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Por

Alguns minutos antes de entrevistar Naomi Scott, a londrina de 26 anos que interpreta a Princesa Jasmine na nova versão em live-action de Aladdin, eu recebi uma ligação do diretor Guy Ritchie que me deixou em alerta. Ritchie geralmente não é o tipo que oferece elogios desmedidos, mas no caso de Scott ele os jorra sem restrições. “A Naomi é uma espécie de reator nuclear quando se trata de radiar generosidade e talento,” ele disse, adicionando que seu carisma natural é francamente “intergalático”.

Então é claro que eu estou preparado para uma decepção quando Scott aparecer essa manhã no restaurante West Hollywood. E se o seu encanto for meramente interplanetário? Mas logo após ela entrar na cabine do canto, vestindo um top branco e botas grossas, eu comecei a perceber o que Ritchie quis dizer. Primeiro, Scott  encantou a recepcionista, o garçom, e um bebê que passava num carrinho, e no final do café da manhã ela tinha meu telefone nas mãos para que pudesse gravar uma mensagem em vídeo para minha jovem sobrinha e sobrinhos – um alô personalizado da Princesa Jasmine. (Ideia dela.) Fato, ela é uma atriz, e a maioria dos atores pode ser convincentemente agradáveis por uma ou duas horas. Mas o crescente bulício acerca de Scott, que também contracenou com Kristen Stewart no novo filme de As Panteras, é especialmente notório por que ela nem tem certeza se a atuação é a sua verdadeira vocação. Com uma carreira que começa a se desenvolver como cantora, compositora e outras coisas também, Scott possui uma matriz de traços e paixões que uma vez podem ter parecido contraditórias mas que para a sua geração, ela espera, está se tornando habitual. Ela é uma cristã devotada, ela é uma inglesa com herança indiana, ela é uma esposa de um jogador de futebol, ela está gravando seus próprios videoclipes e produzindo outro projeto para um rapper do Reino Unido. “Eu sou uma mistura de um monte de coisas,” ela diz.

Uma coisa que Scott definitivamente não é: uma princesa. Então quando ela recebeu o retorno após sua primeira audição para Aladdin em Londres, ela decidiu que algumas estratégias estavam em ordem. A auto-descrita menina moleque fez uma rápida viagem para o Topshop na Oxford Street para comprar vestidos floridos, já que ela não tinha nenhum no seu armário. “Ele era azul claro,” ela recorda. “Eu nunca o vestirei de novo.” Depois de mais leituras, encontros e testes gravados frente a frente com Mena Massoud, que interpreta o garoto de rua principal que se torna um príncipe, Scott finalmente recebeu a oferta, encerrando a busca pelo mundo que durou meses e envolveu centenas de candidatas à Jasmine. (Will Smith, como Gênio, foi confirmado antes.) “Corta para quando eu apareci no primeiro ensaio, e eu estava vestindo minha roupa de treino da Nike,” Scott diz. “Foi tipo, ‘esse é o meu verdadeiro eu – ha ha, peguei vocês!”

Scott e os cineastas também passaram muito tempo desenvolvendo a personagem da Jasmine, que na versão animada era bidimensional em todos os sentidos. Embora em 1992 a Jasmine tenha sido qualificada como uma heroína forte, com sua insistência ao desafiar a tradição para se casar com o homem que ama, Scott sentiu que em 2019 tinha muito espaço para humanizar a personagem e dinamizar aquilo que ela chama de suas tendências de “chefona”. Existe o novo enredo que traz a princesa enfrentando o perverso Jafar para proteger a liberdade de seu reino. “Aconteceu que a Disney, o Guy e os produtores estavam com a mesma mentalidade sobre o que eles queriam para essa personagem,” Scott conta. “Aquilo realmente me empolgou e me fez sentir tipo, ‘eu vou conseguir esse papel’.”

