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Naomi Scott, Olivia Cooke e Bel Powley são as estrelas e as produtoras executivas da série de podcast chamada Soft Voice. A história acompanha uma jovem mulher (Scott) com uma voz em sua cabeça que diz a ela o que fazer, guiando-a para seu sucesso extraordinário. Um dia, a voz desaparece — e uma nova voz assume. A série de 10 episódios foi criada pelo ator James Bloor (Barkskins).

Confira o resumo do primeiro episódio de Soft Voice.

SOFT VOICE – EPISÓDIO 1

O episódio começa com o anúncio da narradora: “um dia, a Soft Voice sumiu.” Sem nenhuma despedida. Só sumiu, enquanto Lydia, a agente estatal de 25 anos, estava em seu intervalo de almoço. Todos os dias a Soft Voice diria à Lydia qual iogurte lhe traria mais sucesso.

Lydia surpreendia a todos, inclusive ao seu chefe, Trevor, que lia os números e feitos dos agentes mensalmente: e os de Lydia eram extraordinários. A Soft Voice sempre fez Lydia vencer. E vencer era fantástico. Como vencia todas as semanas, recebeu muitas comissões, e no ano anterior ela comprou seu próprio apartamento de um quarto, na Curtain Road, com uma banheira jacuzzi. Mas não era só no emprego que a Soft Voice garantia a vitória de Lydia, e sim em todos os lugares.

Yoga. Cuidar de plantas. Badmington. Ao acordar.

Soft Voice estava lá.

No trabalho voluntário. Na hora de aprender italiano. Tocar um instrumento. “Ela tenta, ela consegue”, é o que a Soft Voice sempre dizia.

Soft Voice também controlava cuidadosamente com quem Lydia iria namorar. Como Lydia acha baristas muito atraentes, a Soft Voice tinha que ser firme sempre que Lydia buscasse um café. Um namorado para Lydia que não fosse nem interessante, nem atraente, para que não a distraísse: Graham. Um advogado que só se comunica por áudios no WhatsApp.

A Soft Voice treinou Lydia através dos anos com a técnica de postergar a recompensa.

“Pode ir a festas quando tiver seu diploma”, “pode fazer compras quando tiver economizado o suficiente para o seu apartamento”, “pode descansar quando terminar tudo”.

A técnica também foi utilizada para a maratona, que está se aproximando, em que a Soft Voice falou para que Lydia comprasse um coelhinho de chocolate, colocando-a sob as condições: “Se você terminar a maratona em menos de 2h22minutos, você pode comer o coelhinho inteiro. Se você terminar a maratona depois desse tempo, terá que jogar o coelho fora”.

A narradora também conta que a Soft Voice conversou com a Lydia pela primeira vez no seu aniversário de quatro anos, enquanto ela alimentava os cachorrinhos.

Soft Voice transformou Lydia numa máquina bem calibrada, aperfeiçoando tudo em sua rotina.

E aos sábados, Soft Voice sempre dizia, que Lydia deveria ir visitar a avó. Sobre a avó, Lydia se sente de duas maneiras: culpada, por ser uma péssima neta, mas incapaz de pedir perdão por sentir medo da morte que se aproxima de sua avó. Ao visitá-la, sua avó não parece lembrar-se de quem Lydia é, mas logo diz ser brincadeira e que pessoas com menos de 80 anos não têm mais senso de humor. E Soft Voice pede que Lydia entregue a garrafa de whisky que trouxe para a avó, pois sabia tirar vantagem para Lydia de qualquer situação. Inclusive diante de um homem difícil que veio revisar o apartamento.

Existem proibições que a Soft Voice colocou: sem rádio, sem meditação guiada e sem podcasts. E a regra de ouro era “se você não sabe a resposta, pergunte para mim”. E Lydia seguia tudo disciplinadamente. Soft Voice sempre disse tudo a Lydia, sempre esteve lá. Mas agora, Lydia se encontrava sozinha, com o estranho som do silêncio. Passados 20 minutos ela chamou a Soft Voice bem baixinho, mas não obteve resposta. Lydia tentou fazer uma pergunta importante para a Soft Voice: “Soft Voice, por que eu preciso comer iogurte? Iogurte não é feito de leite, tirado de vaquinhas bebês que foram mortas?” e sempre que Lydia falava sobre pobres bezerrinhos sendo mortos para fazer iogurte, a Soft Voice dizia “cale a boca e tome o seu iogurte correto ou você vai cometer um erro e será despedida”. Então Lydia pegou o iogurte menos apropriado, de mousse, e mesmo assim a Soft Voice não apareceu. Lydia fugiu da loja, e a Soft Voice não retornou pelo resto da tarde.

As coisas começaram a sair dos trilhos. Ela foi ao Badmington naquela tarde, mas ela errou tudo e acertou acidentalmente sua colega.

Ao chegar em casa ela tentou se acalmar com yoga, mas acabou com um nariz sangrando. Tentou praticar música, italiano. Fez de tudo e nada da Soft Voice. O telefone fixo tocou e era o homem da revisão do apartamento. Sem Soft Voice, ela perde a oferta.

No fim de semana ela não visitou sua avó. Ela não foi para o trabalho voluntário. Ela ignorou os áudios de Graham. Soft Voice não estava lá para dizer “ela tenta, ela consegue”. Lydia pegou o coelhinho de chocolate na cozinha, faltando uma semana para a maratona, e implorou que a Soft Voice dissesse algo, comendo o coelho de Páscoa.

Lydia conseguiu um total de zero vendas no trabalho. Isso nunca tinha acontecido. Então um de seus colegas a chamou para um happy hour. E sem a Soft Voice, ela aceitou. Ollie, Samira e Georgie estavam lá também. Nunca tendo bebido antes, Lydia pede por um copo de leite, mas logo os colegas do trabalho a oferecem álcool e ela começa a beber. Durante a bebedeira os amigos se divertem, conhecendo um pouco mais de Lydia, e eles até falam sobre viajar juntos para Cuba.

Temos então Lydia procurando pela Soft Voice, vagando pelas ruas e chorando. Em pânico, sentindo-se culpada e com medo da morte, Lydia chama pela Soft Voice, pedindo desesperadamente para ela voltar. “Eu não sei o que fazer, eu não tenho as respostas para nada”, diz Lydia.

Lydia estava perdida sem a Soft Voice, porque a Soft Voice sabia de tudo. “Quão boa a vida de Lydia tinha sido com a Soft Voice”, diz a narradora, “mas agora, eu entrei. Meu nome é Dark Voice”.


Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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A Vogue Britânica em parceria com o YouTube, deram início a uma nova série de masterclasses, a Vogue Visionaries, onde especialistas do mundo da moda, beleza, música e muito mais, compartilham suas palavras de sabedoria e conselhos sobre como ter sucesso em seu campo escolhido. Dividido em cinco capítulos, Naomi Scott aborda seus primeiros passos na indústria, como se dar bem em uma audição, seus papéis determinantes, como lidar com as críticas e os conselhos que ela daria ao seu ‘eu’ mais jovem.

Para quem quer começar a atuar, a aula de Naomi Scott é cheia de anedotas perspicazes e dicas valiosas para aspirantes a artistas. De seus dias cantando no coro da igreja até sua primeira audição (para um comercial de seguro holandês), Scott revela como ser notada, as habilidades necessárias para uma self-tape de sucesso e como lidar com a síndrome do impostor.

O Naomi Scott Brasil decidiu transcrever cada capítulo e fazer da aula da Naomi para o Vogue Visionaries um especial.

CAPÍTULO TRÊS – PAPÉIS DETERMINANTES

Tinha um vídeo meu no YouTube cantando no musical da minha escola. Nós fizemos o Sister Act 2. Eu amo esse filme. E eu interpretei o papel da Lauryn Hill. Rita, eu acho que Rita era o nome dela. Então tinha um vídeo em que eu cantava ‘Joyful Joyful Lord’ e a partir disso o meu agente estadunidense, bem, ele não era o meu agente na época mas ele trombou com esse vídeo e ele tinha um roteiro desse filme do Disney Channel, Lemonade Mouth, e pensou “oh, ela consegue cantar, e tem um papel aqui que encaixa com as descrições dela” e aí ele procurou meu agente e eu lembro que eu fiz uma audição por Skype com todos os executivos da Disney. Tá vendo? Ou é Skype, ou Self-Tape… e eu lembro que foi… você sabe, eu assisti Operação Cupido tantas vezes, com a Lindsay Lohan, e esse é o verdadeiro motivo para eu conseguir fazer um sotaque americano. Eu só estava copiando, porque eu queria tanto ser a Hallie. Tanto que eu cortei meu cabelo, as pessoas que conhecem Operação Cupido vão saber disso, tipo eu cortei meu cabelo onde ela tinha aquela franjinha. Enfim, fugindo do assunto. Então sim, eu fiz a audição por Skype e consegui o papel e… e eu lembro, eu era tão inexperiente. Eu não sabia o que era uma marcação, eu não sabia estar ciente sobre onde a câmera estava, bloqueando alguém. Eu era tão tão tão inexperiente. Mas eu basicamente aprendi no trabalho e a diretora, depois, eu lembro, ela falou pra mim, ela estava tipo “é a primeira semana” ela disse “ah não, o que eu fiz!? Eu contratei essa garota que não sabe o que está fazendo”, ela disse “mas você aprendeu tão rápido” e ficou tudo bem no final.

Têm muitas pessoas na minha jornada que eu posso apontar no sentido de que lutaram por mim. Engraçado, eu consigo pensar em muitas mulheres, algumas boas diretoras de elenco que se sobressaem na minha mente, a Nina Gold é alguém que sempre lutou por mim e eu a amo. Teve uma executiva da Disney, o nome dela é Erin Westerman, ela é uma boa amiga minha agora mas ela foi uma das primeiras reuniões gerais que eu tive em L.A. e nós nos demos muito bem e eu lembro que tinha um papel que eu estava tentando e eles disseram “ah, você sabe, ela não é a certa para esse”, eles realmente não queriam me ver tentar, e ela ficou “não!” ela disse “Eu preciso que eles vejam a Naomi” e ela meio que me colocou na frente do diretor e do roteirista. Eu não ganhei o papel, mas eu consegui o teste gravado para o papel, o que então informou muito do que estava por vir.

Na audição para o papel da Princesa Jasmine em ‘Aladdin’, você sabe, obviamente eu sabia que tinham milhares e milhares de outras pessoas fazendo o teste também mas, sinceramente, eu não foquei nisso. Você não pode focar nisso. Você só tem que focar em seja lá qual a versão que você… eu tinha uma visão muito clara da versão que eu queria para a Princesa Jasmine que eu gostaria de ver, e segui com isso. Eu também estava confortável sobre pensar “ok, essa é a minha versão. Se não é isso que eles estão procurando, então tudo bem.” Eu não queria me curvar para algo que eu não sentisse que fosse certo para essa personagem ou ao menos para o que eu gostaria de ver nessa personagem, especialmente sendo alguém que amou a personagem ao crescer. E na verdade isso determinou… isso me ajudou a ser consistente com a decisão que eu tinha feito e que eu não iria hesitar com ela. Claro que eu conhecia a história, mas eu não necessariamente sabia o que eles estavam buscando. Mas para mim, as cenas que eu recebi, eu pensei “eu quero que ela seja… que ela tenha confiança sobre si mesma. E qualquer tipo de comentário brincalhão ou espirituoso que ela faça, eu quero garantir que venha com o senso de controle, ao contrário dela ser má ou só ‘eu sou mais inteligente que você’, sabe? e isso foi importante para mim. Eu quis que ela parecesse madura, e eu sei, eu acho que ela é bem jovem, né, mas eu não queria que… apesar de que certamente existe uma ingenuidade ali, no aspecto da jornada que ela tem. Eu queria que ela fosse de alguma forma madura, especialmente se ela quer ser uma líder, é como que “bom, você tem que mostrar que você pode ser uma líder.” E eu tinha sempre isso em mente. Mas de novo, quando você está em audição, você não… você captura algumas coisas mas você não pode… você não sabe o contexto de tudo então você não pode pensar nisso em excesso, você só tem que tomar uma decisão e ir com ela e foi o que eu fiz.

Eu acho que com o passar dos anos eu tenho aprendido como e quando ser assertiva. E isso é algo que leva tempo, então eu também senti que você não pode ser duro consigo mesmo. Se você teve experiências em que “ah, eu queria ter dito isso, eu queria ter dito aquilo”, todos nós fazemos isso, todos nós olhamos para trás mas isso faz parte do crescimento. Eu acho que a coisa mais importante é entender o que você precisa para a sua atuação e para o seu trabalho. Outra vez: isso leva tempo, isso exige saber o que não funciona e talvez tendo uma má experiência. Mas tudo o que temos é o poder de dizer ‘não’. Todos ao seu redor, seus representantes, eles terão alguma ideia de onde eles veem a sua carreira indo ou o qual tipo de ator ou qual tipo de artista que eles enxergam em você. E eles vão criar isso nas próprias cabeças ainda mais se você não for claro sobre quem você quer ser. Então você precisa ser claro e vocal sobre como você se vê. E isso só ajuda as pessoas ao seu redor, e sua equipe, a colaborar para transformar isso em realidade. Eu acho que, similarmente, quando você está em situações no set, e isso é muito difícil e se você está, você sabe, todos nós já nos sentimos desconfortáveis ou não tem certeza sobre algo e se você se posicionar você meio que sente um “você está sendo um pouco difícil” e eu diria que nunca vai ser tão ruim quanto você pensa. Você precisa escutar esse instinto e se posicionar caso você não se sinta confortável.

Seja qual for o retorno ruim eu garanto que é falso, e são só eles no momento, talvez alguém tentando tirar algo de você porque eles acham que precisam, mas você se surpreenderia, as pessoas também seguirão se você definir o tom. Só se lembre que todo mundo teve o tempo de fazer o trabalho deles, seja lá o que está acontecendo, eles tiveram o tempo de posicionar aquilo. Agora é você na câmera, ou você interpretando, agora é a sua hora. Então você precisa se garantir que está se protegendo e fazendo tudo o que é necessário para fazer o seu trabalho. Minha nossa, eu lembro de receber aquela ligação. Eu estava em Berlim e recebemos a confirmação para a capa da Vogue Britânica, o que é incompreensível, porque em primeiro lugar eu estava “calma, o Edward sabe quem eu sou?” Foi a primeira coisa que eu… tipo “quê!?” Então aqui estava eu, no set, para a minha capa da Vogue Britânica, loucura, com o lendário Nick Knight na câmera. É um tipo de atuação, eu diria, porque você está pensando sobre diferentes emoções que você quer retratar.


Fonte: Vogue Britânica
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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A Vogue Britânica em parceria com o YouTube, deram início a uma nova série de masterclasses, a Vogue Visionaries, onde especialistas do mundo da moda, beleza, música e muito mais, compartilham suas palavras de sabedoria e conselhos sobre como ter sucesso em seu campo escolhido. Dividido em cinco capítulos, Naomi Scott aborda seus primeiros passos na indústria, como se dar bem em uma audição, seus papéis determinantes, como lidar com as críticas e os conselhos que ela daria ao seu ‘eu’ mais jovem.

Para quem quer começar a atuar, a aula de Naomi Scott é cheia de anedotas perspicazes e dicas valiosas para aspirantes a artistas. De seus dias cantando no coro da igreja até sua primeira audição (para um comercial de seguro holandês), Scott revela como ser notada, as habilidades necessárias para uma self-tape de sucesso e como lidar com a síndrome do impostor.

O Naomi Scott Brasil decidiu transcrever cada capítulo e fazer da aula da Naomi para o Vogue Visionaries um especial.

CAPÍTULO DOIS – PASSANDO EM UMA AUDIÇÃO

Então, eu lembro que minha primeira audição foi para algum tipo de companhia de seguros holandesa, existe algo em algum lugar em que eu estou com uma mochila, indo pra escola. A ideia da Síndrome do Impostor, que eu acho que todo mundo enfrenta, era algo que não mostrou as caras tão cedo e eu acho que tinha uma parte de mim, quando eu era muito nova, eu não tinha tempo para pensar demais nas coisas. Até que o tempo passa e você fica “oh a mesma garota estava na audição todas as vezes, minha nossa” “eu não fiz direito, eu não consegui aquele papel, por que eu não consegui?” e você começa a pensar excessivamente sobre as coisas e aí você fica “estão todos dizendo que vieram dessa escola de teatro” e eu fico “eu nunca fui a uma escola de teatro!” então você começa a ter todos esses pensamentos mas quando eu era mais jovem eu só entrava e “ah sim, é pra dizer algumas falas” como se… eu estava nervosa, mas eu não estava pensando muito sobre isso. E eu acho que existe certa beleza nisso, quando você faz uma audição confiando nos seus instintos, né? Eu acredito que pra mim sempre foi sobre tomar uma decisão e seguir com ela. Por que muitas das vezes, em audições, você não recebe todo o contexto do que está acontecendo, certo? Você pode receber só uma cena, você pode receber a cena só no dia, e você não sabe o que isso significa em relação ao filme inteiro, à obra inteira.

Então eu acho que aceitar e tomar uma decisão, mesmo que seja errada, talvez eles te dirijam para uma abordagem diferente mas isso normalmente é algo bom, você sabe, se eles estão te dirigindo e dizem “você pode tentar assim”, isso normalmente significa “okay, isso é ótimo, nós gostamos da decisão que você tomou mas nós queremos ver de um jeito diferente.” E ser aberto para trabalhar no lugar, enxergando aquilo como um mini workshop, e não ficar rígido quando eles te pedirem para fazer algo a mais, mas entendendo que eles não esperam que você seja perfeito, se você errar uma fala, confie em mim, eles não vão se preocupar. Então essas são coisas que eu tento me lembrar. Mas é sempre, você está sempre nervoso, o que é uma coisa boa pois significa que você se importa, mas, é, o nervosismo não vai embora nunca, desculpa.

Aceite o fato de que você vai ter uma audição terrível e que a lembrança dela vai te dar vergonha, mas vai ser uma boa história para depois do jantar. Se prepare. Só se prepare, porque… é. Deixe ir. O que está feito, está feito. Você não pode voltar e está tudo bem, você terá muitas outras. Não use muita maquiagem. Não seja duro consigo mesmo. Eu fiz audições para muitos projetos estadunidenses e por isso eu fiz muitas Self-Tapes. E na verdade eu consegui a maioria dos meus papéis com Self-Tape. Talvez eu só não seja tão boa pessoalmente. Mas fazer uma Self-Tape é uma habilidade, na verdade, e com o passar dos anos eu acho que lapidei essa habilidade. Você nem sempre vai poder encontrar um leitor, um ator para trabalhar com ele. Meu marido vai admitir, ele é terrível. Tipo, sinceramente, a voz monótona, ele não me entrega nada em retorno, e eu lembro que uma vez eu só fiquei “você sabe, isso aqui não está funcionando, eu tenho que encontrar um jeito diferente” porque eu sei o que eu quero dos outros papéis, então eu fiquei “tá bom, deixa eu gravar os outros papéis e só deixar espaços.” Então o que eu faço, eu uso o Logitech, você pode usar o GarageBand se você tiver o GarageBand e você pode só se gravar fazendo as outras falas e aí você pode editar isso e cortar para que você tenha espaço para o personagem que você está interpretando.

E desse jeito você também aprende as falas muito bem, e você pode… você pode entregar a performance que você quer do outro lado, se isso faz sentido. E eu acho isso fácil pois significa que eu não tenho que esperar para que alguém esteja disponível para ler comigo. É, só posiciono a câmera, eu tenho uma dessas câmeras que viram a tela, e eu aperto a barra de espaço e gravo e lá vou eu.

Isso funcionou para mim, quer dizer, para ressaltar: eu lembro que eu fiz a audição para Power Rangers com Self-Tape, eu literalmente fiz os cinco outros personagens em cena, entretanto eu nem consigo lembrar minhas vozes dos Power Rangers. Tudo o que eu lembro é que, minha nossa, tinha uma que era muito grave e eu ficava “Ei, você tem que pegar! O mundo está acabando!” algo assim e aí eu ia para uma super aguda, em que eu fazia algo meio Valley Girl. Eram todos os sotaques americanos diferentes que eu sabia, que eu conseguia pensar. Mas funcionou. Eles me contrataram. E sinceramente, alguns anos depois eu estava conversando com um dos produtores e eu falei “ah você sabe, porque todas as vozes eram minhas” e ele ficou “Quê?” e eu fiquei “é”, todas as vozes diferentes, ele não fazia ideia. Ele disse “eu achei que você tinha conseguido várias pessoas no quarto”. Isso funciona pra mim, e eu acho… exige um pouco de prática mas significa que você meio que pode controlar um pouco mais, o que… o que, você sabe, é legal ter a espontaneidade de um ser humano, é claro, mas isso não é sempre possível então esse é um meio que eu consigo resolver as Self-Tapes.

Normalmente com as Self-Tapes eu só garanto que eu tenha um fundo plano, basicamente: a menor quantidade de distrações, melhor. Novamente, você não pode… nunca vai ser perfeito, e está tudo bem. Eles não estão procurando que você faça perfeitamente e que seja essa perfeição toda, é só, você sabe, eles querem pegar a essência da sua performance, sabe? Então, é, eu normalmente faço com um fundo plano. Dependendo do que é, ter meu cabelo para trás para que eles possam ver meu rosto. Se forem duas cenas diferentes, eu posso fazer uma mais fechada, posso fazer outra num plano médio, só para mudar um pouco. Eu acho que sempre tem um helicóptero ou algo acontecendo no meio da minha melhor gravação. Sempre irritante. Mas é, só lide com isso.


Fonte: Vogue Britânica
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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A Vogue Britânica em parceria com o YouTube, deram início a uma nova série de masterclasses, a Vogue Visionaries, onde especialistas do mundo da moda, beleza, música e muito mais, compartilham suas palavras de sabedoria e conselhos sobre como ter sucesso em seu campo escolhido. Dividido em cinco capítulos, Naomi Scott aborda seus primeiros passos na indústria, como se dar bem em uma audição, seus papéis determinantes, como lidar com as críticas e os conselhos que ela daria ao seu ‘eu’ mais jovem.

Para quem quer começar a atuar, a aula de Naomi Scott é cheia de anedotas perspicazes e dicas valiosas para aspirantes a artistas. De seus dias cantando no coro da igreja até sua primeira audição (para um comercial de seguro holandês), Scott revela como ser notada, as habilidades necessárias para uma self-tape de sucesso e como lidar com a síndrome do impostor.

O Naomi Scott Brasil decidiu transcrever cada capítulo e fazer da aula da Naomi para o Vogue Visionaries um especial.

CAPÍTULO UM – PRIMEIROS PASSOS

Eu cresci cantando na igreja, na verdade. Minha primeira apresentação, eu lembro, foi esse programa de verão chamado “Wanna Sing, Gonna Sing” que nós tínhamos na nossa comunidade local. A mulher que estava comandando o evento, ela disse “você vai cantar Aretha Franklin, I Say a Little Prayer”, e eu fiquei tipo “arh”, é uma música grandiosa. Eu acho que eu tinha 11, 12 anos. E então como eu progredi, na questão de como eu cheguei à atuação. Eu estava cantando num evento da igreja. Tudo tem a ver com a igreja, a propósito, como vocês devem ter percebido. Eu sou a filha dos pastores, eu cresci na igreja.

Tinha uma mulher lá, o nome dela é Kéllé Bryan, um salve pra Kélle Bryan, ela fazia parte da banda Eternal, eu não sei se alguém assistindo se lembra dessa banda, “[cantando] I wanna be the only one to hold you”, excelente música. Então a Kélle estava lá e ela me viu cantando e depois ela veio até mim e ela tinha uma pequena agência de teatro e ela disse algo como “eu adoraria talvez trabalhar com você, eu acho que você tem algo” e ela disse “não se preocupe, eu sei que você consegue atuar” e ela nunca tinha me visto atuar, ela só falou “ah não se preocupe, você consegue atuar” e eu fiquei “tá bom”.

Quando você é assim tão novo, você não pensa demais nas coisas e você vai no “sim, claro!” e se alguém disser “eu sei que você pode atuar” você não… a síndrome do impostor não começa ainda. Então eu entrei para a agência dela, e esse foi o início para que eu começasse a fazer as audições. Eu não necessariamente sei os processos, por exemplo, para escolas de teatro ou como funciona. Eu não posso falar muito sobre isso. Entretanto eu sei que se você publica as coisas, as pessoas talvez possam vê-lo. E eu conheço tantas histórias de pessoas que acabaram de gravar um curta-metragem, não precisa ser caro, pode ser eles com um grupo de amigos e alguém viu isso e ficou “uh, existe algo aqui” ou “a atuação dessa pessoa”.

Eu acho que existem oportunidades agora, mais do que nunca, para criar o seu próprio conteúdo, o que eu acredito que vai ajudar a ganhar representação. Conforme eu fui crescendo como artista, através dos anos, eu queria afiar o porque de eu fazer o que eu faço. E eu acho que foi meio orgânico, meu marido e eu começamos nossa produtora ano passado, e eu acho que tem sido incrível criar conteúdo por si mesmo e ser capaz de estar lá na concepção da ideia e ver ela crescer. Você realmente passa a fazer parte do porque, e agora tudo é muito fluido. Enquanto antes parecia existir somente um caminho para conseguir que as coisas sejam feitas, para demonstrar suas habilidades, para publicar um material… Agora, existem tantas avenidas nas quais você pode percorrer, seja no YouTube ou outras plataformas nas quais você pode compartilhar seu trabalho, e criar, e expor para o mundo, o que eu acho muito importante.


Fonte: Vogue Britânica
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil