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Arquivo de Entrevistas



postado por equipe nsbr06.01.2025

Estampando sua primeira capa da VOGUE Hong Kong, Naomi Scott concedeu entrevista para a revista e falou sobre Smile 2, o mundo do terror e seu novo álbum que será lançado este ano.

Naomi Scott junta-se ao crescente grupo de talentos multifacetados, com conquistas impressionantes em diversas áreas criativas. Além de atriz, Scott também é cantora e compositora. Ela estrelou como a icônica Jasmine no remake em live-action de Aladdin e cofundou uma produtora com seu marido em 2020.

Sua conquista mais recente? Além de tudo isso, Scott colocou literalmente sangue, suor e lágrimas na criação de Smile 2, um thriller psicológico que demonstra todo o alcance de seu talento. Do canto à dança, da atuação à coautoria do roteiro e produção, o filme destaca sua impressionante versatilidade e marca sua primeira incursão no mundo sutil e sofisticado do terror.

Você já esteve em Hong Kong? O que está ansiosa para conhecer quando visitar?

Sim, há mais de 10 anos, por 2 dias – levei meu pai comigo! Não tive realmente a chance de explorar a cidade. Estou muito empolgada para voltar agora como adulta. Quando estou em um lugar novo, quero entender tudo sobre ele. Há muita história em Hong Kong que mal posso esperar para conhecer. Acho que você também descobre isso ao encontrar pessoas, entendendo um pouco sobre as nuances das diferentes áreas e como os diferentes tipos de comunidades se uniram.

Você é fã de filmes de terror? Qual gênero gostaria de explorar a seguir?

Eu não cresci assistindo a filmes de terror. Já adulta, passei a apreciar como o terror utiliza histórias e narrativas para ser subversivo em relação aos temas que aborda. É uma forma incrivelmente inteligente de contar uma história e nos permite explorar partes mais sombrias da humanidade, que são difíceis de abordar em uma representação mais direta. Alguns dos visuais mais criativos vêm de filmes de terror. O Iluminado, Suspiria, O Bebê de Rosemary e outros são o ápice do cinema. Clássicos do terror estão entre as obras visuais mais referenciadas de todos os tempos.

Eu gosto da absurdidade que o horror permite. Acho que é um gênero maravilhoso. Claro, ele abrange um espectro que vai desde as versões mais sangrentas – e essa também é uma forma válida de entretenimento. Mas, assim como qualquer outro gênero, o horror possui uma gama de possibilidades. Penso que ele tem sido um pouco subestimado em relação ao que é capaz de oferecer e ao quão elevado pode realmente ser.

Entre cantar, dançar, atuar e coescrever músicas… Como você conciliou tudo isso em Smile 2? Qual é a parte mais difícil de desempenhar tantos papéis diferentes? E qual foi a melhor parte?

A melhor parte é a colaboração e a liberdade de ter controle sobre a personagem, além de trabalhar com um diretor que é um grande colaborador. Algo que ajudou muito foi o fato de que já havia muitas coisas sendo construídas e desenvolvidas antes de eu chegar. A parte mais difícil é que o filme tem uma grande parte focada apenas em mim, com cenas muito intensas. Nunca havia um dia tranquilo. Eu pensava: ‘beleza, isso aqui já terminei.’ Mas, em seguida, a próxima cena do cronograma era algo ainda mais desafiador para o corpo e para a energia. O mais difícil foi lidar com o cansaço provocado por uma performance muito intensa e conseguir manter esse nível ao longo de toda a filmagem.

Como você garante espaço para cuidar de si mesma enquanto trabalha em um projeto tão física e emocionalmente desgastante?

Eu não levo nada para casa comigo. Tenho um marido incrível que cuidava de tudo para mim. Eu fazia todas as coisas relacionadas à saúde – relaxar, tomar chás, meditar, até brincar com word wheels. Se você quer que algo pareça real, precisa de um certo nível de imersão. Mas eu sou o tipo de pessoa que, na maioria das vezes, quando dizem ‘corta’, volto a ser eu mesma. Nem mantenho o sotaque. Preciso desses momentos de leveza entre as cenas. Caso contrário, fica difícil para todo mundo.

Você também tem uma produtora com seu marido. Pode me contar mais sobre isso?

Meu marido e eu fundamos uma produtora em 2020 chamada New Name Entertainment. Ela nasceu do desejo de ambos seguirmos nossa curiosidade. Como podemos agregar valor ao processo criativo de fazer algo? Não é um projeto de vaidade – queríamos realmente sintetizar quem somos em termos de identidade e o que queremos dizer. Começamos ajudando pessoas por meio de apoio financeiro, seja para ingressar em escolas de teatro ou acessar determinados cursos. Para atores, pessoas que querem produzir, dirigir ou escrever – todos esses diferentes papéis na nossa indústria – muitas vezes, especialmente para quem vem de um ambiente socioeconômico mais desfavorecido, as barreiras de entrada podem ser um pouco mais difíceis de superar.

Qual foi o melhor conselho que você já recebeu?

Provavelmente da minha mãe. Ela sempre diz: ‘Seja rápida para ouvir e lenta para falar.’ Eu sou péssima nisso. O motivo pelo qual esse é o melhor conselho provavelmente é porque é o mais adequado para mim.

Se você pudesse, o que diria ao seu eu mais jovem?

Aprenda outro idioma quando tiver a chance. Pratique piano. Apenas aproveite a vida. Acho que teria dito ao meu eu adolescente: ‘Relaxa um pouco.’ Valorize sua singularidade. Abrace essa criatividade. Ninguém pode ser você. Simplesmente vá em frente.

Você sempre quis trabalhar com entretenimento enquanto crescia?

Na verdade, eu queria ser arqueóloga. Eu costumava ir ao jardim, enterrar coisas e depois fingir que as descobria novamente. Eu simplesmente achava isso a coisa mais incrível. Talvez tudo volte ao ato de atuar, porque eu ia para o jardim e fingia ter feito uma descoberta incrível, embora estivesse completamente sozinha.

Conte-me mais sobre o seu álbum que será lançado este ano.

Eu simplesmente amo escrever e fazer música. Ter a chance de criar música com pessoas que considero incríveis é um privilégio. Eu queria criar uma paisagem sonora, em vez de apenas escrever músicas com voz e violão. É um pouco mais sobre construir um mundo, inspirado pela música que cresci ouvindo e pelas coisas que me trazem nostalgia. Comecei esse projeto há três anos e meio, quando tinha cerca de 27 anos e passei por uma espécie de crise do quarto de vida. Minha crise girava em torno da ideia de me casar muito jovem. Não havia nada intrinsecamente errado na minha vida, mas parecia que ela simplesmente havia acontecido, e eu não tinha processado os outros caminhos que minha vida poderia ter seguido.

Estava assistindo a Master of None, e a personagem começou a ler Sylvia Plath. Ela fala sobre uma figueira, onde cada figo representa uma versão diferente da vida dela, e como ela ficou tão paralisada pelo medo de escolher que acabou morrendo de fome. Achei isso uma descrição muito poética e relevante para a nossa geração e o problema da paralisia decisória. Temos tantos desejos e tantas versões potenciais de nós mesmos que fica difícil estar contente com a vida que temos. Isso foi algo que comecei a explorar nas minhas composições. Depois, conheci alguns dos meus colaboradores e consegui realmente construir o som que eu queria. Meu produtor executivo, Lido, é incrível. Eu simplesmente adoro ele.

Quanto ao som, ele remete ao que eu ouvia no Windows Media Player do meu pai quando era criança. Há uma vibe meio soul dos anos 80, com influências de Phil Collins, Kate Bush, Whitney Houston, Michael Jackson e muitos outros. É definitivamente nostálgico, mas também tem muita alma, algo meio sombrio e um pouco etéreo. Ainda não falei muito sobre isso, mas estou muito animada e mal posso esperar para começar a compartilhar.

Fonte: VOGUE Hong Kong | Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil

postado por equipe nsbr28.11.2024

Em sua nova edição, a revista Empire decretou 2024 como um ano “poderoso e progressista para as mulheres no terror”, devido ao sucesso de Naomi Scott, Demi Moore, Margaret Qualley, Maika Monroe e Willa Fitzgerald em seus respectivos filmes. Confira abaixo a tradução da entrevista concedida pelas atrizes para a revista:

O Ano das Scream Queens ― Conversamos com as atrizes por trás de um momento poderoso e progressista para as mulheres no terror.

Uma pop star perseguida por um demônio sorridente. Uma celebridade fitness de meia-idade em decadência lutando contra uma versão mais jovem de si mesma. Uma mulher misteriosa com uma orelha arrancada. Uma agente do FBI clarividente. O terror sempre criou oportunidades únicas para atrizes entregarem performances inovadoras e desafiadoras, desde Jamie Lee Curtis como Laurie Strode até Mia Goth como Pearl. Porém, nos últimos 12 meses, o gênero apresentou um desfile especialmente consistente e excepcional de versatilidade feminina.

Isso não apenas se traduziu em sucesso de bilheteria — o suspense psicológico Longlegs arrecadou 109 milhões de dólares com um orçamento de menos de 10 milhões —, mas também, no caso do perturbador terror corporal A Substância, que foi submetido à categoria de Melhor Filme — Musical ou Comédia no próximo Globo de Ouro, está gerando burburinho nas premiações. “Estou simplesmente muito feliz que as pessoas estejam assistindo ao filme”, disse Margaret Qualley, estrela do longa, à Empire durante o halloween, tendo, por acaso, reservado ingressos para uma sessão matinê de Sorria 2 logo após a entrevista. “Daqui para frente, tudo é só a cereja no bolo. Estou apenas feliz que as pessoas se importam com o filme.”

Em poucas palavras, 2024 é o ano das scream queens. “Isso me deixa muito feliz porque venho fazendo isso há muito tempo, e acho que as pessoas estão realmente vendo o gênero sob uma nova perspectiva”, diz Maika Monroe, estrela de Longlegs. “Eu realmente acredito que alguns dos melhores papéis femininos estão nesse espaço do gênero.”

Longlegs é um exemplo perfeito do ano arrebatador que o terror está vivendo. Quando conversamos com Maika Monroe, é também durante a semana de halloween, e ela comenta estar admirando as fantasias inspiradas no filme. “Havia uma criança — devia ter uns oito ou nove anos — vestida como Longlegs. Eu pensei: ‘Isso é incrível.’” Mas, embora o filme leve o nome do assassino interpretado por Nicolas Cage, a trama está profundamente conectada à personagem de Monroe, Lee, agente do FBI cujo passado traumático está entrelaçado a uma série de assassinatos horripilantes em sua cidade natal, no Oregon.

Como Monroe comenta, ela não é uma novata no gênero terror, com um currículo robusto que inclui Corrente do Mal e O Hóspede. No entanto, ao ler o roteiro de Longlegs, escrito por Osgood Perkins, ela sentiu uma conexão instantânea com a personagem Lee e lutou pelo papel após uma primeira reunião malsucedida. “Eu nunca tinha visto esse tipo de personagem feminina principal sendo retratada dessa maneira. Ela encara a vida de uma forma incrivelmente diferente”, diz Monroe sobre sua personagem introvertida e clarividente, acrescentando: “Eu não me sentia tão envolvida por um projeto havia muito tempo.”

A natureza distorcedora da realidade no terror tem proporcionado uma infinidade de papéis complexos e multifacetados para mulheres. Em que outro gênero seria possível encontrar Lupita Nyong’o interpretando uma paciente com câncer lidando com sua doença enquanto tenta sobreviver a uma invasão de criaturas, como ela faz em Um Lugar Silencioso: Dia Um? Já Naomi Scott, estrela de Smile 2, não só precisou dominar os movimentos e vocais impecáveis de uma pop star mundialmente adorada, mas também mergulhar na mentalidade de uma viciada que está em recuperação e aterrorizada por um parasita que se alimenta de suicídios. Scott — mais conhecida por seus papéis em Aladdin e As Panteras — adorou a amplitude que sua personagem, Skye Riley, lhe ofereceu.

“Acho que o que é tão bom no terror é que ele permite que você explore toda a gama de emoções como atriz, desde algo mais quieto e sutil até algo extremamente intenso em termos emocionais”, explica ela. A chave para Scott foi explorar o sentimento de vulnerabilidade, mas ter medo de mostrá-lo. “Faço isso o tempo todo, certo?”, diz ela. “Agora multiplique isso por cem, considerando como você está em evidência e as coisas que as pessoas projetam em você quando elas nem te conhecem.”

O universo do terror certamente foi um grande atrativo para Demi Moore. Seu retorno triunfante em A Substância como Elisabeth Sparkle, uma celebridade em decadência que tem Sue, uma versão mais jovem de si mesma, emergindo regularmente de suas costas para tomar conta de sua vida, foi recebido com aclamação mundial e previsões de reconhecimento em premiações por sua atuação. “Sinto que isso adicionou uma camada extra — essa é uma área que eu nunca explorei antes”, ela conta à Empire sobre sua ousada e desafiadora incursão no gênero. “É isso que mantém a vida interessante: ser capaz de ir a lugares onde você ainda não foi completamente. Sinto que estou conhecendo um público com o qual nunca me conectei antes, que é totalmente apaixonado pelo terror corporal. Eu nem sabia que eles existiam! E agora estou super empolgada por me conectar com eles. Estou maravilhada com a resposta.”

Qualley, que interpreta Sue, atribui o sucesso e o impacto cultural do filme a Demi Moore. “Ela simplesmente devora esse papel,” exalta a atriz. “Ela é uma daquelas pessoas com quem é fácil se identificar e sentir compaixão.”

Então, por que agora? Willa Fitzgerald, revelação do perturbador Strange Darling, não acredita que seja coincidência o surgimento desse conjunto poderoso de personagens femininas neste momento político específico. “Acho que estamos vivendo um momento em que os direitos e os corpos das mulheres estão em risco de uma maneira incrivelmente visível — especialmente nos Estados Unidos —, algo que não era tão evidente há décadas”, ela explica. Para Fitzgerald, o terror sempre foi um gênero ideal para explorar medos sociais. “Estamos em um ponto de virada, saindo dessa era de ‘Boss Babe’ e entrando em algo que parece muito assustador, desconhecido e urgente, e acho que isso está presente no inconsciente coletivo das pessoas.”

Não parece coincidência que, no contexto da revogação de Roe v. Wade, não apenas um, mas dois filmes sobre freiras engravidadas por forças malignas — Imaculada e A Primeira Profecia — chegaram aos cinemas. Zoë Kravitz começou a escrever uma versão diferente de seu filme de estreia como diretora, Blink Twice, em 2017, mas atualizou a história durante o movimento #MeToo, transformando-a em uma narrativa sobre a garçonete de bar interpretada por Naomi Ackie enfrentando corajosamente uma ilha cheia de predadores sexuais. Já A Substância surge em um momento em que as pressões sociais relacionadas à imagem corporal foram ainda mais exacerbadas pelas redes sociais. “O filme aborda assuntos que, infelizmente, todo mundo tem que enfrentar de alguma forma em sua vida,” diz Qualley. “Mas ele faz isso de um jeito chamativo, bobo e divertido.”

Claro, trazer esses medos à vida também exigiu um trabalho físico imenso. Fitzgerald, por exemplo, passa uma boa parte de Strange Darling correndo pelo interior de Oregon, com sua personagem sem uma orelha. “Foi exaustivo, às vezes assustador, às vezes avassalador, às vezes realmente divertido — mas, na verdade, sempre foi muito confortável,” ela lembra. Foi nesses dias intensos de filmagem, em que The Lady não tinha diálogo, que ela mais se conectou com sua personagem. “Sinto que esses momentos privados em que podemos apenas estar com ela são também os momentos em que o público consegue vê-la como ela realmente é,” explica.

Scott compartilha um sentimento semelhante sobre seu tempo interpretando Skye em Sorria 2. Ela recorda uma cena, em meio a gritos e assassinatos, em que sua personagem — em modo de sobrevivência — busca desesperadamente se reconectar com uma amiga que ela maltratava enquanto era viciada. Foi um momento em que Scott pôde mostrar Skye com todas as suas falhas: a vítima longe de ser perfeita. “Eu pude interpretar um ser humano, e isso me deixou muito animada,” diz ela.

Como a impecável e inatingível Sue, Qualley enfrentou um desafio diferente. Curiosamente, é apenas quando sua personagem se transforma em uma poça ambulante de carne com membros extras que ela realmente se torna mais acessível. “Acho que é como monstro que ela reconhece a empatia pela primeira vez,” ela ri. Sendo alguém que aprecia a fisicalidade de seus papéis (Qualley é dançarina treinada, tendo estudado na adolescência), ela estava animada para as cenas que envolviam maquiagem pesada e efeitos. “A realidade foi bem difícil, para ser honesta,” admite. “As próteses eram intensas e bem claustrofóbicas e um tanto dolorosas, mas, ao mesmo tempo, do ponto de vista da atuação, foi gratificante.”

É fácil entender por que, apesar dos desafios emocionais e físicos que essas atrizes enfrentaram nesses filmes, elas não conseguem se afastar do gênero de terror. Qualley foi recentemente escalada como protagonista de Victorian Psycho, ambientado em 1858, no qual interpretará uma governanta que precisa suprimir suas tendências psicopáticas enquanto ensina crianças. “Eu gosto muito do gênero. Acho que os personagens mais interessantes vivem nesse mundo, e estou animada para tentar novamente,” diz ela.

Enquanto isso, Monroe irá reprisar, pela primeira vez, uma de suas várias final girls, já que They Follow está previsto para começar as filmagens no próximo ano. A atriz admite sentir certa pressão, dado o impacto que o filme original teve no público. Nele, Monroe interpreta Jay, uma universitária perseguida por uma entidade violenta transmitida sexualmente. “Acho que vai ser um pouco assustador, um pouco estranho, mas realmente muito incrível,” diz ela, animada. “O filme se passará praticamente no mesmo período de tempo que estive longe dessa personagem, então é interessante pensar em tudo que eu vivi na minha vida e no que dez anos significam para uma pessoa.”

Parece, então, que 2024 não foi apenas um golpe de sorte para essas atrizes. Uma nova era para as scream queens começa aqui.

Fonte: Empire | Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil

postado por equipe nsbr26.10.2024

Após o sucesso de bilheteria de Sorria 2 nos Estados Unidos, Naomi Scott conversou com a Vanity Fair sobre sua parceria com Parker Finn, os desafios encontrados em atuar em um filme de terror e sobre sua carreira. Confira:

É difícil de acreditar que a Naomi Scott com quem eu acabei de conversar no Zoom — calma e esperta e charmosamente confortável em sua casa em Los Angeles — é a mesma pessoa a conduzir uma aula magna de histeria em Sorria 2, atualmente o filme em primeiro lugar nos Estados Unidos. Ela tem escutado com frequência a esse tipo de comentário. Mas a atriz e musicista britânica, até esse ponto mais conhecida por seus remakes nas telonas de Aladdin e As Panteras, entrou na agitada sequência de terror pronta para dar tudo de si.

Do momento em que o roteiro do diretor e roteirisra Parker Finn cruzou o seu caminho, Scott sentiu uma conexão intrínseca com o papel de Skye Riley, uma popstar cujos problemas com fama e vícios coincidem com a contaminação da maldição mortal da entidade de Sorria. E do momento em que ela começou a gravar, ela provou o quão longe estava disposta a ir.

O filme, é claro, exigiu que ela fosse muito longe. Scott grita, e chora, e dança, e canta e, sim, sorri durante sua trajetória horripilante e cheia de reviravoltas com um comprometimento implacável. Mesmo para seus fãs de carteirinha — Scott participou da série Life Bites do Disney Channel, e mais recentemente brilhou em um papel pivô em Anatomia de um Escândalo da Netflix — seria difícil saber que ela tinha esse tipo de visceralidade na atuação presente nela. Durante nossa conversa, Scott abertamente admitiu sentir uma “atriz de araque” na indústria, procurando por esse tipo de desafio intenso em trabalhos e falhando, até agora.

Isso explica uma parte de, por mais exaustivo para a Naomi que tenha sido fazer esse filme, você não vai escutar ela falando nenhuma coisa ruim sobre a experiência. “Eu preciso ir ao objetivo, cara”, ela diz. “Para que mais eu estou fazendo isso se não para chegar no objetivo?” Com base na sua resposta ao filme e no seu trabalho até então, essa não será a última vez.

Vanity Fair: Esse é um grande, exigente trabalho para você. Você se sentiu nervosa sobre como o filme performaria e como seria recebido?

Naomi Scott: A resposta sincera é não. Eu não tive nenhum nervosismo sobre ele saindo para o mundo. Eu estava só empolgada. Teve um momento em que o Parker me trouxe para a edição. Ele é uma força criativa empolgada, e eu acho que é por isso que nós dois trabalhamos tão bem juntos; ele falou tipo ‘vem aqui pra assistir algumas cenas’. Isso foi algumas semanas depois de encerrarmos as gravações, então eu fui. Eu vi só algumas cenas e já estava, ‘Eu amo isso, e eu sei que eu vou amar muito isso’. Perceber a bênção que está no amor criativo em que você colocou tanto de si, que as partes que estão fora do meu controle na verdade resultaram em algo que eu pessoalmente estou curtindo até o enésimo grau — é um baita presente. Então não teve nervosismo. Mesmo quando eu vi o corte que Parker me mostrou, eu só amei o filme, cara. Eu estava tipo, ‘isso é tão perturbador. É tão engraçado’. [Ri] O Parker fez isso, a equipe fez isso, eu fiz isso, ponto final. Isso é o que fica. E quando meus filhos crescerem, eu vou falar ‘olha o que a sua mãe fez’. Quão legal é isso?

Pode ser difícil para algumas pessoas alcançar esse tipo de mentalidade nesta indústria, que foca tanto em comparação e em ‘aproveitar a oportunidade enquanto o ferro está quente.’ Mas eu também não acho que ninguém estava pensando: ‘Ah, Naomi Scott, vamos ver o que ela vai fazer!’ Não existia essa pressão. Não acho que ninguém realmente estava focado em como seria a performance da Naomi Scott em Sorria 2. [Risos] Sabe o que quero dizer?

Sim. Mas agora estão.

Aparentemente!

Eu conheço bem o seu trabalho, e, com base na sua filmografia, esse parece ser o papel mais intenso que você teve a chance de interpretar. Já enfrentou um desafio como esse?

Não — com todos esses desafios juntos, não. Primeiramente, essa é uma boa pergunta porque eu realmente não tinha pensado nisso até você perguntar. Na verdade, olhando para minha carreira, a fisicalidade de algo que exige muito de você, cantar, dançar — existem elementos disso que eu já experimentei. Tive alguns desses desafios, só que não todos juntos. Me perguntam ‘como você fez isso?’ e nem sempre sinto que tenho a melhor resposta como atriz, porque realmente não tenho. Eu sentia uma compreensão inata da Skye; eu tinha muita certeza de como abordaria esse papel. Eu tinha muita clareza sobre minha abordagem. Estranhamente, tudo parecia muito natural para mim. Não tive um longo tempo para me preparar, então também não fiquei pensando demais nisso. Foi um exercício de confiança comigo mesma.

Pode falar um pouco mais sobre essa compreensão inata da Skye?

Todo mundo entende o que é se sentir incompreendido. Mas também o fato de ela operar em um nível de excelência tão alto no que faz. Adoro o fato de que ela simplesmente não vê as pessoas ao redor dela; são mais como obstáculos para ela alcançar seu objetivo. Todos nós temos um pouco disso. Eu talvez não trate as pessoas assim, mas todos temos essa ambição e força de vontade. Algumas pessoas não acham que sou eu na cena do carro com o Ray Nicholson. Acham que é outra atriz. Eu fico sem saber se devo me sentir ofendida ou levar isso como um elogio. [Risos] E na cena congelada, muitos não percebem que sou eu. Até a irmã de uma amiga disse, ‘achei que tinham colocado uma dublê.’

E essa cena levou quatro dias para você filmar?

Sim, foram quatro dias. Foi bem difícil. Acredite em mim, eu senti tudo aquilo. Foi também uma refilmagem, e devo acrescentar, muito bem pensada e precisa por parte do Parker. Como observação, não teve nada que filmamos que não está no filme. Isso também é uma prova da visão do Parker. Teve uma parte no final da cena que foi cortada, mas fora isso, tudo está lá. Ele realmente vê o filme completo. Com aquela personagem, que chamamos de Skye do Mal, eu não tinha pensado no que ia fazer até estar ali. Eu só pensei: ‘precisamos ir com tudo nisso. Tem que ser absurdo.’ É engraçado porque eu só estava experimentando naquela altura. Às vezes é isso mesmo. Você entra e se joga. E foi o que aconteceu.

Você se surpreendeu?

Sim e não. Eu me surpreendi, mas vou colocar assim: li o roteiro e pensei, ‘me coloca em campo, treinador.’ Era isso que eu queria. Me dê o desafio. Eu disse ao Parker: ‘entendo o que isso exige, mas também sei que nada realmente prepara você para essa experiência específica.’ O que me surpreendeu foi que eu estava nervosa: ‘ao fazer isso, será que eu vou me perder?’. Não digo no sentido de uma coisa meio ‘ator de método’. ‘Será que vou precisar me isolar completamente?’. Mas não foi o caso. Claro que eu estava conservando minha energia e me focando onde podia e me sentindo completamente exausta aqui e ali. Mas eu não me perdi de forma alguma.

Já tive momentos na minha vida e carreira em que me senti meio uma impostora, no sentido de que não fui para uma escola de teatro. Não tenho um processo específico. Existem versões dessa ideia de “processo” que às vezes você ouve e pensa: ‘meu Deus, eles realmente levam isso a sério, né?’ Eu não poderia levar isso mais a sério. Só abordo de forma diferente para tirar o melhor de mim. Acho que cheguei a um ponto como artista em que estou muito mais confortável com isso. Não sinto a necessidade de dizer: ‘ah, eu fui e vivi em tal lugar.’

Você mencionou exaustão. Então, embora eu entenda tudo o que você está dizendo, seria correto dizer que isso teve um custo?

Eu geralmente gosto de focar no fato de que tive a oportunidade de fazer isso. Eu pude me forçar a chegar a esses limites. Muitas vezes eram tomadas técnicas e, ao mesmo tempo, emocionalmente intensas. Esse foi um desafio específico desta produção, mas o Parker e eu… estávamos sempre conversando. Ele perguntava: ‘você consegue mais uma vez?’, e nove entre dez vezes, eu respondia: ‘eu quero acertar. Quero fazer a tomada perfeita.’ E essa geralmente era a boa. Isso aconteceu várias vezes. Ele visualiza o filme na cabeça, então não pode haver ponto fraco. Ele quer que tudo esteja excelente — o movimento da câmera, isso e aquilo, todos esses detalhes se somando. E é por isso que fazemos isso.

Aliás: sim, eu estava exausta. Como nunca estive antes na minha vida. Sim, foi a coisa mais difícil que já fiz em toda a minha vida. É verdade, mas não é algo negativo. Eu aprendi muito sobre mim mesma. Tive um apoio incrível em casa. Eu pude ir até o objetivo, entende? Para que mais eu faria, se não fosse para atingir o objetivo? Eu queria essa profundidade criativa, fazer algo assim, há muito tempo. Então, por que eu lamentaria agora?

Certo — este é seu primeiro filme lançado nos Estados Unidos em cerca de quatro anos. Você poderia falar um pouco mais sobre —

por que eu não trabalhei? [risos]

Bom, onde você estava quando recebeu esse roteiro? Estava esperando algo assim? Estava recusando outros papéis?

Vou ser bem honesta com você. Primeiro, alguns filmes que fiz recentemente, não sei se algum dia vão sair. Eu poderia dizer que estava só esperando por isso. Mas não é verdade. Estive tentando de tudo e só não consegui os papéis. Só não consegui o papel certo. Mas, sim, acho que mudei e me tornei mais seletiva. Acho que é isso que você está querendo dizer, o que é verdade — e significa que realmente estou tentando projetos pelos quais me importo e acho incríveis. Nove em cada dez vezes, não deram certo para mim. Esse é o jogo. É assim que a indústria funciona. E tudo bem. Então foi uma combinação de coisas que nem sempre deram certo para mim e também de ter o privilégio de poder dizer não — o que é algo a valorizar. E, sim, recusei outros papéis várias vezes.

Fonte: Vanity Fair | Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil

postado por equipe nsbr26.10.2024

Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Naomi Scott falou sobre Sorria 2, como Kristen Stewart serviu de inspiração para o visual de Skye Riley, e receber sorrisos sinistros em público. Confira:

A estrela de Smile 2, Naomi Scott, colocou seu nome na crescente lista de novas interpretações de gênero que merecem (ou mereceram) atenção nas premiações. De James McAvoy (Fragmentado) e Toni Collette (Hereditário) a Lupita Nyong’o (Nós) e Mia Goth (Pearl), Scott é o mais novo exemplo de artista cujo compromisso em um papel de alta dificuldade não deveria ser desprezado só por conta do gênero em que reside. Já passou da hora de termos mais que meia-dúzia de exceções que conquistaram Oscars por meio do horror, como Ruth Gordon (A Semente do Diabo), Kathy Bates (Louca Obsessão) e Jodie Foster (O Silêncio dos Inocentes).

Na sequência ao grande hit de 2022 de Parker Finn, Scott interpreta Skye Riley, uma atormentada popstar na tentativa de fazer o seu comeback após sobreviver ao acidente de carro que tirou a vida do seu igualmente famoso namorado, Paul Hudson (Ray Nicholson). O retorno de Skye ao topo fica ainda mais difícil quando um encontro tarde da noite com um antigo amigo do ensino médio resulta com ela testemunhando a sina fatal de um sorriso sinistro.

Além do seu investimento, Finn genuinamente acredita que Scott merece reconhecimento em premiações.

“A Naomi é de uma força tremenda. Ela entrega uma performance de arrancar o fôlego em [Sorria 2], e se eu estivesse em algum comitê de premiação, mesmo sendo imparcial, eu diria que ela merece consideração. Então eu espero que a indústria comece a reconhecer isso,” Finn conta ao The Hollywood Reporter.

Semelhante ao seu célebre trabalho como Princesa Jasmine no live-action de Aladdin (2019) dirigido por Guy Ritchie, Scott também carimbou Sorria 2 com seus dotes vocais. Ela foi ainda mais fundo ao co-escrever duas músicas como a personagem Skye Riley para o EP de seis canções de trilha sonora do filme.

A dedicação da inglesa se estendeu para o horror da peça, pois há uma cena cruciante onde Sky se estapeia para acordar daquilo que ela espera ser só um sonho ou fantasia. Mas ao invés de se apoiar na magia do cinema, Scott insistiu em agredir a si mesma devido ao peso da cena.

“O Parker me perguntou, ‘Nay, como você se sente sobre isso?’ Que, obviamente, era a coisa certa a se fazer, mas eu fiquei tipo ‘É claro que eu vou me bater’”, Scott compartilha. “Precisava acontecer. E, sinceramente, tudo fazia muito sentido no contexto do momento e da Skye e da história. Foi completamente justificado.”

Usando a visão no roteiro de Finn para uma popstar com cabelo curto e descolorido, Scott prontamente cortou seu longo cabelo escuro para o papel. Desde lá, Scott, Finn e a chefe do departamento de cabelo Angie Johnson se inspiraram em diversos looks, inclusive alguns exibidos por Tilda Swinton e por uma ex-colega de Scott em As Panteras (2019).

“Mesmo ela sendo uma amiga, ela continha sendo a Kristen Stewart, então ela continua alguém de referência”, diz Scott. “Eu mandei para ela uma foto com nós duas lado a lado, e era do penteado para trás da Skye durante o evento. A Kristen teve um penteado específico em um tapete-vermelho que eu amei, então nós fomos atrás [para o look da Skye], e eu acho que funcionou super bem.”

Parte o que ajudou Sorria (2022) ultrapassar em quase 13 vezes seu custo de 17 milhões foi a sua campanha viral de marketing, colocando pessoas com sorrisos sinistros em playoffs de baseball televisionados. Sorria 2 tem seguido os passos de seu antecessor, mas agora que o filme está no ar, Scott respeitosamente pede aos fãs da franquia que pensem duas vezes antes de a tratarem como se ela fosse a Skye Riley.

“Eu diria, por favor não [sorriam sinistramente para mim]. Eu vou sentar e conversar com você sobre o tempo, sobre música, comida, sua avó, mas não faça o sorriso sinistro para mim, por favor”, Scott salienta. “Eu sou muito assustada, também. Eu sou uma alma sensível, então não façam isso comigo, por favor.”

Abaixo, durante a recente conversa com o THR, Scott também detalha algumas das sequências mais desafiadoras em Sorria 2, bem como o exagero de Skye com água engarrafada da Voss.

Primeiro de tudo, você está bem? Você e a Skye Riley passaram por muita coisa dessa vez.

É, estou bem. Nós passamos por muita coisa, mas eu estou bem. Na verdade eu estou tão feliz e grata. Eu posso promover algo que tanto me orgulha e que eu amo. No futuro, eu vou mostrar para os meus filhos e falar tipo, ‘Olha o que sua mãe fez.’ Então isso é muito massa, e eu estou nas nuvens.

Quando você descobriu que estava escalada para Sorria 2, tem alguma inclinação natural de se olhar no espelho e tentar criar seu sorriso mais assustador?

É interessante que eu já era uma fã do trabalho do Parker. Eu assisti seu curta metragem, LAURA HASN’T SLEPT, e depois eu fui obviamente ver Sorria. Eu fiquei vidrada, e o que realmente me pegou foi o quão guiado pelos personagens é o filme. O Parker claramente estava priorizando o personagem para nos contar sua história. Você não consegue separar o personagem dela. Eles não são usados apenas para mover a história adiante. Então, para mim, foi mais um, ‘Quem é Skye?’ e mergulhar nisso mais do que no sorriso. E quem disse que eu sorrio no filme? Não sabemos, né?

Quando as pessoas te vêem na rua, elas provavelmente imitam “Um Mundo Ideal” ou “É Hora de Morfar”, mas você já se preparou para os inevitáveis sorrisos que receberá daqui pra frente?

Ah, eu espero que as pessoas não façam isso. Você acha que elas vão fazer?

Eu espero que não, mas eu acho que elas vão.

Eu diria, por favor não faça isso. Eu vou sentar e conversar com você sobre o tempo, sobre música, comida, sua avó, mas só não faça o sorriso sinistro pra mim, por favor. Eu sou muito assustada, também. Eu sou uma alma sensível, então não façam isso comigo, por favor. Até por que, e se eu entrar em modo de defesa e socar alguém na cara? Seria péssimo. Entende o que eu quero dizer?

Estou batendo na madeira agora.

Obrigada! Eu agradeço.

A fama foi o seu sonho original? Ou estava no mesmo nível que a fama no filme?

Ahh, eu diria que a música e o meu amor pela música sempre tem sido uma força motriz para mim. A música foi o meu primeiro amor. Eu sentia que seria para ela que eu iria, e eu tenho escrito músicas desde os 14 anos. Eu amo criar música. Então tem sido mais eu procurando as pessoas certas para colaborarem comigo e quem eu quero ser como uma artista, o que eu quero falar e criar a minha musicalidade. É a maior bênção poder fazer música e criar com pessoas que eu acho incríveis. Então essa é a meta, ao contrário de qualquer ideia de fama. É mais sobre poder ter os meus recursos para fazer música e compartilhar com qualquer um que se interesse em se conectar com você através da música. Então essa é a minha praia.

Toda vez que eu pensei ter achado a cena que mais te cobrou, outra cena vinha e superava a anterior. Qual cena você menos gostaria de reviver?

Ah cara, tiveram tantas, mas o frigorífico foi os quatro dias mais difíceis da minha vida, se eu for sincera. Aquilo foi muito difícil. É, as coisas do frigorífico.

Eu preciso perguntar sobre a cena dos tapas. Pareceu incrivelmente real, como aconteceu? Ou isso é magia do cinema?

Minha nossa, aquilo foi real, é claro. Tem alguma magia do cinema que faz você bater em si mesmo? Seria loucura, mas provavelmente tem hoje em dia, então acho que você esteja certo. Estava no roteiro, mas o Parker me perguntou, “Nay, como você se sente sobre isso?” que, é claro, é o correto a se fazer, mas eu estava tipo, “É claro, eu vou me bater.” O que é tão engraçado é que não são muitos trabalhos onde conversas acontecem e você vai “Como assim? É claro que vou me bater.” Isso simplesmente não acontece em nenhuma outra linha de trabalho, mas sim, tinha que acontecer. Fazia parte de tudo. E, sendo sincera, tudo fazia muito sentido no contexto do momento e da Skye e da história. Foi completamente justificado.

A cena do flash mob no apartamento dela, esse também foi um dos dias mais estranhos que você teve no set?

Sim, foi muito estranho, mas o que você [inicialmente] vê é a perspectiva da Skye ou o POV da câmera. Continuou divertido para mim, e os dançarinos são os mesmos dançarinos da parte da performance. Então nós já tínhamos construído uma conexão, e na hora que ficou físico e intenso e eles estavam me agarrando, tinha uma confiança ali. Mas eu achei os movimentos deles incríveis. A habilidade de se moverem para contar a história com os corpos e criar esses movimentos quase não-humanos é brilhante.

Você estava bem-hidratada nesse filme.

Muito bem-hidratada.

A sua preparação envolvia virar garrafas de Voss? Você foi até o pub da vizinhança e pediu uma rodada de Voss?

Durante esse filme, eu queria pedir por uma rodada de outra coisa, acredite em mim. Não, estou brincando. Na verdade é muito difícil virar uma garrafa [de Voss]. Eu acho que eu não antecipei quão desconfortável seria. Por exemplo, o take que termina comigo quebrando o box, aquele foi um reset de uma hora. Nós só fizemos aquele take do início ao fim duas vezes, mas nós começamos [num lugar] onde seria então cortado. O Parker não queria perder um take [inteiro] e ter que resetar se ele soubesse que não seria aquele, mas nós o fizemos cinco vezes. Então eu tive que beber todas as vezes, e era muito importante para mim que ela virasse a garrafa inteira nessa altura do filme. Tem um outro momento antes em que ela toma rápido, mas não vira tudo. Ou talvez ela faça isso no início, também; eu não consigo lembrar. Mas você está certo; virei várias [garrafas de Voss].

Eu também era muito conhecida por estar sempre bem hidratada, porque eu carregava uma garrafa enorme de dois litros e meio comigo o tempo todo. Nós a chamávamos de Gidget. Os líquidos simplesmente saíam de mim por um mês. Eu chorava tanto; ficava com o nariz escorrendo, então precisávamos repor isso. Eram tantas lágrimas, e eu tinha que beber água para me reidratar.

A chefe do departamento de cabelo, Angie Johnson, disse que Kristen Stewart foi uma inspiração para o cabelo de Skye. É estranho fazer referência a alguém com quem você já trabalhou antes?

Não, porque ela ainda é um ícone. Mesmo sendo uma amiga, ela ainda é a Kristen Stewart, então é alguém a quem você faz referência. Na verdade, foi um look específico que nos inspirou. Eu mandei uma foto minha e dela lado a lado, e era o look de cabelo puxado para trás da Skye no baile de gala. [Kristen] tinha um visual específico em um tapete vermelho que eu amei, e eu pensei: ‘Meu Deus, isso é incrível.’ Então seguimos com isso [para o look de gala da Skye], e acho que funcionou muito bem.

Então, você co-escreveu algumas músicas da Skye Riley que tocam ao longo do filme. A versão no piano de ‘Just My Name’ é a minha favorita. Escrever letras como um personagem é um exercício interessante?

Sim, é muito divertido. Mas mesmo quando você está criando a música para si mesmo e escrevendo para si ou com outras pessoas, às vezes você tem esses momentos em que acaba escrevendo no papel de um personagem de qualquer forma. É um tipo de exercício criativo para variar um pouco. Então, eu gosto disso, e gosto da ideia de estar em uma sessão e pensar: ‘Como seria se escrevêssemos uma música para tal pessoa?’ [Smile 2: The Skye Riley EP] foi um pouco assim, e foi divertido porque não colocamos as mesmas limitações criativas que você coloca em si mesmo como artista. Isso meio que sai pela janela, e você se inclina para coisas que nunca faria e maneiras de cantar que normalmente não faria. Eu, obviamente, estou cantando letras que nunca escreveria sobre coisas que parecem mais assim ou assado, e esse é um processo muito divertido.

Alexis [Kesselman], ou Idarose, escreveu e produziu quatro das faixas. Ela tem a minha idade, e é tão talentosa. Nós nos divertimos muito escrevendo juntas e, curiosamente, começamos a escrever ‘Just My Name’ juntas pelo Zoom, poucos dias depois de eu ter sido escalada. Depois, escrevemos ‘Death of Me’, que é a música dos créditos finais, depois que o filme foi feito, então foi muito legal, como um momento de círculo completo.

Você também criou a assinatura da Skye, que tem um papel importante em uma cena?

Sim, Parker disse: ‘Faça várias assinaturas diferentes, e podemos escolher.’ Então, eu fiz várias, e acabamos escolhendo essa.

Sobre as falas da Skye, como ‘I need some water for my daughter’ ou ‘I need a waiter with some water’, você tem algum ritual ou aquecimento antes de gravar uma cena ou música?

Se eu estiver cantando ou fazendo aquecimento vocal ou no estúdio, é bem chato. Eu só tenho um app no meu celular, e é um aquecimento de 20 minutos ou algo assim. Essa cena, no entanto, acho que foi ideia do Parker. Ele gostou muito do som, e eu disse: ‘Sim, eu também gosto. Tem uma vibe.’ Então, seguimos com isso, e tem algo sobre a água [como já discutido antes]. É um pouco estranho, mas funciona muito bem.

Assim como Skye e Gemma (Dylan Gelula), você acha que você e sua amiga Princesa Jasmine vão se reencontrar algum dia?

Ah, com certeza. Já tem um filme em andamento com Skye e Princesa Jasmine. É uma fusão de mundos e, naturalmente, será um musical que mistura magia e espiritualidade. Em breve nos cinemas perto de você.

Por fim, o que você pode nos contar sobre o filme que produziu recentemente?

Engraçado que descobri que consegui esse trabalho no dia em que terminei de gravar esse filme. Ele se chama Eternal Return, e é uma linda história de amor. É meio fantasioso. Trata-se de luto, de deixar ir, redescobrir a si mesmo e seguir em frente. Então, é lindo, e é um filme muito diferente de Sorria 2, com um personagem bem diferente e um tom completamente distinto.

Fonte: The Hollywood Reporter | Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil

postado por equipe nsbr12.10.2024

Naomi Scott é capa da nova edição da revista Heroine, fotografada por Justin French e entrevistada por sua amiga, Bridgit Mendler. Durante a conversa, Scott falou sobre Sorria 2, seu novo álbum – com lançamento previsto para 2025 – e como é trabalhar com seu marido, Jordan Spence, na produtora New Name Entertainment. Confira abaixo a entrevista traduzida e as fotos em nossa galeria:

Naomi Scott já não consegue mais olhar para um rosto sorridente com inocência. Neste outono, a atriz britânica assume o papel principal em Sorria 2, a sequência de Parker Finn para o aclamado filme de terror de 2022, que mostrou sorrisos demoníacos surgindo pelo mundo como parte de uma campanha publicitária viral, antes de levar a trama para algo muito mais sombrio nas telas. Na continuação, Scott interpreta Skye Riley, uma popstar global cujas pressões e ansiedades esmagadoras se manifestam como uma entidade maligna sorridente. Redefinindo o modelo tradicional de terror, a interpretação de Scott traz um recorte psicológico ao formato, explorando noções de trauma e saúde mental. Esse é exatamente o tipo de história multifacetada que a atriz britânica e seu parceiro, Jordan Spence, esperam destacar com sua produtora, New Name, fundada em 2020 para oferecer uma plataforma para narrativas provocativas, nascidas da curiosidade e autenticidade.

Assim como Scott, Bridgit Mendler também é uma ex-estrela do Disney Channel, mas desde então seguiu uma trajetória de carreira como nenhuma outra. Depois de anos como atriz e musicista premiada, Mendler mudou para o campo da pesquisa, primeiro conquistando um diploma em antropologia na Universidade do Sul da Califórnia, depois um mestrado no MIT e se tornando uma das Diretoras Fellows do Media Lab da universidade, antes de concluir um PhD em Direito em Harvard. Agora, como cofundadora da Northwood Space, uma startup inovadora que amplia o acesso ao espaço por meio de redes de dados de satélite, Mendler está na vanguarda de uma revolução nas comunicações. Em caminhos individuais, tanto Scott quanto Mendler compartilham um desejo apaixonado de transformar suas respectivas indústrias para melhor.

Bridgit Mendler: Olá!

Naomi Scott: Oi!

BM: Em todos esses anos de amizade, eu nunca te entrevistei antes; você apareceu no meu videoclipe.

NS: Oh meu Deus, é verdade! Você lembra que eu tive que ficar em cima de uma caixa de maçã para te abraçar?

BM: Lembro sim.

NS: Justin Bieber estava hospedado no hotel! Tinha um monte de gente do lado de fora correndo, era uma loucura. No The Langham, em Londres. Temos umas histórias malucas. Você sabe exatamente de qual estou falando…

BM: Essa não vai sair hoje. Como a gente se conheceu, Naomi? Você lembra?

NS: Sim, eu lembro. Foi na sala de ensaio que nos conhecemos, ou no escritório de produção?

BM: Lembro de uma sala de ensaio bem grande.

NS: Eu lembro de pensar: ‘Ah, ela é a estrela’, porque você já tinha um programa, era famosa, blá, blá, blá. Mas houve um momento, logo no início, em que eu literalmente pensei: ‘Meu Deus, ela é só uma nerd!’ Eu fiquei tipo: ‘Ela não é nada legal, não conseguiria ser legal nem se tentasse.’ No momento em que percebi isso, éramos só nós três meninas – obviamente todas nos divertimos muito naquele filme [Lemonade Mouth] – mas, em particular, eu, você e a Hayley [Kiyoko]. Você era genuinamente tímida, uma nerd, e a mais fofa do mundo, e eu simplesmente me apaixonei por você.

BM: E você já era tão legal desde o início. Quer dizer, com seu falso sotaque americano.

NS: Vocês duas zoavam meu sotaque americano porque era muito exagerado.

BM: Eu achava que você estava indo muito bem, quando você voltava para o sotaque britânico, era tipo: ‘Uau, quem é essa outra pessoa?’

NS: Lindsey Lohan em Operação Cupido, foi assim que aprendi o sotaque americano, porque assisti tanto aquele filme e queria ser a Hallie.

BM: Basicamente, você era ela. Você era tão divertida. Sabe o que eu lembro? Seu concurso de quem pisca primeiro com o Chris Brochu. Você lembra disso no lobby do hotel?

NS: Vagamente…

BM: Eu lembro de pensar: ‘Caramba, ela é determinada’, porque você tinha uma lágrima escorrendo pelo rosto, mas não quebrava o contato visual. Fiquei tão impressionada com isso.

NS: Não é engraçado como você lembra dessas coisas? Precisamos rever isso com a Hayley e um vinho.

BM: Tantos bons momentos. Quantos anos atrás foi isso?

NS: Foi em 2011 que filmamos? Vamos ver [checa no telefone] 2011, então teríamos filmado em 2010? Quatorze anos atrás, isso não é OK.

BM: Quatorze anos de amizade, isso é lindo.

NS: Não é engraçado como quando você conhece alguém quando criança, é um tipo diferente de vínculo.

BM: Vimos tantas fases diferentes uma da outra.

NS: Você é talentosa demais para o seu próprio bem, você literalmente pode fazer qualquer coisa. Você já experimentou tantos papeis diferentes. Aí eu fico tipo, ‘Eu consegui esse trabalho.’ [ri]

BM: Não, todas as coisas que você fez foram realmente interessantes. Algo que sempre admirei em você é que você tem um padrão muito alto para o que decide fazer. Como você sabe isso internamente?

NS: Ah, querida, sabe, muito disso não é necessariamente uma escolha. Por muito tempo, muitas coisas eram a minha ‘Estrela Guia’, mas eu não as conseguia pra mim. Parecia que as coisas que eu conseguia, que também eram bênçãos, só que diferentes, eram de um certo tipo, como refilmagens de filmes [risos]…

BM: …Franquias gigantes.

NS: Falando sério, eu tenho muito amor e apreço por cada trabalho que fiz. Você aprende tanto e cresce tanto. Fui muito abençoada. Mas em termos de escolha, muito disso não é uma escolha, e houve momentos em que a única escolha que você tem é dizer ‘não’ para algo, e isso pode deixar lacunas maiores – qualquer pessoa em um campo criativo ou que trabalha de projeto em projeto entende esse conceito.

BM: Você sempre pode aprender algo com isso.

NS: Com certeza. Você sabe disso, como ator você é muito como uma cor em uma pintura, e você não é necessariamente o artista, certo? Você tem o diretor e a visão dele, o editor – e os filmes realmente são uma mídia do editor nesse sentido. Honestamente, sou muito grata por ter trabalhado em uma variedade de coisas e ter tido o tempo e o espaço onde, em algum momento, talvez eu possa ser mais seletiva e começar a pensar em produção e no que quero dizer, o que eu e o Jordan queremos dizer nesse espaço, quais são as histórias que queremos contar, do que estamos curiosos e onde temos uma vantagem única para ajudar a levar algo a ser feito. Como podemos melhorar algo? O poder que sempre temos é o de dizer ‘não’.

BM: É uma coisa realmente difícil.

NS: Também quero mencionar o privilégio de poder dizer ‘não’ e estar financeiramente bem para dizer ‘não’ para as coisas, sem ter tanta pressão por causa disso. Isso é uma bênção. Houve muitos caminhos que eu poderia ter seguido, e quando olho para trás, vejo que a linha que conecta tudo é essa sensação que você tem, que é… Como posso explicar? É o senso infantil de: ‘isso vai ser divertido e desafiador criativamente para mim?’

BM: Sim.

NS: Existe uma variedade do que isso pode ser, mas o fio condutor sempre é: posso brincar com isso? Posso fazer algo com isso? Agora estou em um ponto em que realmente quero trabalhar com pessoas que me empolgam.

BM: Estávamos conversando algumas semanas atrás sobre Smile e seu mergulho em algo mais sombrio. Como foi isso?

NS: A questão é, B, acho que você vai entender isso. Esse filme fez muito sentido para mim. Quando me encontrei com o Parker [Finn] pela primeira vez, eu não tinha ideia do conceito do filme, só sabia que ele estava fazendo um segundo Smile. Eu tinha assistido ao primeiro filme no cinema e adorei, especialmente a maneira como foi filmado. Foi um encontro bem geral e, quando ele começou a explicar sobre o filme e eu li o roteiro e comecei a trabalhar, foi tão estranho, mas fazia muito sentido para mim estar nesse projeto. Estranhamente, parecia muito natural para mim. [risos] Isso soa tão louco. Fui escalada muito rapidamente depois da greve porque eles tinham que começar em poucas semanas. Tive que gravar todas essas músicas, e tive apenas dois ensaios de dança. Foi tudo muito rápido, mas não me importei porque eu sabia o que queria fazer e como queria fazer. As partes sombrias em alguns momentos são incrivelmente técnicos, são mais acrobacias do que realmente ser fiel ao momento como ele se desenrolaria na vida real.

BM: A coreografia?

NS: Isso. E então há momentos que são técnicos e também muito dramáticos, e você quer estar completamente conectada à verdade de onde está. E também houve momentos maravilhosos que não precisavam ser técnicos e eram apenas sobre viver a verdade do momento e estar presente nisso. Para qualquer coisa técnica, uma coisa que me ajudou muito foi criar um tipo de sistema no set em que eu definia minha própria ação. Ou eu avisava quando estava pronta, fazia talvez algumas respirações ou algo assim, e dependendo da intensidade da cena, eu até fazia um gesto para a câmera, ou simplesmente dizia: ‘Pronta.’ A câmera dizia ‘pronta’ e eu também dizia, como se estivéssemos nos movendo juntos, é um esforço de equipe. O que foi realmente único sobre essa experiência foi que eu pude fazer de tudo. Não é apenas um filme de terror onde minha personagem é usada como um acessório para avançar a história; lembro-me do Parker me dizendo, quando nos conhecemos: ‘Esse filme é realmente centrado na personagem.’ É engraçado, as pessoas podem dizer isso, mas preciso dizer que ele realmente cumpriu o que prometeu. Tanto na produção quanto ao assistir o filme. Eu pude explorar, estar nele, viver isso. Houve algumas cenas realmente difíceis, claro, mas não se trata tanto de estar em um lugar sombrio mentalmente… Tenho amigos que gostam de permanecer em um estado específico durante toda a produção, mas eu não sou assim, quero conservar minha energia e pensar: ‘OK, nessa cena, como posso ser mais eficiente para chegar ao estado emocional que preciso?’ Foi um pouco como ser uma atleta nesse sentido. Mas houve algumas cenas em que, sabe, eu tive alguns ataques de pânico. Estou fazendo umas coisas bem loucas.

BM: Você teve ataques de pânico de verdade?

NS: Ah, sim. Totalmente.

BM: Meu Deus. Porque você estava se preparando emocionalmente?

NS: Foram ataques bem rápidos. Bem, um deles foi super rápido. Aconteceu depois de uma das cenas mais intensas do filme, e foi tudo em uma tomada só, um verdadeiro esforço de equipe. Eu amo a noção da equipe e do time em fazer um filme. Sabe, eu e o Dan da steady cam, tipo, ‘Certo, somos só eu e você, isso é coreografia, vamos conseguir.’ É como estar em um time de esportes. O foco tem que estar na cena.

BM: Então começou assim que você terminou a cena? Seu corpo segurou até gritarem ‘corta’?

NS: As únicas vezes que isso acontece é quando você está praticamente tendo um ataque de pânico na cena. Isso só engana seu corpo. Eu sinto que se você perguntar a qualquer pessoa que já fez algo tão intenso assim, eles provavelmente diriam a mesma coisa.

BM: Você deixa seu corpo agitado.

NS: É como interpretar luto, isso nunca é divertido. Você não pode fazer isso pela metade. Mas também, você sabe como eu sou, B, acabo a cena, tiro cinco minutos e depois começo a rir. Esse é o meu jeito. Teve outra vez em que eu estava gritando de forma maníaca bem na frente da câmera no carro, e eu sou do tipo que, quando gritam ‘corta’, fico tipo, [imita o tema da 20th Century Fox] e estou com catarro saindo por todos os lados, mas estranhamente preciso quebrar a tensão.

BM: [risos] Eu consigo totalmente imaginar você fazendo isso. Outra coisa que eu amo é que esse filme fez você cantar. Ele colocou você no palco fazendo música. Este é um ano lindo para a música da Naomi Scott, temos as músicas de Smile, e quando teremos a música de Naomi Scott? [Naomi está atualmente gravando um álbum escrito e produzido por ela.] Eu não vejo a hora de ouvir, eu preciso disso.

NS: Bem, eu vou te mandar um link do que estou trabalhando há tanto tempo. Com Sorria, o que foi realmente divertido é que eu pude criar essa personagem, entrando nesse estilo pop, superpop. Alexis Idarose Kesselman – ela é uma escritora e produtora que escreveu e produziu duas das cinco músicas – criou uma base que eu consegui me conectar através do que ela estava fazendo. Tivemos um Zoom alguns dias depois que fui escalada, e então nos encontramos e eu só sabia que nos divertiríamos escrevendo juntas. Então também tivemos a oportunidade de escrever outras duas músicas para a trilha sonora como Skye. Eu venho escrevendo música há anos, mas o que é realmente adorável e divertido é escrever sem a pressão de que seja para você como artista.

BM: Você pode entrar no personagem.

NS: Sim, você não fica tão apegada a isso. Realmente parecia que [Alexis] havia criado essa linguagem para a música da Skye. Ela realmente se entregou, foi com tudo, algo que remetia ao início dos anos 2010, tem um pouco de [Lady] Gaga na vibe. Há uma música que é uma balada que a Skye toca no piano, e eu queria tocá-la ao vivo, porque eu não queria que parecesse aquelas cenas de musical onde a música entra em playback. Ela só está tocando [no piano] em seu próprio apartamento, mas essa música deveria parecer mais crua. A música dos créditos finais que também fizemos é apenas uma pura canção pop, é o hino de clube da Skye – nos divertimos tanto. Escrevemos isso em dois dias. Quando eu e Parker nos conhecemos pela primeira vez, eu ia para uma sessão de estúdio depois e ele perguntou: ‘O que você vai fazer hoje?’ Eu disse: ‘Tenho uma sessão para um projeto de música no qual estou trabalhando.’ E foi tão engraçado, porque eu não sabia que o filme tinha qualquer coisa a ver com música, e eu só vi o Parker começar a se mexer, e agora eu sei o que isso significa porque conheço a linguagem corporal dele. Eu podia perceber que ele queria me contar tudo naquele momento. Eu realmente queria que as pessoas acreditassem que essa é uma popstar de verdade, e eu realmente aprecio que Parker sentiu o mesmo. Mas sim, eu vou lançar música no próximo ano e estou muito animada. Honestamente, B, você conhece toda a minha jornada com a música, eu estou em um lugar onde realmente amo o que estou fazendo e o que quero dizer. Existe quase essa sensação de que eu só quero compartilhar isso. E também me sinto muito abençoada, porque a indústria musical está em tal estado de tumulto, e é tão errada na forma como é estruturada e extremamente desfavorável para as pessoas que deveriam estar recebendo…

BM: Não há incentivo para a arte.

NS: Exatamente. Há tanta coisa errada com isso. Minha amiga Raye pode falar de forma muito mais eloquente sobre esses assuntos, então eu só diria para você ouvir minha garota Raye sobre o que ela tem a dizer sobre a indústria musical, e eu concordo com ela. Sinceramente, sinto que estou em um lugar onde sou muito abençoada por poder compartilhar e me conectar. No final das contas, é isso. Então, quem encontrar [minha música] e quem curtir, teremos uma coisa linda e divertida entre nós, e isso é ótimo. Como você sabe, levou muito tempo para eu descobrir quem eu sou como artista, e é engraçado porque quando olho para trás, para a música que lancei há muito tempo, houve momentos em que pensei: ‘Meu Deus, eu não sabia o que estava fazendo.’ Mas agora eu penso: ‘Sim, não está completamente certo, mas eu vejo a linha de continuidade com a música em que estou trabalhando agora.’

BM: Você teve tempo para refiná-la e colocar tudo no seu devido lugar.

NS: Exatamente. Tem uma nostalgia ali, é meio que um pop através da lente do que estava no Windows Media Player do meu pai quando eu era criança. Eu não cresci ouvindo muita música, mas o que eu tinha era a playlist do meu pai, que basicamente era muito gospel, muita música cristã. Eu sou filha de pastor, então cresci com muito pop gospel, Mary Mary, Kirk Franklin, Yolanda Adams. Mas também tinha Genesis, Phil Collins, Chris Cross.

BM: Eu totalmente ouço isso na sua música.

NS: Sim. Peter Gabriel, Kate Bush, e aí tem os MJs, os Stevies, bem naquela vibe dos anos 80. Sempre amei o drama desse tipo de música.

BM: Foi muito legal ver seu compromisso com a descoberta.

NS: Você sabe como me sinto sobre você como artista, compositora, sua voz. Você foi contratada tão jovem e teve uma música que foi gigantesca. Qual é a sua relação com a música agora? Quando você olha para aquele momento, sente que ainda há mais que você quer dizer nesse espaço?

BM: Eu cresci em uma casa com pais que eu chamo de ‘muito voltados para missões’, eles eram super apaixonados pelo que faziam. Meu pai projetava motores de carro com maior eficiência de combustível e me levava para a escola em um carro que ele mesmo construiu, e minha mãe era uma das primeiras arquitetas de design sustentável, sendo uma das primeiras mulheres em seu campo, ambos super apaixonados pelo clima. Eles sempre reforçavam: ‘Seja lá o que você fizer com este tempo na Terra, certifique-se de que é algo que importe.’ Acho que comecei a sentir um pouco dessa desconexão com o que eu estava fazendo no meu dia a dia no entretenimento e comecei a me envolver mais na área de pesquisa. Depois de visitar o MIT Media Lab, senti que havia um terreno muito fértil para explorar algo que pudesse ter um impacto em outro espaço. Lembro-me nitidamente desse ponto de transição, porque a música sempre foi meu primeiro amor, eu a amo profundamente, mas lembro de estar no South by Southwest e sentir… solidão. Encontrar sua comunidade artística pode ser muito difícil.

NS: Mas do jeito que você cresceu, não é de se admirar. Para você encontrar sua comunidade artística no meio de tudo isso, é difícil, você tem que ir desbravando…

BM: Estava empurrando o tempo todo. Acho que isso faz parte da descoberta artística. Em um certo ponto com a música, eu simplesmente não encontrei meu grupo de pessoas para fazer isso. Brinquei um pouco com produção e admiro artistas que podem ser autossuficientes dessa forma, e acho que eu poderia ser, mas também há tanta alegria em fazer música com outras pessoas.

NS: Concordo totalmente. Meu lema é ‘Nem todo mundo é o Prince’. Nem todo mundo pode tocar todos os instrumentos, mixar e masterizar – e Deus abençoe esses artistas, esses gênios incríveis que caem do céu. Mas a maioria das minhas músicas favoritas são sobre colaboração. Se você sabe quem é como artista, você pode ser tão seguro para brincar com isso, e essa é a diferença. Você acertou em cheio, é tudo sobre comunidade e colaboradores.

BM: Essas lições que você aprende da maneira difícil podem ser muito esclarecedoras. Acho que eu era uma péssima colaboradora nos meus primeiros dias de música. Isso é algo que levei comigo, como incentivar as pessoas? Como encontrar as forças que outras pessoas têm e como cultivá-las?

NS: Quero fazer a coisa do Hot Ones e dizer: ‘Conte para as pessoas o que você está fazendo agora.’ Quero muito que você fale sobre o que está fazendo agora, sua jornada até chegar onde está com seu colaborador, seu marido, vocês formam uma equipe fantástica.

BM: Sim, com meu marido Griffin Cleverly, e Shaurya Luthra, nosso querido amigo, cofundamos uma empresa chamada Northwood. É uma empresa espacial, mas é um tipo diferente de empresa espacial, nós enviamos dados para satélites construindo antenas enormes no solo. Basicamente, a indústria espacial foi criada para acomodar diferentes tipos de missões com a NASA, apenas alguns satélites no espaço fazendo essas missões governamentais muito específicas. Mas agora temos toda uma indústria espacial comercial, onde estamos lançando centenas de satélites o tempo todo e haverá centenas de milhares de satélites no espaço. Então pensamos que precisávamos de uma solução diferente para acomodar isso. Voltando às minhas origens familiares de por que acho isso significativo, eu cresci com pais que diziam: ‘Faça algo na sua vida que importe.’ Quando penso nas coisas que fui exposta na vida, para nós, millennials, vivemos por várias revoluções de comunicação diferentes, você se lembra de como era antes da Internet e depois da Internet. Os dias do dial-up, quando você tinha que revezar o uso do telefone e da Internet, em contraste com agora, onde a Internet está em todo lugar, as pessoas conhecem seus cônjuges pela Internet, descobrem que doenças têm pela Internet. Você paga por coisas, há comércio eletrônico. Há tantas coisas que você nunca teria imaginado. Eu também me lembro de antes e depois dos celulares, onde você saía de casa quando criança e ninguém sabia onde você estava, mas agora, as pessoas sabem onde você está o tempo todo, você está constantemente disponível. E com as redes sociais, antes você não se promovia na Internet, mas agora todo mundo pode compartilhar conteúdo, compartilhar eventos mundiais. Acredito que a tecnologia de satélite impulsionará a próxima revolução das comunicações. E acho que a coisa realmente importante sobre isso é que é global por design. Por centenas de anos, temos colocado a mesma infraestrutura em cima de si mesma, reforçando os benefícios para certas partes do mundo através das comunicações. Agora, pela primeira vez, podemos fornecer isso a todos, porque o espaço está em toda parte, os satélites não discriminam o país em que você está, eles continuam em órbita.

NS: Quando você diz oferecer algo para todos, o que você quer dizer? O que você sente que isso pode oferecer? Para os leigos, ou seja, eu.

BM: Com certeza, muita gente não sabe o que os satélites fazem. Os satélites fornecem GPS, dizem onde você está, dizem aos carros para onde ir, enviam comunicações, você pode usar a Internet via satélite, telefone via satélite e eles capturam dados sobre o nosso planeta. Eles informam a previsão do tempo, podem mostrar desmatamento, podem mostrar como fazer agricultura de forma mais eficiente em diferentes partes do mundo para conservar recursos hídricos, controlar incêndios florestais enquanto eles se espalham por uma área, você pode ter uma resposta rápida para isso. Eles fornecem uma quantidade enorme de informações que muitos países estão usando de forma muito inteligente. Trabalhei em um projeto com a agência espacial de Ruanda, onde eles têm várias maneiras de usar dados do espaço para informar como vão construir a infraestrutura da cidade ou lidar com a mineração. Existem tantas aplicações para os dados espaciais – é um grande equalizador. Além disso, as pessoas estão construindo coisas no espaço. Um dos nossos bons amigos está fabricando medicamentos no espaço, eles constroem diferentes tipos de moléculas porque não há gravidade. Há um potencial enorme para o que isso pode fazer pelas pessoas no mundo. Quando você pensa em analogias com a Internet, as pessoas não sabiam que encontrariam seus cônjuges pela Internet, não sabiam que era para isso que a Internet serviria. Existem muitos usos que ainda não conhecemos, mas descobriremos assim que pudermos construir algo que possa sustentar uma infraestrutura mainstream real. É isso que estamos empolgados em fazer.

NS: Caramba, essa mulher, eu juro. Essa mulher me ligou não faz muito tempo e disse: ‘Vou fazer direito em Harvard.’ Eu nunca consigo acompanhar. Acho que minha coisa favorita no nosso relacionamento é a Bridgit ter que me re-explicar tudo cada vez que nos vemos. [risos] Aos poucos eu começo a entender os conceitos por trás disso. A maneira como você acabou de explicar faz sentido e é muito legal.

BM: A coisa que você e eu compartilhamos é fazer coisas com nossos maridos. Acho você e o Jordan realmente inspiradores porque vocês formam uma grande equipe. Tenho certeza de que as pessoas te perguntam o tempo todo, ‘Ah, como é trabalhar com seu marido?’ Mas o que você acha desse modelo? Porque eu acho que é muito poderoso. Acho que para as mulheres da nossa geração há muita aspiração do tipo, ‘Você pode fazer qualquer coisa!’ Mas, à medida que você cresce, o caminho se torna menos claro sobre como isso realmente funciona na vida adulta. Mas algo que eu amo sobre trabalhar com o marido nessa carreira dupla e na busca de fazer de um projeto, um projeto conjunto, é que os cônjuges não são colocados um contra o outro pelo sucesso de uma pessoa ou da outra. Vocês podem ter sucesso juntos e construir seu império familiar.

NS: Sinceramente, acho que depende do tipo de relacionamento que você tem. Acontece que estou em um relacionamento onde ambos somos muito motivados, ambos curiosos, ambos muito competitivos, mas também compartilhamos os mesmos valores e crenças. A competitividade não é sobre alcançar algum tipo de objetivo por causa do nosso ego, embora o ego exista e tenhamos que controlá-lo constantemente, mas temos a mesma visão de mundo sobre por que estamos aqui, quem somos, qual é nossa identidade, nossa fé e como isso é nossa base. Outra coisa é que temos habilidades totalmente opostas, algumas coisas se sobrepõem, com certeza, mas em termos de como nossos cérebros funcionam, são completamente diferentes. Então, nos complementamos em áreas, o que funciona incrivelmente bem. E vocês também adoram trabalhar juntos, né?

BM: Sim, adoramos. Temos muita sorte de estarmos fazendo o trabalho dos nossos sonhos – tenho certeza de que vocês se sentem assim também.

NS: Cem por cento. É até ridículo. Vou completar voltando para Sorria, está pronta para isso? Você nem sempre tem a oportunidade de ter uma experiência onde – como eu disse, você é uma cor em uma pintura – quando você assiste, você ama. Eu me sinto muito grata que esta seja uma dessas vezes em que me sinto incrivelmente orgulhosa do trabalho, e do que o Parker fez. O resto não depende de mim. Espero que as pessoas amem, mas no fim, sempre viverá como algo em que coloquei meu coração e alma, e realmente gostei do resultado.

Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil | Fonte: Heroine