Ritchie lembra que quando ele encontrou Scott pela primeira vez em Londres, ele nem sabia que ela cantava há anos e já estava lançando seu terceiro EP de suas próprias músicas. Mas logo ele percebeu que ela tinha grande habilidade para fazer mais do que os agudos para uma versão decente de “Um Mundo Ideal”. A trilha sonora do Aladdin de Ritchie inclui duas novas músicas do compositor original Alan Menken, que colaborou com Benj Pasek e Justin Paul, com a fama de La La Land. Então dessa vez, a Jasmine ganha seu próprio hino crescente, chamado “Speechless”. “É basicamente a declaração de que ela não vai ser silenciada, que, como todos nós sabemos, é uma mensagem que é muito importante agora,” Scott fala. “Essa ideia de ser um catalisador – se você se expressa, talvez eu possa me expressar.”

Scott começou a cantar quando criança na igreja, e na adolescência atuou em projetos como a série de ficção científica Terra Nova e o filme do Disney Channel Lemonade Mouth. (Seu maior show de cinema foi no filme dos Power Rangers de 2017.) Mas ela sempre imaginou que cantar e compor seriam sua vocação principal, e o plano é continuar a tornar isso grande no mundo da música. “Eu não me vejo como uma artista especializada,” Scott conta. “Acho que eu tenho os pedaços que podem traduzir comercialmente quando é a a hora certa.”

“Genre-wise”, ela foi influenciada pelo gospel pop de artistas como Mary Mary e Kirk Franklin, apesar de que músicas recentes estão mais embasada em R&B e claramente não são voltadas à playlist matinal de domingo da igreja – ou trilhas sonoras da Disney. No single “So Low,” que Scott lançou no último ano, ela lamenta um amor perdido que foi ofuscado pelas coisas erradas. (“Ninguém te falou que a grama não é mais verde/ L.A não é mais doce/ Só é cheia de sonhadores.”) Ainda, esse ano ela planeja gravar ao menos uma música com um coral inteiro no fundo.

Os pais de Scott são ambos pastores na igreja dos arredores de Londres. (A família de sua mãe emigrou da Índia para Uganda e eventualmente para o Reino Unido; seu pai é britânico.) “Eu tenho certeza que muita coisa vem na cabeça das pessoas quando elas escutam ‘a filha dos pastores,'” ela diz. Mas o modo que seus pais abordam o cristianismo foi menos rígido do que os esteriótipos sugerem. “Enfim, o que é realmente importante é ter uma abertura às dúvidas,” diz Scott. “Eu sou definitivamente uma questionadora em todos os sentidos – e se alguém desliga minhas perguntas, aí eu questiono ainda mais. Tipo, hmm, tem algo estranho ali.”

Scott diz que seus pais essencialmente permitiram que ela descobrisse sua fé por si mesma, o que não só a fez mais forte mas também a ajudou a se relacionar com aqueles que não compartilham de sua fé. “Sim, eu tenho um sistema de fé, mas eu não sei tudo, e nós somos todos tão bagunçados quanto qualquer outro,” ela diz. Foi na igreja com 16 anos que Scott conheceu seu futuro esposo, o jogador de futebol Jordan Spence, que agora é o lateral direito do Ipswich Town.

Casada desde 2014, os dois trabalham como um time em projetos musicais, incluindo um próximo vídeo para o rapper Nick Brewer que eles irão produzir e dirigir. (Scott não assinou contrato e prefere continuar independente pela liberdade que isso permite.) Mas a entrada de Scott em filmes complica o cronograma do casal. Elizabeth Banks, que há três anos fechou contrato para dirigir o novo As Panteras, conheceu Scott em 2016 nas gravações de Power Rangers e imaginou que ela seria perfeita para interpretar Elena, uma das três Panteras. Durante o casting, sem saber que Scott acabara de ser escalada como Jasmine, o time de Banks procurou por materiais de Scott. “Eles ficaram tipo, ‘Bem, ela está fazendo Aladdin. Tchau!” Banks recorda. Então a data de início de Banks foi prorrogada, e ela organizou para trazer Scott para uma leitura em Londres.

Dessa vez, Scott não precisou passar por alguém que soubesse seu caminho pelo palácio. “Eu estava procurando por uma mulher típica,” Banks diz. “Uma relatável garota da vizinhança que os membros da plateia pudessem olhar e pensar, ‘se essa garota pode virar uma Pantera, então eu posso também.'” Depois da leitura de Scott, “os executivos do estúdio assistiram cerca de 40 segundos da sua gravação e estavam tipo, ‘sim’.” Uma vez iniciada as gravações, Banks viu que Scott estava conseguindo fazer tudo o que chegava nela, incluindo cenas improvisadas, que podem desconcertar até comediantes veteranos. “As pessoas verão o grande alcance da Naomi,” Banks conta. “Eu acho que este será um épico ano para ela.”

Enquanto continua fácil para Scott saltitar por L.A. ou Londres sem ser reconhecida, ela têm tido alguns antegostos da investigação implacável que é inseparável das celebridades esses dias. Faltando poucas horas para o anúncio do elenco completo de Aladdin, uma onda de posts começou no Twitter com alguns usuários lamentando que a herança de Scott não é do Oriente Médio. (O filme ocorre na cidade fictícia de Agrabah, mas em versões anteriores era em Bagdá, e a história original vem de As 1001 Noites, também conhecida como Noites da Arábia.) Scott preferiu não responder. Como uma pessoa de etnias misturadas, ela sabe o que é ser considerada como muito branca, e também como não branca o bastante, entre outras faltas percebidas. “Minha responsabilidade é com a personagem,” ela diz, acrescentando estar orgulhosa da diversidade de todo o elenco.

No mundo mais amplo das redes sociais, Scott, que admite a uma pessoa simpática, continua procurando por meios de ignorar os comentários sarcásticos de quem quer que seja o troll anônimo do dia. “É difícil, cara,” ela diz. “Não vou mentir para você e dizer que eu nunca olhei no Twitter para ver o que as pessoas estão falando de mim. Ninguém que diz isso está mentindo! Então você tem que se treinar. É na verdade uma disciplina para não olhar.”

Banks lembra que quando observou Scott no set de Power Rangers, a atriz estava no início de seus 20 anos, mas já estava casada e exalava uma aura madura que a separou de seus jovens colegas de cena; havia algo sereno e decidido nela. Para Scott, essas qualidades podem parecer ilusórias. “Eu sou um trabalho em progresso,” ela diz. “Eu sei que vou pisar na bola e dizer a coisa errada ao invés de sempre acertar.” Por hora, “eu só estou tentando essa abordagem de ser honesta, de ser eu mesma, e vendo como isso vai acontecer.”

Fonte: W Magazine
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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A Princesa Jasmine sempre foi associada à sua vibrante vestimenta turquesa e suas calças de harém que ela vestia durante a animação clássica de 1992, Aladdin, da Disney. Mas quando Jasmine veio ao mundo dos live-actions, interpretada por Naomi Scott na nova adaptação de Guy Richie que estreia dia 24 de maio nos cinemas, abriu-se um “guarda-roupa ideal” e um estilo mais moderno para a princesa de Agrabah.

Como parte do Summer Movie Preview, da EW, Scott e o figurinista Michael Wilkinson trouxeram à tona as ideias, as motivações e as silhuetas por trás de algumas novas roupas da Jasmine que eles usaram para cenas chaves.

“A temática principal é a estrutura rígida versus a liberdade que eu acredito ser claramente a metáfora para sua jornada como personagem,” disse Scott à EW. “Se ela está vestindo algo que seja rígido e alinhado não pode ser só para que fique bonito, precisa estar conectado com a história.”

O filme cria cerca de 10 novas roupas para Jasmine, cada uma traçando o arco de sua história. Para cenas nas quais Jasmine sente o peso de seu senso de dever e suas responsabilidades, seus vestidos tendem a ser mais detalhados, arranjados e restritivos, enquanto em cenas onde ela começa a se sentir mais livre, as roupas ficam mais soltas e leves.

“Quando você está desenhando os figurinos para um filme em live-action baseado na animação, há a oportunidade de pegar esses personagens e dar a eles, literalmente, mais profundidade e detalhes, penso neles como pessoas articuladas com psicológicos complexos e personalidades interessantes, então foi maravilhoso explorar quem a Jasmine realmente era e ser capaz de expressar isso através de seus muitos figurinos na trama,” contou Wilkinson. O figurinista tomou influências de numerosas fontes para realizar as autênticas e culturalmente precisas criações para Jasmine, frequentemente desenhando em homenagem à descendência indiana da própria Scott. Ele falou que se inspirou nas histórias originais de “Mil e Uma Noites” de onde surgiu o Aladdin, também voltando-se para a ideia de que essa Agrabah do Richie é uma cidade portuária que se encontra na encruzilhada entre o leste e oeste da Arábia, fazendo dela um caldeirão da cultura árabe, indiana e asiática.

“O filme é uma celebração à beleza da cultura árabe,” Wilkinson acrescenta.

Tendendo ao Turquesa

O conjunto icônico de top e calças harém turquesa da Jasmine é um cânone entre os figurinos das princesas da Disney, e Wilkinson e Scott sabiam que precisavam fazer-lhe jus. Wilkinson atualizou o look com um corpete cor de pele e calças fluidas bordadas com cristais e penas de pavão dourado.

“Nós falamos muito sobre a iconografia e imagem que seria relevante para a personagem e nós realmente gostamos da ideia por trás do pavão,” disse Wilkinson. “Conversamos sobre a Jasmine estando presa em uma jaula de ouro – ela precisa viver dentro das regras dessa côrte mas está lutando para fazer as coisas do seu próprio jeito e descobrir seu próprio poder… ela realmente quer apoiar e lutar por seu país e ter o sentimento de liberdade.” Scott acrescenta, “Essa é a ideia de manter esse sentimento recatado enquanto mantém a beleza, o esplendor e a ousadia. Acho que foi muito importante e eu acredito que conseguimos alcançar o equilíbrio.”

A Ida Irreconhecível

Agoniada para escapar dos confins do palácio e vagueando pelos mercados de Agrabah, Jasmine pede emprestada uma roupa mais fresquinha modelada como um Salwar Kameez indiano – uma túnica sobre calças cônicas – de sua criada Dalia. “Melhor do que colocá-la numa grande capa escura que iria destacá-la demais já que as pessoas nos mercados são bastante brilhantes e coloridas, nós imaginamos que isso seria divertido,” conta Wilkinson.

E são nas ruas de Agrabah que Jasmine encontra o cativante “rato de rua” e eles são perseguidos no labirinto pelos guardas do palácio, que não reconhecem a princesa. “O que foi muito importante foi que eu posso me movimentar nela pois é claro que ela começa a correr também,” Scott diz. “Existe esse equilíbrio de sensações que aquilo vem da casa real mas que obviamente não vem da realeza.”

Os projetos anteriores de Wilkinson mantinham as roupas num tom um tanto quanto neutro, mas para Scott, foi a explosão de amarelo e verde brilhante e as bainhas vermelhas adicionadas mais tarde que verdadeiramente fizeram a roupa. “Era leve e eu acho que ficou muito bonita quando composta naquela cena em particular, sendo minimizada” falou Naomi. “Às vezes os figurinos mais simples são os que você mais ama.”

Conheçam a Princesa

Quando os pretendentes se reúnem no palácio para pedir a mão de Jasmine em casamento, ela está trajada com um impressionante vestido magenta de cauda longa, com detalhes em turquesa e bordado com moedas de ouro e cristais.

“Nós quisemos mostrar a formalidade e a firme estrutura de toda essa configuração no vestido em si, portanto é um corpete bem restritivo, mas é altamente decorativo,” explica Wilkinson. Mas Jasmine não é uma princesa comum, mesmo em vestes formais da realeza, ela ainda tem seu próprio jeito de fazer as coisas – o vestido esconde um par de calças turquesas debaixo da saia. “Eu fui sempre muito, muito convicta de que quanto mais calças, melhor, assim como para mim, essa é a marca registrada da Jasmine,” disse Scott.

Ela acrescenta, “Essa foi a única vez que pareceu certo ter aquela cinta, aquilo a endireita completamente e é a primeira vez que a vemos partindo de uma fuga pela lama com Aladdin para, enfim, ser absolutamente o grande sucesso… então sua roupa era muito desconfortável mas incrivelmente impressionante e digna.”

Sob o Luar

Enquanto Jasmine aguarda seu encontro com o Príncipe Ali (Aladdin disfarçado) no pátio do palácio, ela veste um vestido magenta vibrante e coral. “[Ali] tinha prometido encontrar-se com ela em segredo e acaba não aparecendo, e ela leva um bolo,” disse Wilkinson. “Eu sabia que precisava criar algo muito especial para esse momento.”

O vestido é mais soltinho do que as outras vestimentas mais rígidas de Jasmine, as roupas reais, e entrelaçado nas influências indianas dos bordados e a influência árabe nos véus e jóias, com tecidos originados por Wilkinson de Morrocos, Turquia, Índia, Jordânia e Irã.

“O que eu também quis fazer com seu figurino é mostrar a força da sua personagem na combinação das cores de maneiras bem inusitadas – a escolha do coral e da magenta é bastante incomum e dá a ela a característica de um estilo icônico e personalizado,” Wilkinson conta.

Scott completa, “O que eu amei sobre essa roupa foi o fluxo através dela e as cores juntas, o laranja e o rosa, eram simplesmente deslumbrantes, tão tão bonito. Tiraram uma foto, e pareceu que veio de um filme de Bollywood.”

Uma Árabe da Realeza

Com a ajuda do Gênio, Aladdin encantou seu caminho para dentro do palácio disfarçado como o misterioso Príncipe Ali, buscando pela mão da Princesa Jasmine em casamento. Quando ela é apresentada para ele, ela está usando um belo vestido laranja com mangas onduladas e tons de verde – uma mistura incomum de cores mas como Wilkinson esclareceu, muito frequente nas culturas da Arábia e do sul da Índia. “A cor, o material e os detalhes trazem todo um mundo diferente e novo,” diz Scott. “É aí que você pega coisas que se confrontam e as junta para criar algo novo, e é isso que eu amei nessa roupa.”

A utilização do verde é também uma provocação visual já planejada, Wilkinson adiciona. “Nós incluímos um pouco de turquesa a todos os seus figurinos até… a roupa turquesa ser revelada.”

Wilkinson sabia que esse seria um dos figurinos mais formais e exuberantes de Jasmine, então ele construiu algo para se encaixar no perfil. “Eu quis que fosse bem restritivo nos movimentos então o corpete é bastante justo e controlador,” ele diz.

Fonte: Entertainment Weekly
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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Naomi Scott é uma Princesa da Disney vinda do exótico reino de… Essex.

Scott me cumprimentou em uma suíte no Ham Yard Hotel em Soho. Ela estava descansando em um sofá, tendo chegado há apenas algumas horas de Los Angeles, onde esteve trabalhando no live action da Disney, Aladdin, dirigido por Guy Ritchie.

Um par de saltos stiletto estava no chão, entretanto seus pés calçavam os chinelos brancos e fofinhos do hotel. ‘Será que ela vai levá-los consigo?’, pensei. Ela balançou a cabeça. “Eu roubei as canetas”, disse solenemente.

Scott, cujos pais são pastores de uma igreja em Redbridge, interpreta a Princesa Jasmine, uma jovem mulher presa em um mundo luxuoso em Aladdin, que estréia aqui em 22 de Maio.

“Tem um senso de restrição na vida dela, até nas roupas,” Naomi me falou da personagem. “Tudo o que ela deseja é algo real – uma chance de experimentar a vida real.”

“Seu objetivo no início do filme não é o sonho de que um homem a salvará – ela não encontrará felicidade nisso. Ela precisa ordenar-se primeiro, antes que um homem entre em cena.”

Todas as músicas da animação estão no filme, também, mas o grande momento de Scott vem quando Jasmine precisa se posicionar contra a injustiça em sua terra.

Ela o faz com uma poderosa música chamada Speechless (sem palavras), escrita por Benj Pasek e Justin Paul, a dupla de compositores por trás dos premiados musicais em Londres: Dear Evan Hansen, The Greatest Showman e La La Land.

Eu pude escutar a uma prévia do número (apesar de ter visto apenas algumas cenas do trailer) e é formidável.

“Para as meninas e os meninos, é uma música com uma mensagem. Você tem uma voz, e você pode falar,” Naomi falou, adicionando que mesmo quando a batalha está perdida “é importante falar”.

Ela riu e então acrescentou: “Não é bonito. Eu literalmente tenho veias saltando do meu pescoço quando canto Speechless.”

Mesmo assim, seria muito legal se a música crescesse e se tornasse um sucesso como This Is Me de The Greatest Showman.

Eu estava bebendo com Pasek e Paul no Covent Garden Hotel pouco depois de ter escutado à Scott cantando a trilha criada por eles.

Os dois falaram animados: “Ela é ótima! Nós a amamos!! Ela será uma grande estrela!!!”

Além de Aladdin, Scott (que apareceu em séries de TV, teve um papel no filme dos Power Rangers e cantou em albuns e clipes) será vista no novo filme de As Panteras, ao lado de Kristen Stewart e Ella Balinska, com um número de estrelas interpretando a tropa de Bosleys.

Scott nasceu em Hounslow. Aos nove anos seus pais, Usha e Chris Scott, mudaram a família para Ilford.

“Aí eu virei uma garota do leste de Londres,” ela falou, cantarolando: “Leste de Lon-dun”.

Ela teve seu início aos 11 anos, cantando na banda da igreja. Ela nunca fez aulas de canto, mas me contou que ela foi inspirada por cantoras gospel como Mary Mary, Kim Burrell e Kirk Franklin. “Eu escutava e replicava aquilo que ouvia.”

Quando a vi na capa da Vogue Britânica de abril eu fiquei satisfeito que aquela filha de uma mãe indiana, de Uganda e descendência Gujarati, e pai branco e inglês parecia completamente em casa naquela revista estonteante. Aquilo certamente mandou uma forte mensagem.

Sua falecida avó – a mãe de sua mãe – estaria orgulhosa. “Ela me disse para sempre me esforçar por que nada será, simplesmente, dado a você,” ela falou.

“Minha vó se casou aos 15 anos,” acrescentou Scott, que inclusive é casada: com seu amorzinho da infância, o defensor do Ipswich Town, Jordan Spence.

“Ela teve dez crianças. E ela amava e adorava aquelas crianças. Minhas tias estão em todo o mundo, fazendo grandes coisas. Eu acho que ela realmente quis empoderar suas meninas a terem a decisão sobre quem elas gostariam de ser, e com quem elas queriam casar. Eu não subestimo isso.”

“Ela morava perto de Heathrow e eu tenho as melhores lembranças da casa dela. Fazia chapatis com ela. Eu sempre os associo a ela.”

“Ela se foi alguns anos atrás, mas a influência permanece.”


Fonte: DailyMail
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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No último final de semana, Naomi Scott se apresentou no BST Hyde Park Festival em Londres. A revista FAULT conversou com Naomi nos bastidores do festival.

Com quem você mais gostaria de fazer uma parceria – de todos esses artistas que você citou?

Sinceramente – Eu realmente amo Chance The Rapper. Eu adoraria fazer algo com ele. Em questões de parceria, ele seria ideal em termos de o que realmente se trazer a mesa. Eu também amo J.Cole – e o que eu amo em sua música são suas histórias. Sempre há uma mensagem em sua música.

Todos nós sabemos do seu momento principal em Hollywood – Mas qual é seu momento principal na música?

Para mim, o momento principal foi apenas ser capaz de crescer e ser independente. Mas o maior momento foi há um mês atrás quando eu encerrei minha tour no Reino Unido, em Londres. Eu estive lançando musicas por um bom tempo e as pessoas sabiam todo o catálogo. Coisas que eu lancei anos e anos atrás.

O que mais se destacou?

Eu estava em Cardiff, em Wales, e tinha uma menina bem na minha frente que sabia toda a letra de toda música. Para mim – Aquele foi o melhor momento.

O que você quer que seus fãs captem de sua música?

Eu sinceramente só quero que as pessoas tenham um bom momento. Eu quero que eles se divirtam, eu sou completamente eu no palco e eu quero que as pessoas se sintam felizes quando eles vierem aos meus shows. Como nos filmes – de alguma maneira. Eu quero que seja uma experiência memorável.

O que é seu festival FAULT?

Bem, esse é meu primeiro festival, então eu irei apenas dizer que está muito calor lá fora e eu sou bem desorganizada!


Fonte: Fault Magazine
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil