sobre os planos para o dia seguinte.

Greham diz nunca ter ido a um funeral antes, e pergunta se haverá leituras. Jane diz que o padre deve dizer algumas coisas e que o tio Rick faria o discurso e Mark leria um poema que encontrou. E então haverá alguns hinos.

Greham pergunta o que houve no asilo, pois segundo Lydia a avó simplesmente desaparecera. Eles confirmam ser essa a versão da história que tinham também, que ela desapareceu e as câmeras de segurança, segundo o asilo, não registraram nada. A polícia procurou na região e não encontraram nada. Greham diz que eles poderiam mover uma ação contra o asilo mas Jane diz que eles aceitaram tudo, que era hora de seguir em frente. “Que bela maneira de conhecer os pais da moça, não é, Graham? No funeral da avó.” Jane diz que eles não devem estar juntos há muito tempo e Lydia fala que farão quatro semanas no dia seguinte. “Eu acho adorável você ter vindo para dar apoio à Lydia, Greham”, diz Jane, “Esse é um bom sinal.” Lydia diz que o Greham tem um coração de ouro. Tio Rick diz que estava pensando, sobre a mãe, e se eles poderiam compartilhar algumas lembranças alegres. Ele pede para Lydia e ela conta de quando ela tinha 7 anos e que ela se trancou no banheiro por acidente. Ela ficou muito assustada e começou a entrar em pânico e a avó usou uma faca para destrancar por fora e soltar a Lydia. E então a abraçou, após tê-la resgatado. Tio Rick diz que essa era uma lembrança adorável e pede para que Jane compartilhe algo também, mas a mulher diz para Greham que as melhores lembranças eram de quando o asilo ligou para informar que ela havia desaparecido, ou ter sido completamente ignorada na infância, ou de visitá-la sempre e a mãe não se dar o trabalho de dizer olá. Soft Voice conta que ninguém falou muito depois disso.

Lydia e Jane foram colocar as louças na máquina, depois do jantar, enquanto que os homens voltaram para a sala. Tio Rick abriu uma garrafa de whiskey em homenagem à vó Night Night. Jane corrige a filha sobre como colocar as louças na máquina, e sentimos um momento de estranheza em que Lydia tenta se encaixar na casa dos próprios pais. Jane então diz para Lydia voltar para a sala e deixar que ela cuidasse de tudo. Soft Voice revela que Lydia quis dizer algo para ajudar, mas disse: “Obrigada, mãe. Por me dar uma vida.” Jane a olhou e disse: “De nada, Lydia. Mas eu suponho que também te dei uma morte. Desculpa” Lydia diz que está tudo bem. Sua mãe fecha a máquina de lavar e fala: “Ela tenta, ela consegue. Eu vou dormir mais cedo hoje, querida”.

Na sala de estar, Mark, Greham e o tio Rick bebiam ao redor da lareira e Lydia uniu-se a eles. Três copos depois, Mark despediu-se e foi dormir. Seis copos depois, Greham estava bêbado. Lydia sugeriu que eles encerrassem a noite e Greham concorda. Os dois se despedem do tio Rick e vão para o banheiro, onde Lydia observou Greham tentar escovar os dentes. Enquanto Greham falava sobre ter se dado super bem com a família dela, Lydia percebe estar com a mão sobre a maçaneta da porta, e então somos levados para sua memória em que ela se trancou no banheiro. A voz da pequena Lydia pede socorro, choramingando enquanto tenta sair. Então vó Night Night aparece dizendo que estava tudo bem, soltando-a e abraçando a criança que chorava. Greham e Lydia vão deitar, e quando Lydia fala para Jeanie deitar na cestinha dela, Greham protesta e pede para que ela dormisse na cama com os dois. Ele então observa a mulher e diz: “Você está muito sexy com esse vestidinho preto”, e Lydia diz que é o seu vestido de funeral. Ele gargalha e pega a bolsinha dela, perguntando o que era aquilo.

Ele abre a bolsinha e encontra uma folha de papel, que ele desdobra dizendo num tom zombeteiro: “Isso é uma carta do seu admirador secreto?”, mas Lydia toma a carta dele. Ele então se deita e a chama para deitar de conchinha com ele, e ela assim o faz, segurando o pedaço de papel que estava escrito em vermelho. Greham começou a roncar, e Lydia sabia o que era aquele papel sem precisar ler, bem como a Soft Voice. “O que eu devo fazer com isso?” sussurra Lydia, e a Soft Voice responde que ter um poema escrito com o sangue de alguém que ela assassinou é bastante incriminante. “Você deve se livrar disso imediatamente”. Lydia pergunta se não deveria ler antes e a Soft Voice diz, firmemente, que não. “Você deve calar a boca e fazer o que estou dizendo. Você vai destruir isso, imediatamente. Greham está dormindo, então deslize devagar para fora da cama. Perna direita no chão. Perna esquerda no chão. Saindo do seu ex-quarto. Passando pelo piso, passando pela foto de você alimentando os patos. Descendo as escadas. Esgueirando-se pela entrada, passando para sala de estar. Coloque o poema no fogo, Lydia.” e Lydia responde: “Sim, Soft Voice”. Nesse instante, o tio Rick a cumprimenta, assustando-a. Ela pergunta o que ele estava fazendo sozinho na sala e ele explica que estava meditando. Lydia pede perdão por interromper mas ele diz para ela não se preocupar, pois não é possível interromper a meditação.

Ele pergunta o motivo para ela ter vindo para o andar de baixo e Lydia se atrapalha, mas diz ter vindo para olhar o fogo. Enquanto eles conversam, Soft Voice manda Lydia queimar o poema novamente. Tio Rick pergunta o que ela tinha em mãos e Lydia diz que era do banco e que queimaria pois estava no vermelho. Tio Rick insinua que queimar não resolveria absolutamente nada, e Soft Voice diz: “Cale a boca, seu imbecil”, mas a conversa entre eles continua. Soft Voice ameaça Lydia dizendo que se ela não queimar o poema ela será pega, e tudo cairá por terra, e ela será abandonada e presa e odiada, e ela nunca mais verá a luz do dia. O tio e a sobrinha começam então a conversar sobre pensamentos circulares, como uma maratona. Uma maratona de pensamentos. “Às vezes em uma maratona você precisa fazer um intervalo”, diz tio Rick. Lydia pergunta se seria ao final, mas tio Rick diz que pode ser no meio, ou no início. “Parar no início é uma ótima ideia”, ele fala.

Soft Voice diz que o homem era um idiota, mas Lydia não dá ouvidos a ela, e comenta para o tio: “Você está me lembrando a alguém agora. Ou tem alguém que me faz lembrar de você”. Tio Rick diz: “você parece preocupada”, e é aí que Lydia se lembra e fala: “Jean! Ahm, você soa como uma antiga amiga minha. Mas a Jean…” Soft Voice a manda calar a boca, e tio Rick pergunta se a amiga havia morrido. “Se mudou”, responde Lydia. “Entendi…” diz tio Rick, “Lydia, você gostaria de meditar comigo?”.

“Absolutamente não”, diz Soft Voice, proibindo-a e mandando que ela voltasse para o quarto. Lydia, entretanto, aceita o convite do tio. Ele a guia, enquanto Soft Voice exige que ela fizesse o contrário. Eles trabalham primeiro com a respiração, e o tio Rick diz que toda vez que um pensamento surgir em sua mente, ela deve dizer ‘pensando’. “Sua lesma nojenta, cansativa e egoísta”, diz Soft Voice, e Lydia diz: ‘pensando’. “Pensando!?”, contesta Soft Voice, “Você realmente acha que ‘pensando’, ‘pensando’, vai servir de alguma coisa!? Como você ousa…”. Lydia repete. ‘Pensando’. Cada vez com mais firmeza. Soft Voice implora para que ela parasse, pois ela só quer o melhor para Lydia.

As duas começam a conversar, com Soft Voice dizendo tudo o que ela fez pela Lydia. Lydia concorda que Soft Voice fez muitas coisas boas, “Mas você nunca me escu…”. “Eu te escuto o tempo inteiro!”, interrompe Soft Voice, “Mas você está errada.” Lydia diz que Soft Voice mentiu para ela, que ela esconde coisas dela. “Eu tenho que limpar a sua bagunça!”, grita Soft Voice, e Lydia pede para que ela parasse de gritar com ela.

“Queime o poema e vai pra cama”, ordena Soft Voice. ‘Pensando’. Soft Voice ameaça, dizendo que se Lydia dissesse aquilo outra vez ela iria embora e nunca mais voltaria. Lydia continua repetindo a palavra todas as vezes que Soft Voice fala, ignorando seus ataques e suas súplicas. “Existe algo de muito errado em você, Lydia, e lá no fundo você sabe disso”, diz Soft Voice, “Você é má.” ‘Pensando’. E a voz se silencia. Tio Rick se espreguiça e diz que precisa ir dormir. “Estou nervoso sobre amanhã”, ele diz “espero conseguir dormir um pouco.” Lydia então fala com ele: “Tio Rick, eu posso te dar um abraço?” Ele aceita, e Lydia o abraça, agradecendo-o por meditá-la. “Por nada. Você meditou por si mesma”, ele diz, despedindo-se. Lydia esperou o tio subir. Então ela se afastou do fogo, saiu da casa pela porta dos fundos e foi para o jardim. Ela ficou lá, calma e quieta entre as rosas. “Você nunca saiu, não foi?”, perguntou Lydia. “O que quer dizer?”, perguntou Soft Voice. “O que eu perguntei é se vocês duas são a mesma. Soft e Dark.”, a mulher respondeu. “Do que você está falando?” Lydia, então, não disse mais nada, mas pegou o poema escrito por Jean com o seu próprio sangue. Com mãos trêmulas, Lydia o desdobrou, e começou a ler à luz da lua.

Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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Naomi Scott, Olivia Cooke e Bel Powley são as estrelas e as produtoras executivas da série de podcast chamada Soft Voice. A história acompanha uma jovem mulher (Scott) com uma voz em sua cabeça que diz a ela o que fazer, guiando-a para seu sucesso extraordinário. Um dia, a voz desaparece — e uma nova voz assume. A série de 10 episódios foi criada pelo ator James Bloor (Barkskins).

Confira o resumo do sétimo episódio de Soft Voice.

EPISÓDIO SETE – RE-PERFECTION

“Bom dia, Lydia”, escutamos Soft Voice dizer, “bem vinda a mais um dia perfeito. Chegou a hora de acordar.” Lydia acorda e agradece Soft Voice, desejando-lhe um bom dia. Lydia está com um ótimo humor. Soft Voice então começa a ditar-lhe o que fazer. Levantar, arrumar o lençol, o cobertor, os travesseiros. Abrir a cortina. Lydia diz: “Ah, como eu amo abrir as cortinas. A doce luz do amanhecer refrescando meu rosto!”. “Excelente, Lydia. Agora você está pronta para seguir até a cozinha e preparar sua lista de gratidão.” Lydia coloca na lista, cantarolando: “Eu sou grata pela luz do sol, eu sou grata pelo oxigênio, eu sou grata por não viver no século 15. Mas principalmente, eu sou grata pela Soft Voice!” Soft Voice a parabeniza e fala para ela beber mil mililitros de água enquanto diz algumas auto-afirmações para ela. Soft Voice ordena cada movimento de Lydia, e depois do café da manhã ela precisa cuidar das plantas. E anuncia que é hora de alimentar o cachorro.

“Bom dia, Jeanie!” diz Lydia, alimentando o animalzinho. Então Soft Voice a guia para o banho de água fria e para toda a rotina de higienização. “Se secando, se vestindo, por favor, acelere”, diz Soft Voice, que dita também cada peça de roupa a ser utilizada e tudo o que deve ir na bolsa. “Coloque a coleira no filhote, e agora saia pela porta da frente”. Soft Voice narra todo o percurso até a padaria, para que comprasse croissants. Lydia compra vários, inclusive um para a Jeanie. Soft Voice narra o caminho, e quando Lydia comenta sobre a beleza de uma das ruas, a Soft Voice apenas a ignora e continua a falar para ela para onde ir. “Segure a coleira com essa mão e os croissants na outra, e sorria”.

Soft Voice nos conta que a Lydia conseguiu o trabalho de volta há três semanas. Os colegas e Trevor chegam, cumprimentam-na e cumprimentam a Jeanie, todos muito alegres. Então Lydia avisa que trouxe croissants para todos.

Soft Voice nos conta que Lydia tinha uma excelente técnica para conseguir as vendas: ela transformava sonhos em realidade, e então os transformava em sonhos outra vez. Lydia sempre sabia elogiar os gostos dos clientes. E ela também pressionava assim que dizia não querer pressionar. Lydia também conseguia vender até os imóveis mais caros, para os clientes mais difíceis.

Escutamos um telefonema entre Trevor e aquele cliente ranzinza lá do primeiro episódio. Ele fala que não vai aceitar uma compra tão cara e Trevor o assegura de que o caso dele será uma das prioridades da empresa. Trevor indica Lydia para o trabalho. Lydia conversa com o cliente e sua esposa e até Jeanie é utilizada para valorizar a casa quando Lydia diz “Jeanie, cuidado nessa escadaria em espiral!” O cliente pergunta qual a raça dela e Lydia diz ser uma Weimaraner, e que a tem há três semanas. Soft Voice conduz a postura de Lydia, como quando diz para ela erguer o queixo ao responder uma das perguntas da cliente. Quando a cliente a elogia, dizendo que ela é muito atenciosa, Soft Voice diz para que ela oscile entre entusiasmada e tímida. Lydia responde: “Encontrar casas para as pessoas, que elas verdadeiramente amem e gostem, é muito significativo para mim. Eu sinceramente não sei qual trabalho teria mais significado.”

“Significativo”. A palavra fica na cabeça de Lydia, e ela pergunta para Soft Voice “De onde eu tirei isso? Eu nunca falei isso antes.” Soft Voice diz que ela nunca tinha usado mesmo, mas que não importava já que foi uma técnica de venda muito boa. Lydia pergunta qual foi a técnica, e Soft Voice diz “Fingir que se importa”. “Alguém já me falou isso antes?”, pergunta Lydia. “Sim, eu” respondeu Soft Voice “quando te ensinava a como fechar um contrato”. Lydia esclarece que perguntava sobre ‘significado’, se alguém lhe disse que as coisas deveriam ter significado. “Eu sinto que ouvi isso recentemente. Ou há um tempo. Mas não me lembro onde…” então a Soft Voice a interrompe, dizendo que ela se atrasaria para a aula de yoga caso não se apressasse.

Soft Voice nos conta que a Lydia fez um intensivo de curso online e agora era uma professora de yoga. Jeanie também estava com Lydia nas aulas de yoga.

Lydia também tornou-se chefe de naipe na orquestra.

Em seguida, Lydia seguiu para a aula de italiano.

E Lydia também era a melhor jogadora da liga de badminton.

Combatendo a solidão com os Samaritanos, com a Soft Voice.

Assinando a favor de políticas públicas com Soft Voice.

Com Soft Voice. Com Soft Voice. Com Soft Voice.

E no último fim de semana, Lydia bateu seu recorde de tempo por correr na maratona. “Muito bem, Lydia”, diz Soft Voice “seu prêmio é um fim de semana em Roma. Com Greham”. Lydia fica super feliz, e a Soft Voice diz que antes ela precisa tomar um banho de gelo na jacuzzi.

“Soft Voice, tem cubos de gelo o bastante?”, pergunta Lydia, “Mais sete, Lydia”, a voz responde. Lydia entra a comando de Soft Voice, e é quando a mãe dela liga. A mãe fala que o tio Rick está ali e ele cumprimenta a sobrinha, então a mãe fala sobre o funeral da vó Night Night, que será no domingo. “Você decidiu se vai ler alguma coisa?” pergunta Jane, “Eu decidi. Eu acho que não. Desculpa”. A mãe diz que não faz diferença para ela, e então o pai de Lydia conversa um pouco com ela. Ela conta que vai para Roma com o Greham no fim de semana. “Que adorável”, diz o pai, “vocês estão juntos de novo?”, Lydia explica ser agora um outro Graham, mas um Graham com ‘e’. Greham. Mark diz que se ela está indo para Roma, ela tem que visitar a Boca da Verdade, que é uma escultura em que, segundo a lenda, arrancava a mão daqueles que mentissem com uma mordida. Lydia diz que chegará com Greham para o funeral uma noite antes, para que fiquem juntos de seus pais e do tio Rick.

Lydia e Greham vão para Roma, e tinham muito pouco tempo para ver tudo. “Lydia, devagar”, Greham fala. Greham não conhece nenhuma das obras de arte, então Lydia conta o que é cada uma, enquanto que Soft Voice complementa. Jeanie também está com Lydia e Greham na viagem. E eles finalmente chegam na Boca da Verdade.

Duas mulheres de mãos dadas estão na frente de Lydia e Greham, e algo o incomoda sobre isso, apesar dele garantir não ser as duas mulheres em si. Lydia encontra mais informações sobre o Imperador Nero. A esposa de Nero morreu no parto, ou “Nero a matou aos chutes”, como diz Greham. Mas pouco depois, Nero encontrou um jovem escravo que parecia exatamente com a sua falecida esposa. Então ele o castrou e se casou com ele, nomeando-o como Sporus, que significa “semente”.

O clima fica pesado, então Lydia pergunta como Greham se sente sobre conhecer sua família na semana seguinte. Ele diz que se sente bem e que acha que ele e sua mãe vão se dar super bem. Lydia então pergunta o que ele acha, se ela deveria colocar a mão na Boca da Verdade. Ele pergunta o que ela tem a perder, “Minha mão”, Lydia responde. Greham diz que a Boca da Verdade é só um buraco, que estaria tudo bem, e Lydia diz que isso é exatamente o que o outro Graham diria, pois também era um advogado. “Eu não sou um advogado”, responde Greham, “eu sou um procurador”. Ele então diz que ela não precisa colocar a mão no buraco, pois ela tem um coração de ouro.

Ao final do dia, eles já tinham visto os pontos mais importantes de Roma e eles vão para o hotel, relaxar. A cliente liga e diz que vai comprar a casa. “Ela tenta, ela consegue!”, comemora Soft Voice. E Lydia compartilha com Greham como a vida dela está perfeita.

Greham chama Jeanie para brincar com ela, e então pergunta a Lydia por que ela a nomeou assim. Lydia não sabe responder. Soft Voice diz: “Jeanie é um nome legal”, então Greham diz que é aleatório. Lydia não consegue lembrar o motivo, e se preocupa com isso. Greham diz para ela relaxar, que isso não era importante, mas Lydia continua tentando lembrar. Soft Voice também diz que não é importante. “Quando eu tento lembrar, minha mente fica em branco”, diz Lydia, “é como se houvesse uma porta que eu não consigo acessar”. Greham insiste para ela deixar pra lá.

E antes que Lydia pudesse perceber, ela estava de volta ao trabalho. Trevor lê os números. Lydia ficou no topo com sete vendas, incluindo a mais difícil de todas. Todos aplaudem e comemoram. Trevor chama Lydia para sua sala, e diz que quer dar uma promoção para ela. Lydia aceita, muito contente. Entretanto, quando Trevor explica o funcionamento, ele diz que vai demitir Alex para que Lydia ascenda, já que as performances eram ruins. A Samira não é tão boa, a Georgie é gorda mas talvez melhore se conseguir um cachorro, o Ollie é LGBT. Então o acordo é pegar o salário de Alex e dividir entre Lydia e Trevor. Lydia hesita, e Trevor fala: “E talvez depois você possa me mandar uma coisinha pra demonstrar sua gratidão por te dar seu emprego de volta”. Antes que Lydia respondesse, Trevor a apresenta como líder da equipe. Georgie não está animada, entretanto, e Trevor diz para ela se esforçar. Georgie fala que se Trevor continuar falando assim com ela, ele a deixará muito brava, e ela diz que viu uma notícia muito ruim: “Encontraram um corpo no canal. Está no Twitter. Uma mulher da minha idade”. Trevor diz que tudo sempre girava em torno de Georgie e ela o manda calar a boca. “O que você disse?”, o chefe pergunta. “Eu disse,” Georgie toma coragem “cale a boca”. Trevor fica bravo e Georgie diz estar triste porque alguém fez um buraco na cabeça da mulher. “Ela provavelmente mereceu”, alega Trevor, demitindo Georgie. Georgie chora, muito sentida pela vítima, e diz que ninguém sequer sabe o nome da mulher. “Jean”, Lydia diz. E então se despede e diz que ela e Jeanie precisam ir embora. Ela se despede, deseja boa sorte para Georgie encontrar um novo emprego.

“Lydia, pra onde raios você pensa que está indo?”, pergunta Soft Voice. Lydia tenta abrir uma porta trancada, “Deixe-me entrar”, ela pede. Soft Voice diz que não pode porque a Lydia não tem permissão para entrar. “É claro que tenho”, diz Lydia “É a minha cabeça.” Soft Voice não deixa Lydia entrar e Lydia entende que a voz está mentindo para ela, que está mentindo todo esse tempo. “Quem é Jean?”, Lydia pergunta, então pede que Soft Voice a deixe entrar. A voz diz que não pode pois não seria responsável, pois existe um buraco no telhado e que as paredes estão rachando, e o chão. Tudo está ruindo. Lydia diz que não, que não pode ser ela. “Essa é você, Lydia”, diz Soft Voice, “ruindo até o fim”.

Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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Naomi Scott, Olivia Cooke e Bel Powley são as estrelas e as produtoras executivas da série de podcast chamada Soft Voice. A história acompanha uma jovem mulher (Scott) com uma voz em sua cabeça que diz a ela o que fazer, guiando-a para seu sucesso extraordinário. Um dia, a voz desaparece — e uma nova voz assume. A série de 10 episódios foi criada pelo ator James Bloor (Barkskins).

Confira o resumo do sexto episódio de Soft Voice.

EPISÓDIO QUATRO – THAT’S HOW THE LIGHT GETS IN

ALERTA DE GATILHO – VIOLÊNCIA

Depois que o podcast terminou, Lydia e Jean entraram em um sono profundo. 4h47 da manhã, Jean começou a acordar, então tocou gentilmente o rosto de Lydia e disse “Olá Lydia”. “Olá, Soft Voice”, Lydia respondeu, sonolenta. Jean pergunta se ela tem uma voz suave e Lydia diz que sim. “Eu preciso ir trabalhar”, diz Jean já se levantando. Lydia pede para ela não ir, para que ficasse com ela, e então pergunta “Você quer ir? Porque você não precisa ir se não quiser, sabe.” Jean então fala para Lydia ficar e voltar a dormir, e para que quando ela acordasse ela se sentisse em casa, e que a veria mais tarde. “Okay. Tenha um bom dia. Até mais tarde”, diz Lydia, deixando-a ir.

Assim que Jean saiu, Lydia voltou a dormir, e começou a sonhar. E é quando ouvimos a voz da vó Night-Night dizendo que ela estava incrível. Lydia e vó Night Night repetem diversas falas ditas por outros personagens durante a série, mas criam um novo diálogo. Lydia diz tê-la perdido, e vó Night Night fala que essa era a diferença entre homicídio culposo e doloso. A neta diz precisar ligar para a Jean. “Você é lésbica?”, pergunta a avó, dizendo “Eu nunca imaginaria”, e Lydia responde “Sim!”, e após uma pausa diz “Não…” Night Night diz que o ‘toca aqui’ é uma palma entre duas pessoas, e uma antiga técnica medicinal. Então o sonho começa a se tornar um pesadelo quando a avó diz que tem as gravações de Lydia a raptando, e diz também nunca mais querer ver o rosto de Lydia novamente.

Lydia acorda assustada, dizendo a si mesma que tudo não passou de um sonho. Ela vai buscar água, e então ela vê que Jean deixou um recado para ela. Lydia apresenta certa dificuldade ao ler o bilhete, que dizia para que ela ficasse à vontade, e que deixou croissants e geleia para ela. “Lydia, você acabou de enfiar seu dedo na geleia da Jean?”, pergunta Dark Voice. “Ela não vai se importar”, responde Lydia. Lydia volta para o quarto de Jean, e pergunta quantos poemas teriam ali. “Não sei”, responde Dark Voice, “cem?” Lydia pega um e lê para a Dark Voice. O poema falava sobre materiais de papelaria, mas também sobre como Jean achava que coisas durariam a vida inteira e seriam parte dela, como super bonder seca nos dedos, mas que no dia seguinte essas coisas já não estavam mais lá.

“Que mordaz”, comentou Dark Voice, mas Lydia diz que parece ter sido escrito por uma criança, além de que tinham muitas palavras escritas erradas. “Por que você acha que todos os poemas estão escritos em caneta vermelha?” Lydia encontra outro poema na mesa de canto, e supõe ser novo. Esse poema é uma declaração de amor. E é então que Dark Voice tem uma ideia.

“Sabe o que, Lydia… Você estava certa”, diz Dark Voice, “Certa sobre a Jean estar com a Soft Voice. Certa sobre a Soft Voice estar dentro da Jean.” Lydia estranha a mudança de postura da voz, mas Dark Voice diz ser exatamente como Lydia supôs: a Soft Voice estava presa dentro da cabeça da Jean. Lydia conclui que a Soft Voice está presa porque a Jean não tem um buraco na cabeça, então não dá para a voz sair. Mas então Lydia pergunta como a Soft Voice teria entrado na cabeça de Jean. Lydia fica com um pé atrás sobre como Soft Voice teria, então, entrado na cabeça de Jean e Dark Voice argumenta que a Soft Voice é muito diligente. Quando Lydia pensa sobre a voz de Jean, e sobre não fazer sentido ela falar com a voz da Soft Voice, mas a Dark Voice fala que Lydia está se preocupando demais com os detalhes. Dark Voice também diz que a Soft Voice não só está presa dentro da cabeça de Jean, como está desesperada por encontrar a Lydia novamente e voltar para dentro de sua cabeça. Quando Lydia pergunta como ela conseguiria trazer a Soft Voice de volta, a Dark Voice diz para Lydia abrir um buraco na cabeça de Jean, e então conectar o seu buraco ao de Jean. “E o que acontece com você?”, pergunta Lydia, e a Dark Voice responde que será despejada.

Na rua, Lydia discute com Dark Voice sobre como ela poderia ter dito algo tão horrível e cruel. Lydia diz que a Jean é tudo o que ela precisa. “Eu nunca a machucaria”, diz Lydia, “nunca”. Dark Voice responde: “bom, se você diz…” Então Lydia reconhece Graham parado na porta do seu prédio, pressionando a campainha. Lydia se aproxima dele, pegando-o de surpresa. Ele diz estar devolvendo algumas coisas dela, e pede perdão pois está levando um tempo para ele se adaptar a não mais tê-la com ele. Ele pergunta como Lydia está e ela diz que está bem, então ela pergunta como Graham está e ele vacila ao dizer ‘ok’. “Olha, Lydia, ele está despedaçado”, diz Dark Voice, e é quando Graham fala, com a voz embargada que na verdade não está bem. Ele diz sentir saudades dela. “Então você tem sentimentos, no fim das contas?”, diz Lydia, e Graham pergunta o que foi que ela falou. Lydia diz: “Desculpa, eu falei em voz alta! Eu pretendia dizer só na minha cabeça. Graham, é meio estranho te ver, especialmente depois de voltar do…” Graham pergunta de onde ela estava voltando, e pergunta se era de um novo amante. Lydia diz que sim. “Brutal”, diz Dark Voice.

Graham diz que queria vê-la, e pede desculpas pelas outras e por muitas outras coisas. Então ele deseja tudo de melhor para ela e eles se despedem, mas antes de ir embora ele diz: “Se você precisar de um advogado em algum momento, eu sou o seu cara”. Lydia agradece e entra em casa, indo para a banheira relaxar. Ela pensou em tudo o que perdeu desde que a Soft Voice foi embora. Ela teria seu emprego de volta? Ou sua avó? Ou seu dinheiro? Ela não sabia, mas tinha certeza que Jean saberia. Se pelo menos Lydia pudesse ficar mais próxima de Jean, pois a proximidade da noite anterior não era o bastante. Se Lydia pudesse entrar em Jean… ou se Jean pudesse entrar em Lydia, para que elas se tornassem uma. Lydia tocou o topo da cabeça, sentindo o buraquinho.

Às quatro da tarde, Lydia recebeu um áudio de Jean dizendo que vai voltar para casa mais cedo por estar com dor de cabeça, e Lydia a chama para ir ao seu apartamento para que pudesse cuidar dela.

Jean chega e Lydia a recebe, perguntando sobre a dor. Jean diz estar melhor, mas que a dor fica indo e voltando. “Eu devo tirar meus sapatos?”, pergunta Jean. Lydia diz que se ela quiser, sim. “Você quer?”, pergunta Jean. “Eu quero o que você quiser”, diz Lydia. Jean diz que quer tirá-los então os tira. Elas conversam um pouco sobre o trabalho de Jean, e Lydia acaba contando ter lido alguns poemas de Jean pela manhã, e que adorou eles, pois os achou muito “mordazes”. Jean diz que ela é muito gentil e Lydia começa uma tour pelo apartamento. Entretanto, Lydia é uma corretora de imóveis, então é assim que ela apresenta a sua própria casa. Jean fica curiosa sobre o tapete de yoga, e sobre o livro de 501 verbos em italiano.

“Você sabe todos eles?”, pergunta Jean, e Lydia responde saber por volta de 440. Jean encontra o instrumento de Lydia e pergunta se ela pode tocá-lo, mas Lydia se esquiva ao dizer estar fora de prática, voltando à tour. “Você joga tênis!?”, pergunta Jean, e Lydia explica ser badminton. Jean brinca com a raquete e acaba acertando o móvel. Ela pede desculpas. Aí encontra uma medalha, que deixa Lydia desconfortável. “Uma medalha de ouro!”, exclama Jean, mas Lydia logo a corrige, dizendo ser uma medalha de bronze. Jean lê que é de uma maratona, e Lydia diz que foi meia maratona, há muito tempo, e que o ritmo dela tem aumentado muito desde aquela época. Jean diz que a medalha não deveria ficar escondida e sim à mostra para todos. “Você não se orgulha dessa conquista?”, pergunta Jean. “Não, definitivamente não. Eu nem sabia que ainda guardava isso.”, diz Lydia. Então Lydia diz para Jean deixá-la sozinha por um instante, e que se sentisse em casa. Lydia e Dark Voice começam a conversar sobre aquela medalha, como era vergonhoso tê-la, e como a Soft Voice jamais se orgulharia de uma medalha de bronze. “Bronze é o segundo melhor perdedor”. O fato de Soft Voice estar presa dentro da cabeça de alguém como a Jean deve ser torturante. “Se eu fosse a Soft Voice”, diz Dark Voice, “eu estaria louca para sair”.

Quando Lydia volta a se encontrar com Jean, Jean estava mexendo em seu guarda-roupa. “Esse é um vestido tão lindo”, e Lydia diz que é o seu vestido de funeral. “Esse? Mas ele é preto!”, diz Jean, e Lydia diz que preto é o que se utiliza em funerais. “Eu nunca usei preto em um funeral, eu sempre visto roupas coloridas”, diz Jean. Lydia então a conduz para o banheiro e Jean se encanta com a banheira. “É uma jacuzzi”, Lydia corrige. Jean diz que nunca tomou um banho de banheira, então fala que o espelho é adorável. “A gente não fica bem juntas? Uma perto da outra?”, e é aí que Jean descobre que o espelho tem um compartimento dentro. Jean encontra a furadeira, e diz que deve ter sido a furadeira que Lydia utilizou para a trepanação. “Tem sangue na ponta, olha!”, mostra Jean, e Lydia pergunta como ela sabe que é sangue, mas a dor de cabeça de Jean piora bastante. Jean diz que a dor é uma pressão que vem, como se algo estivesse empurrando por dentro, e só então responde conhecer sangue, pois escreve seus poemas com seu próprio sangue. Lydia pergunta o porquê dela fazer isso. “Faz com que eu escolha minhas palavras cuidadosamente”, diz Jean, “cada palavra é muito preciosa”. Lydia pergunta então se ela tem que escolher a palavra correta, mas Jean diz que não: “Só a mais significativa”.

Lydia chama Jean de volta para a sala de estar e pergunta qual a diferença entre “significativa” e “correta”. Jean diz que muitas coisas têm significado para Lydia. A yoga, o italiano, o badminton… “As pessoas também têm significado. Como a sua avó!”, diz Jean, e Lydia fala “E como você.” Jean pergunta o porquê dela ter algum significado para Lydia, que responde que Jean parece saber de alguma coisa, então Lydia diz que talvez deva trabalhar na mesma loja que Jean. Jean diz gostar muito de seu trabalho, e de boliche, e de podcasts criminais, e pergunta sobre o antigo emprego de Lydia. Lydia diz que era uma corretora, e Jean pergunta se aquilo tinha algum significado para ela. Lydia diz que era, pois ela era muito boa. “Eu estava querendo que você me ajudasse a conseguí-lo de volta”, diz Lydia. Jean fala que vai dar o seu melhor e Lydia decide ligar para o antigo chefe naquele instante, e que Jean a dissesse o que falar.

A conversa com Trevor não vai bem e ele pede para ela não ligar para aquele número outra vez, e diz que ele mesmo espalhou para todas as agências que a Lydia era uma lesma nada profissional. Ele desliga, e Dark Voice gargalha dentro da cabeça de Lydia. Jean pergunta se ela foi demitida, mas as gargalhadas aumentam e Lydia grita que não tem graça. “Eu não estava rindo”, diz Jean. “É claro que não estava”, diz Lydia, tentando se controlar. Então chama a convidada para jogar um jogo de formar palavras. Lydia está claramente transtornada nesse momento. Jean forma uma palavra, e ela diz “É iogurte”, e Lydia ri nervosamente, dizendo, “Não, não é. Está escrito iogurete. Não é assim que se soletra iogurte.” Lydia dá uma nota baixa para Jean pelo erro, e diz que é terrível. “Você parece preocupada”, diz Jean, e Lydia responde: “Eu estou um pouco preocupada. Você não sabe soletrar?” Jean diz que acha difícil soletrar, e Lydia fala que faz sentido já que os poemas dela, apesar de adoráveis, são cheios de erros na ordem das letras. “Poemas são feitos de palavras, não de letras”, argumenta Jean, e Lydia explica que as letras corretas moldam a palavra naquilo que ela tem que ser. Caso contrário as palavras podem virar outras palavras, ou apenas barulhos. “Palavras são sons”, diz Jean. “Não quando estão escritas”, fala Lydia. Jean informa que o jogo está piorando a dor de cabeça dela e que ela está com fome, e pergunta se elas podem jantar.

Lydia então vai com Jean para o mercado, levando-a para os iogurtes. “Alguns iogurtes são bons para o sucesso”, diz Lydia, “mas qual?” Jean não consegue escolher porque a dor de cabeça está piorando e talvez seja melhor ela deitar, mas Lydia continua mostrando vários iogurtes e perguntando o que Jean achava de cada um deles. Jean pergunta se iogurte seria o bastante para o jantar e Lydia diz não saber, e então grita que Jean quem deveria dizer se era ou não.

Jean fala que Lydia a está assustando. “É como se você não gostasse mais de mim, porque eu não consigo recuperar o seu emprego, e eu não consigo soletrar, e agora eu não consigo te dizer qual iogurte escolher e eu estou com dor de cabeça”, ela fala, com a voz embargada, “eu achei que você cuidaria de mim”. Dark Voice fala para Lydia abraçá-la, mas Lydia nega, então Dark Voice fala para ela pedir desculpas. Lydia diz não estar se sentindo muito bem e pede desculpas. Jean diz que não quer ser uma frustração, e Lydia diz: “Você não é. Você não é de jeito nenhum. Eu sei que você está aí, tentando sair”. Jean pergunta se elas podem voltar para o apartamento e tomarem um banho de banheira juntas. “Sim, essa é uma ótima ideia, Soft Voice”. Jean sorri, “Eu gosto quando você me chama assim. Eu acho que eu te amo, Lydia”, e Lydia responde: “Eu te amo também, Soft Voice”.

Lydia levou Jean para casa, para o banheiro, e preparou a hidromassagem. A furadeira estava em cima da pia. Jean entrou na banheira, e chamou Lydia para entrar. Lydia diz que entrará em um instante, e diz para Jean relaxar enquanto ela faz um cafuné nela. Jean indica onde está doendo e Lydia faz massagem ali. Ela pergunta se os remédios não ajudaram e Jean fala que ajudam um pouco, mas logo a dor volta. Lydia pergunta se Jean já pensou em deixar essa dor sair, e Jean diz que não está disposta a tentar a trepanação. “A furadeira está bem atrás de você, Lydia”, diz Dark Voice. Jean diz que comprou um presente para Lydia, e que o escondeu no quarto, e que Lydia precisará procurar por ele. “Faça agora”, diz Dark Voice, “A Soft Voice precisa sair. Deixe a Soft Voice sair, e a dor de cabeça da Jean vai ser curada.” Lydia continua a massagear a cabeça de Jean, enquanto Dark Voice continua a sussurrar: “Deixe a Soft Voice sair, e você nunca mais ouvirá de mim, Lydia. A Soft Voice ama você, Lydia.” Lydia liga a furadeira na cabeça de Jean.

A cabeça de Jean caiu nas mãos de Lydia. Lydia olhou para o rosto dela, os olhos enormes, uma única lágrima. “Seu rosto… seu rosto…”, disse Jean em seu último suspiro. “Sua voz. Soft Voice”, disse Lydia, enxugando a lágrima de Jean. Então se ajeitou, juntando o buraco de sua cabeça ao de Jean, formando um túnel entre os crânios. Lydia sorriu.



Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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Naomi Scott participou da décima primeira temporada do Table Manners with Jessie Ware. Apresentado pela cantora britânica Jessie Ware e sua mãe, Lennie, o podcast fala sobre comida, família e a bela arte de bater um papo, direto de sua própria mesa de jantar.

No décimo terceiro episódio, Naomi fala sobre ter crescido como filha de pastor, a comida de sua avó e as primeiras lembranças de fazer Chapati juntas. Ela também fala sobre seu marido que ela conheceu aos 16 anos na igreja e que cresceu cercada por música gospel em Hounslow.

Jessie Ware: Você entrou e falou “eu só não posso consumir laticínios”.
Naomi Scott: É o seguinte, saibam que eu não sou médica. Mas eu !!! com TSW.
JW e Lennie: O que é isso?
JW: Parece nome de banda.
NS: Eu sei! TLC.
L: Aquela que canta ‘No Scrubs’?
NS: Exato! Então, é a chamada Resistência a Esteróides Tópicos (Topical Steroid Withdrawal). Eu amo como estamos indo direto na minha ficha médica, como primeiro tópico.
L: Ah…
NS: Não, tudo bem, eu adoro. Bom, eu cresci com eczema e os doutores…
L: Você usou esteróides.
NS: Creme de corticosteróides, aos quais eu tenho uma opinião forte sobre. E com o passar dos anos o meu corpo ficou, como se diz… viciado ao creme com esteróides. E aí o seu corpo para de…
L: Você não funciona sem eles.
NS: Exato. E receitaram esteróides mais fortes e etc. Daí o seu corpo só vai “Nah, isso não funciona mais”. Chegou num ponto que eu tinha, eu acho, 23 anos, e meu corpo basicamente erodiu. Isso foi depois de gravar Aladdin. E eu e meu marido ficamos “ok, nós temos que ser naturais, para deixar o corpo se curar naturalmente”, então eu afastei todos os meus esteróides e outros cremes imunodepressivos. E aí surgem os sintomas da dependência, que ninguém nunca te avisou sobre. E como você pode ver, minha pele…
L: Sua pele é linda!
NS: Quer dizer…
JW: É muito bonita.
L: Olha essa pele!
JW: Mas isso foi tudo curado a partir de uma dieta?
NS: Bom, não. Está sendo curado pela paciência, e parar de passar os cremes.
L: Mas o que você faz se você estiver com coceira? Se você estiver tendo uma reação a alguma coisa?
JW: Mas eu lembro que na festa da Vogue você estava sentindo a coceira, e você disse “Meu eczema está forte”.
NS: O que é engraçado porque nessa época eu não sabia que eu tinha resistência aos esteróides. Eu nem sabia que isso existia. Esse assunto não recebe muita atenção por muitos motivos. Mas é um dano nervoso. Então os cremes esteróides entram em contato com a pele, e a pele é o seu maior órgão. Não é só uma reação alérgica, é também um dano nervoso, porque a coceira é tão profunda que você não consegue alcançá-la.
L: Ui!
NS: É desconfortável, desculpa, estamos prestes a comer e eu tipo “eu lasco o meu corpo todo”…
JW: Oh não.
NS: Mas eu acho que é importante falar sobre isso, porque muitas pessoas estão passando por isso, e muitas pessoas estão passando por isso sem nem saber que seja Resistência a Esteróides Tópicos. Eles acham que seja só um eczema severo, mas na verdade é do creme de esteróides que você está usando. Então, você vê minha elasticidade quando eu sorrio. Eu não tenho uma elasticidade normal, parece que sou muito enrugada.
L: Por causa dos esteróides?
NS: Esse é o processo de recuperação. Então eu estou há três anos nesse processo, e eu faço um tratamento natural, o que significa que eu não coloco nenhum hidratante na pele.
JW: Quê!?
L: Por quê?
NS: Porque isso força o meu corpo a criar os próprios óleos e se hidratar. É maluco porque, diante das câmeras, meu rosto é o meu trabalho. E tem sido interessante através dos anos…
JW: Como o seu rosto reage à maquiagem? É um pesadelo? Porque você parece radiante para mim.
NS: Então… outra coisa estranha sobre isso é que, em 2019, que é quando eu viajei muito em questão de promover coisas, foi como uma reação atrasada, porque eu não estava colocando cremes nem nada e minha pele estava muito boa, eu estava apta a funcionar sem eles. Chegou 2020, tudo desandou.
L: Fomos pegos por uma pandemia.
NS: Sim! Literalmente eu passei pelos meus piores sintomas. Eles não são só relacionados à pele, eles envolvem outras coisas. Então você achou que foi porque eu teria um quê de atriz de “ai eu não posso tomar isso, não posso comer aquilo”.
L: Têm muitas pessoas assim.
NS: A questão é que laticínios são o gatilho principal.
JW: E isso se associa muito com o eczema, né?
NS: Exatamente! Porque laticínios não são bons, no geral, para mim. Mas para isso, por exemplo, eu acho tão difícil de negar. Eu sou uma comilona, eu como… eu amo tanto comida, que eu mandei um email para a minha equipe perguntando “mas tem que ser lá?” e eles disseram “o podcast só funciona se você for lá”.

JW: Então me diga, sobre o passado. Sua ascendência. Como funciona quando você come com a sua família?
NS: Oh, minha mãe faz… sabe uma coisa que me mata?
L: O quê?
NS: Pimenta. Porque a pimenta inflama e faz o corpo ferver.
L: Dá coceira.
NS: É… E é tão triste, porque o Dahl da minha mãe… E o curry… minha nossa, eu amo a comida da minha mãe.
L: Eu preciso da receita do curry. Você acha que sua mãe me passaria?
NS: Sim! Com certeza!
JW: Certo, então me diga como era, quando você era criança, quem preparava aquela típica refeição de família na sua casa?
NS: Hm… Minha avó.
JW: Você morava com a sua avó?
NS: Não, não! Desculpa, não, eu quis dizer que nós sempre íamos para a casa da minha avó para comer. Mas na nossa casa, era estranho, porque meu pai é inglês e minha mãe é indiana, então…
L: De qual parte da Índia?
NS: Ela na verdade é africana.
L: Ah, então você é asiática de Uganda?
NS: Sim! Fico tão contente que você saiba disso! (…) Então ela veio de Uganda, mudou-se para a Inglaterra quando ela tinha onze anos, minha avó com seus dez filhos, cerca de dois meses antes de Idi Amin perder as estribeiras, então eles organizaram um jeito de fugir.
L: Se eles tivessem sido pegos, ele teria feito algo.
NS: Ele teria, provavelmente. Não sei.
JW: Você não estaria aqui.
NS: Eu não estaria aqui. Ou eu estaria de uma forma diferente.
JW: E como eles chegaram ao Reino Unido?
NS: Eu não sei pra onde eles foram em primeiro lugar, mas eles cresceram em Hounslow. E meu pai é de Wimbledon, ele é super britânico, então eu cresci… minha casa…
L: Onde eles se conheceram?
NS: Eles se conheceram na igreja, na verdade.
L: Então você é cristã?
NS: Sim! Eu diria que sim, apesar dessa palavra ser muito forte. É interessante para mim… Sim, eu diria que sim.
L: Eu acho que a dica foi na parte da igreja. Eles não se tornaram hindi, ou…
NS: Não, não, não. Ela… E isso é outra coisa interessante. A família dela era hindu. Mas eu diria que, em questão de prática, eu não tenho certeza. Minha avó disse a todas as suas filhas, pois ela teve nove filhas e um filho, e ela disse “Você pode casar com quem você quiser casar”, não tinha aquela pressão. Então eles estão ao redor do mundo, casados com pessoas de diferentes nacionalidades. Mas eu também sinto que teve uma questão de assimilação, ela só tinha 11 anos, e minha mãe é muito inglesa também. É uma mistura interessante. Eu acho que eu tive refeições muito britânicas na infância, era uma casa muito britânica. Só quando eu ia para a casa da minha avó e, uma das minhas primeiras lembranças é de fazer chapatis com minha avó, é tão… tão adorável. E o curry da minha avó era o melhor! Era tão bom.
JW: Ela está viva?
NS: Não… ela morreu há uns… seis anos?
JW: E ela veio para cá com o seu avô?
NS: Eu acho que eles vieram antes e meu avô veio depois, mas eu não tenho certeza. Mas foi a minha avó quem realmente fez o trabalho pesado de conseguir os passaportes. Teve uma outra família que os ajudou, financeiramente, a fugirem também. Mas a minha avó era essa indiana pequenininha, ela era tipo tamanho PP, e era incrível.
L: Ela vestia saare?
NS: Sabe, ela usava quando era mais nova, eu lembro dela usar saare. E aí ela envelheceu, não muito, mas sim, minhas lembranças dela é que na casa dela tinham todos esses deuses hindus diferentes. Você só tem essas memórias, sabe? E sempre o cheiro, né, quando falamos de infância sempre tem o cheiro. Ontem estávamos andando de bicicleta pela East London e eu falei para o Jordan “eu sinto cheiro de chapatis”. Eu pude lembrar daquele cheiro. Mas sinceramente, curry, pra mim, feito em casa, é… (estala a língua)
JW: Você acabou de mencionar o Jordan.
NS: Sim.
JW: (Cantarola) Que é o seu, muito charmoso, marido.
NS: (Gargalha)
JW: Minha nossa, mãe, se ele tivesse vindo a senhora ficaria muito feliz.
L: Ele é bonito? Deixa eu ver ele.
NS: Vou te mostrar fotos.
JW: Ele deveria ter vindo!
NS: Não diga isso… ele ficaria… ele ficaria meio…
JW: Mas ele é um de seus gerentes, não é?
NS: Bom, sim. Tecnicamente.
JW: Poderia tê-lo trazido pelo trabalho.
NS: Eu poderia! Ah, deixa eu te mostrar fotos dele.
JW: E ele… ele é um futebolista semi-profissional?
NS: Profissional, sim.
JW: Profissional!
L: Ah, Jessie! O homem é perfeito.
NS: É. Esse é o meu marido.
L: Meu Deus.
JW: Sim, eu sei! Traga-o aqui, rápido! Tragam ele pra cá!
L: Onde vocês se conheceram?
NS: (Gargalha) Na igreja!
JW e L: Meu Deus!
JW: Eu pensei que seria algo como… jardim de infância.
NS: Jardim!? Eu conheci o Jordan quando eu tinha 16 anos!
JW: Isso é tão adorável…
NS: Nós começamos a namorar quando eu tinha 17.
JW: E vocês se casaram bem cedo, né?
NS: É. Aliás, hoje eu fico, minha nossa, se uma moça de 21 anos vier me falar “é, ahm, eu acho que vou me casar” e vou responder “oi? Perdão?” Mas na época, também para as pessoas que nos conheciam, em questão dos nossos trabalhos, nós tivemos que crescer muito rápido. Então eu acho que nós amadurecemos muito rápido, então para as pessoas que nos conheciam isso fazia sentido.
JW: Ele era um jogador profissional.
NS: Sim, sim.
L: Ele estava em qual time?
NS: Na época… West Ham? Quando nos conhecemos ele jogava no West Ham.
L: Eu ia dizer que ele era de West Ham
NS: Você ia? Você teve a sensação…
L: De que ele tinha sido um jogador do West Ham? Sim.
JW: Então você ia à igreja com frequência?
NS: Eu sou filha de pastores. Eu sou uma PK (Pastor’s Kid), eu sou uma filha de pastores.
JW: Nossa!
L: Foi onde ela conseguiu… cantar.
NS: Eu cresci na igreja. E comecei a cantar lá, sim. Eu cresci com música gospel.
JW: Ahh! Okay! A ficha caiu!
NS: Então eu cresci com Mary Mary, Kim Burrell… Gospel popular. É a minha bagagem.
JW: Quem estava na banda da sua igreja? Porque sempre começa assim, alguém na banda da igreja…
NS: Não. Era mais… tio Martin no baixo. 16 anos, mandando um (faz barulho do baixo). Não é como as igrejas americanas. Era mais simples. E a música com a qual eu cresci definitivamente foi nessa pegada de Pop-Gospel.
JW: E quando você recebeu seu primeiro solo?
NS: Quando eu recebi meu primeiro solo? Oh, eu não me lembro!
JW: Você não lembra qual foi!?
NS: Não lembro! Por que eu só lembro de cantar na igreja. E então, todas as vezes eu tinha que puxar uma música. Mas eu lembro da primeira vez que eu realmente cantei, pra valer, como num show. Nós tínhamos esse acampamento de verão chamado “Quer Cantar, Vai Cantar”.
JW: Parece ótimo.
NS: Eu sei, eu amo. E a moça que estava coordenando me deu “I Say a Little Prayer”, da Aretha Franklin.
L: Uau!
NS: A propósito, que música difícil. Cruelmente difícil.
JW: Foi sabotagem ou…?
NS: Não, ela estava tipo “eu acredito que você consegue”.
L: Por que é tão difícil?
JW: Pela distância das notas.
NS: Para uma garota de 12 anos, essa parte (canta), e como o refrão é, (canta).
L: É muito agudo, sim.
NS: Sim. E eu lembro de apresentar e os meus pais ficaram tipo “oh, ela consegue cantar. Nós sabíamos que ela conseguia cantar, mas ela pode cantar mesmo”.
JW: O Jordan estava na plateia?
NS: Não. Eu acho que isso foi antes de nos conhecermos. Mas ele… a primeira vez que ele foi para a igreja eu estava cantando no palco e isso é hilário. Eu lembro o que eu estava vestindo, terrível a propósito. Era de uma loja.
L: Onde foi isso, em Hounslow?
NS: Não, tínhamos nos mudado para o leste, então… Eu cresci em Hounslow e aí nos mudamos para Ilford. Minha mãe encontrava a salvação em qualquer lugar que fosse. Mas o vestido que eu usava era bem barato, (…) cinza, decotado.
JW: Você usava decote? Na igreja?
NS: Eu acho que sim. Ele era cinza, justo, e de mangas compridas… Então ele entrou, quer dizer, ele já estava lá, muito alto.
JW: Não dá pra não vê-lo.
NS: Então eu o notei, e eu fiquei, “tem um adulto ali” (gargalham), mas eu achei que ele fosse muito mais velho.
L: Você lembra o que estava cantando?
NS: Ah, não, eu não lembro. Mas aí meu pai tinha esse negócio de “ok, vai lá dar oi pra alguém que você não conhece!” (gargalham)
L: Oh não!
JW: Mas ela estava tipo “eu vou direto no Jordan”.
NS: Ir direto no Jordan. Mas ele estava com a tia dele, que agora é a minha tia. Tia Paula, um salve, tia Paula. E eu pensei que eles eram irmãos, e eu fiquei “oh esse é o seu irm…” Eu não sei, eu acho que estava tentando me entrosar com a tia, sabe? E ele era muito reservado, muito reservado e quieto. E eu fiquei intrigada com ele, tipo “esse cara é estranho”. E aí eu descobri que ele era jogador de futebol e fiquei “ohh, não sei não.” (…) Eu acho que eu tinha essa ideia na cabeça de como seria um jogador de futebol, e eu fiquei “ah não”, mas depois eu fui ficando “na verdade ele é bem legal”.
L: Ele deve ter um físico muito bom, né?
JW: Nossa, minha mãe fazendo as perguntas que nós…
NS: O físico é importante!
L: O físico, ele é um jogador.
NS: E tem algo sobre a forma de um homem.
JW: Qual a altura dele?
NS: 1,90.
JW: E você é miudinha.
NS: Eu sou…
JW: Você tem que subir num degrau para beijá-lo. (…) Ok, então ele não falava muito. O que aconteceu no primeiro encontro?
NS: Eu lembro do primeiro encontro. Nós fomos para um restaurante italiano perto da casa dele.
L: Italiano? Não era um Pizza Express?
NS: Eu amo o Pizza Express, aliás. E eu estava tão nervosa que eu não… porque ele me viu em tantas situações diferentes, todo mundo me conhece pelo tanto que eu consigo comer. Eu como muito, eu consigo comer mais do que o meu marido, eu consigo comer mais do que qualquer um. E se eu estiver com fome eu posso comer muito. E ele me viu em ação e eu sou como um filhote de dinossauro quando eu como. Mas como eu estava muito nervosa eu comi só uma fatia e eu acho que ele ficou meio “o que tem de errado com ela? Por que ela não está comendo?” E isso porque… tudo o que eu lembro é que eu estava tão nervosa que ele me levou para casa e eu estava muito nervosa, e eu só corri para dentro de casa.

JW: Voltando para a sua infância, sua mãe cozinhando pratos britânicos. Qual era o seu favorito?
NS: Meu favorito era… e eu acho que está sempre ligado a memórias. Era um assado no domingo, depois da igreja. Sempre, a igreja sempre está presente.
L: E como vocês faziam isso, com a igreja? Porque eu…
JW: Ela deixava pré-assado.
NS: Não era tão sofisticado.
L: Vocês iam à igreja, que horas a igreja terminava?
JW: Porque você é a filha dos pastores, então…
NS: 12h30?
L: E ela tinha que preparar a comida?
NS: Sim, então ela ia direto pra casa, colocava o frango no forno. Ela saía da igreja mais cedo.
L: Isso é o que as mulheres têm que fazer, precisam sacrificar…
NS: O seu momento de socializar depois da igreja. (Gargalham) Então ela ia pra casa, colocava o frango no forno, e a Mauryn sempre vinha.
JW: Quem é Mauryn?
NS: Ela era a senhora da igreja, que…
L: Era solitária?
NS: Sim, ela vivia sozinha, ela era muito uma dona de gatos. Mas ela era incrível, ela era muito forte, e eu sempre lembro da gente preparando o frango juntas. Cortando o frango juntas. E eu já comia muito. A pele, a pele é a minha parte favorita. Então essas memórias sobre o assado de domingo. É engraçado. Minha refeição favorita são ou os curries indianos ou um assado inglês bem feito. Eu amo um assado inglês.
JW: Você faz bem algum desses? Você é uma boa cozinheira?
NS: Eu sou… ok. Eu acho que naturalmente eu sou uma boa cozinheira, mas eu não investi tempo nenhum nisso.
JW: Mas eu não sei, você pode agora comprar os seus assados.
NS: Não, eu faço um bom assado. Curry é algo que eu ainda não… Eu sei como fazer um curry básico.
JW: Tem algo a ver com a estação da pimenta, com o período…
NS: Tem.
L: Eu não acho que eu seja a melhor cozinheira para curry.
JW: O seu curry não é o melhor.
L: Mas eu acho que fazer um assado com manjericão, é o meu favorito.
NS: Como você faz batata assada?
JW: Ela fez umas muito boas esse ano.
NS: Ok, eu preciso saber.
L: (…) Eu acho que o segredo, pra mim, tem sido usar óleo de colza. Óleo de colza pode chegar a temperaturas mais altas.
NS: Quais batatas você usa?
L: Maris Piper.
NS: É a Maris Piper, né. Eu tentei algumas diferentes, mas Maris Piper é a correta.
L: Ferve elas e deixa cozinhar por uns três ou quatro minutos depois que ferver.

JW: Eu quero saber: pra qual restaurante você vai assim que eles começarem a abrir?
NS: Ok, eu amo comida japonesa. Ao Roka.
JW: Eu nunca fui ao Roka! (…)
NS: Eu amo comida japonesa. Minha nossa. Eu quero ir a tantos lugares.
JW: Tem muitos perto da sua casa?
NS: Não são muitos. Tem o Sheesh.
JW: Minha nossa! Eu ouvi falar desse! É bom?
NS: Sim, é ótimo. Eu amo como eles fazem a salada, é ótimo. E eles costumavam fazer um pudim de pão, mas eles não fazem mais, o que é tão triste porque era o meu favorito.
JW: Por que você não traz de volta?
NS: Eu não sei porque eles tiraram! Era tão popular.
JW: Seria bom se Naomi Scott trouxesse o pudim de pão de volta.
NS: Eu tenho que tentar alguma coisa?
JW: Sim.
NS: Fora isso, não tem muitos lugares para comer perto de casa.
JW: Então você cozinha muito?
NS: Sim! Nós cozinhamos também.
JW: O Jordan cozinha bem?
NS: Sim, ele é um bom cozinheiro. Então, no meio da semana é mais… salmão cozido, batata doce…
JW: Mais simples.
NS: Mais simples.

JW: Eu quero te perguntar. Fazer podcasts é como uma nova aventura para você. E pelos três primeiros episódios, é muito bom.
NS: Obrigada!
JW: É muito bom! E eu não costumo escutar ficção.
NS: Nem eu!
JW: (Gargalha) Ok, então você está estrelando nele mas também produzindo. Você que escreveu? Quem escreveu?
NS: Não.
JW: Como isso surgiu?
NS: Ok, então, como você, eu nunca tinha escutado um podcast narrativo. Mas eu estava gravando um filme no final do ano passado.
JW: Você pode dizer qual é?
NS: Sim, se chama ‘Distant’, com o Anthony Ramos. Eu não sei se vocês viram Hamilton.
JW e L: Sim!
NS: Ele também está em In The Heights, que está pra sair. Ele é muito, muito talentoso. Ridículo, irritantemente talentoso.
L: Ele dança ou canta? Parece que ele tem um estilo de hip hop em tudo.
NS: Sim, eu diria que ele tem jeito pra hip hop… Mas sim, ele é um bom dançarino. Ele é um ótimo cantor, um incrível cantor. E ele também é muito talentoso como ator. E nesse filme nós temos duas pessoas no espaço, muito bom para o contexto de covid. Foi gravado em Budapeste e o produtor com quem estávamos trabalhando tem essa empresa de podcast chamada QCode e eu estava, basicamente, falando o tanto que eu amo a Olivia Cooke, mas nós sempre estamos fazendo testes para os mesmos papéis, então nós nunca…
JW: Sério?
NS: É, e a gente nunca trabalhou junto, e ele falou “Talvez eu tenha algo em que vocês possam trabalhar juntas”, então ele nos mandou essa história curta, e tivemos uma reunião no zoom com o roteirista, James Bloor, então ele é o criador, James Bloor. E ele é um ator e escreveu esse roteiro para o namorado que ele acabou terminando com ele depois, e esse roteiro era sobre a sua jornada pessoal, tem muito a ver com saúde mental e ele seria capaz de falar muito melhor sobre isso, mas o que nós amamos no projeto foi que tinha um tom tão específico. Então o estilo de escrita, de comédia sombria, é tão britânico, tão engraçado, tendo tantas conversas diferentes. E é tão único que ficamos “minha nossa, eu amei isso. Eu tô dentro.” Então a Olivia já estava comprometida com o projeto e nos conhecemos pelo Zoom e conversamos, estávamos todos muito entusiasmados com o projeto. E tinha um terceiro papel que estávamos falando sobre quem assumiria e a candidata principal era a Bel Powley. Eu a amo desde ‘O Diário de Uma Adolescente’.
L: Ela é tão boa…
JW: Quão boa ela é em ‘O Rei de Staten Island’?
NS: Eu não assisti ainda!
JW: Minha nossa! Ela é incrível!
NS: Eu vi os trailers! A propósito, ela tem o meu coração. Eu amo e respeito muito as duas. E foi tão legal porque nós todas meio que tentamos os mesmos papéis e é muito legal estarmos juntas e ficar “Podemos trabalhar juntas. Estamos produzindo.” E nós acreditamos. Não conhecíamos muita coisa sobre podcasts narrativos, mas sabíamos que esse era muito bom e é definitivamente algo de que gostaríamos de fazer parte. E o que a QCode faz é que eles tem esse podcast narrativo e eles conectam com atores, e aí dá pra vender como uma série de TV e é uma prova real.
JW: Eu posso imaginar como uma série de TV, estrelando…
NS: Sim, e meio que essa é a ideia. Nós amamos. E quando você está participando de algo, especialmente produzindo, você tem que acreditar tanto nisso, e nós amamos tanto o projeto.
JW: Então, antes de você chegar eu tentei explicar na introdução. Mas quando eu expliquei, minha mãe ainda não ouviu, mas ela falou que seria sobre esquizofrenia. Eu não sei se é.
L: É sobre as vozes na sua cabeça, né. Ou sobre lidar com o ego. Me disseram que o jeito que os pais criam os filhos… você não vai ter seus pais com você quando for adolescente, você tem que tomar decisões, mas seu pai está sentado no seu ombro te dizendo o que fazer e o que não fazer. As coisas boas e as coisas ruins. E as coisas ruins são as pessoas te empurrando e dizendo “vai lá, tenta isso”, e a coisa boa sou eu sentada no ombro da Jessie, dizendo “não faça isso”.
JW: É uma abordagem muito esperta para tratar esse diálogo interno, esse conflito, a moral e a ansiedade. É incrível que com episódios curtos você se comprometa com esses personagens. Olivia Cooke faz a personagem da Dark Voice. Você, como Lydia. E então a Soft Voice que vem um pouco depois. É tão dinâmico. Eu imagino tudo muito bem, sabe?
NS: A nossa meta nunca foi “Nós vamos conseguir milhões de pessoas ouvindo”, o que nós queríamos é que as pessoas que se engajarem com o podcast conectem-se com ele da forma que nós nos conectamos. E é isso que estamos descobrindo. Estamos descobrindo pessoas que estão se conectando com ele e estão realmente amando. Todo mundo, desde a minha sogra até os meus amigos que são muito ligados em podcasts. São muitos temas que são abordados. E essa ideia de vozes, que também são vozes do passado… basicamente é sobre essa corretora de imóveis, 25 anos, chamada Lydia, que tem uma voz chamada Soft Voice que a diz o que fazer.
JW: Perfeccionista.
NS: Um dia, a Soft Voice desaparece e é substituída por outra voz.
JW: Serão quantos episódios?
NS: Dez episódios. São lançados às quartas. E é interessante você falar que muitas pessoas possam se conectar de alguma forma, com a conversa sobre saúde mental. E isso é algo do James, vem da cabeça dele, e são muitos temas diferentes, muitas discussões que surgem do projeto, e como eu disse é uma jornada muito pessoal.

JW: Última ceia, o que você comeria?
NS: Última ceia da vida. Eu posso escolher o que eu quiser?
JW e L: Sim.
NS: E eu posso considerar que eu não vou ficar cheia?
JW: Sim.
NS: Ok, porque eu teria… eu preciso de uma refeição assada, em algum lugar do dia. Eu preciso de um jantar assado completo, com o macarrão com queijo da minha sogra. Ela faz o macarrão com queijo mais incrível.
JW: O que ela faz para ele ser tão bom?
NS: Eu acho que tem algum segredo com a mostarda.
JW: Ah sim.
NS: Mas é tão bom! E aliás, ela não cozinha muito. Ela não cozinha.
JW: Mas esse é o ponto forte.
NS: Esse é o ponto forte, e é incrível. Então seria a versão caribenha de uma ceia de natal. Completo. Tem que ter curry em algum lugar.
JW: Seria o da sua mãe ou o da sua avó?
NS: Seria provavelmente o dahl da minha mãe.
JW: E se você pudesse colocar pimenta, colocaria?
NS: Com certeza! Quero tudo. Dahl… o que mais…. chapatis. Eu posso comer o curry no café da manhã, eu comeria no café da manhã.
JW: Eu amo curry no café da manhã também.
L: É estranho, é estranho que na Índia tem o hábito de…
JW: Não é estranho.
L: Eu acho estranho porque é uma comida muito pesada.
NS: Não, mas tem tipos diferentes, por exemplo os vegetarianos. Tem o dali, que seria dahl… e curries vegetarianos.
JW: Ok, então temos curry para o café da manhã, assado caribenho para o almoço. Pudim?
NS: Ok, nossa, eu amo a torta de banoffee da minha prima. Eu amo torta de banoffee.
JW: E o que você vai beber?
NS: Não sei.
JW: Vinho?
L: Você gosta de champanhe?
JW: Coquetéis? Gosta de coquetel?
NS: É, eu gosto de coquetel. Eu gosto de gin tônica.
L: Você tem boa etiqueta?
NS: (sussurra) Eu acho que não.
JW: Eu acho que tem!
L: Você está bem, querida.
NS: Você diz etiqueta tipo, etiqueta, etiqueta mesmo? Mas deixa eu falar, esse bolo está sensacional.
JW: Está muito bom!
L: Mas ele ficou meio molhado.
JW: Melhor do que seco.
L: Era para ficar no forno por 40 a 45 minutos mas ele ficou por volta de uma hora.
JW: Mãe, está ótimo! O Jordan gostaria de um pedaço?
NS: Quer dizer, sim. Ele adoraria.
JW: Naomi Scott, você poderia ficar aqui para sempre.
L: (sussurrando) Pergunta pra ela sobre o karaoke.
NS: Ah, eu sei qual a minha música de karaokê.
L: Ok, qual é?
NS: ‘Best I Ever Had’, do Drake.
L: Como você consegue essa? O Drake faz muito rap.
JW: Eu amei, você canta muito em karaokê?
NS: Não. Nunca, na verdade.
JW: Mas você sabia a resposta.
NS: Mas é porque, da época que eu tinha 18 anos, namorava o Jordan, eu estava gravando essa série na Austrália. E eu aprendi o rap. Ele me apresentou as músicas do Drake, no período que eu voltei para casa, nas fitas antigas dele, e eu estava tentando impressioná-lo. Fiquei aprendendo a letra de ‘Best I Ever Had’. Eu não lembro se eu gravei um vídeo ou se eu apresentei para ele pelo Skype. Mas eu vesti alguma coisa estúpida.
JW: Você apresentou pelo Skype, você é muito fofa.
NS: Foi idiota.
JW: Foi idiota, mas nós te amamos por isso.

JW: Naomi Scott, você veio aqui, bebeu um pouco, e nós te amamos muito. Você é uma incrível cantora, e espero que as pessoas escutem você cantar além de ‘Um Mundo Ideal’, eu só acho que as pessoas precisam ouvir sua voz. Ou você cantando o karaokê do Drake.
NS: Eu sei, eu estava quase fazendo o rap. (Gargalham)
JW: Muito obrigada por participar do Table Manners.
NS: Own! Obrigada por me receberem!


Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil