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Arquivo de Soft Voice



postado por equipe nsbr15.06.2021

Naomi Scott, Olivia Cooke e Bel Powley são as estrelas e as produtoras executivas da série de podcast chamada Soft Voice. A história acompanha uma jovem mulher (Scott) com uma voz em sua cabeça que diz a ela o que fazer, guiando-a para seu sucesso extraordinário. Um dia, a voz desaparece — e uma nova voz assume. A série de 10 episódios foi criada pelo ator James Bloor (Barkskins).

Confira o resumo do décimo episódio de Soft Voice.

EPISÓDIO DEZ – REQUIEM

(ALERTA DE GATILHO: AUTOMUTILAÇÃO)

Um acorde longo de um órgão é tocado na igreja. Soft Voice conta que era um dia comum e ensolarado, e que Lydia não dormira pois ficou pensando sobre o poema de sangue de Jean. “De alguma forma”, diz Soft Voice, “Lydia sabia que hoje seria um grande dia. Talvez o maior de todos os dias. Mas ela não conseguia descobrir precisamente o porquê, ou o que, ou como.” Normalmente, quando Lydia não tem certeza de algo, ela recorre à Soft Voice. Mas Soft Voice recebeu o horrível e incomum som: o silêncio. Durante toda a manhã, Lydia não dirigiu uma única palavra à Soft Voice.

Um carro preto foi até a Igreja Católica de São Januário, e dele saíram Jane, Mark, tio Rick, Greham, Jeanie e Lydia. Jane foi com Mark, empurrando a cadeira de rodas dele. Tio Rick foi atrás, ajustando a gravata preta, e Lydia foi ao lado de Greham que segurava a Jeanie. Na entrada eles encontraram o padre que os cumprimentou com um sorriso e disse: “Bem vindos. Bem vindos. Deus esteja convosco.” Jane agradeceu, e marchou igreja adentro com Mark, tio Rick ao seu lado. Lydia mergulhou os dedos na água benta, tocando a testa, o peito e os ombros e seguiu sua família, olhando para os santos, mártires e os vitrais. Lydia sentou-se ao lado do tio Rick no primeiro banco, enquanto que o padre incensou a igreja e subiu ao altar.

O padre inicia a celebração da missa especial à Judith Catherine Gumpfield, desejando as boas vindas a todos e principalmente à família e amigos ali presente, enquanto agradece a Deus por sua vida. Ele pede para que todos usem o dom concedido por Deus, da imaginação, para criarem a imagem das centenas de pessoas que Judith conheceu durante sua longa vida de 89 anos. Para imaginarem todas essas pessoas sentadas ali com eles, risos e lágrimas nas faces, cada um deles relembrando e celebrando a mulher maravilhosa, Judith, “que cada um de vocês conheceu como uma pequena parte no mistério de Cristo”. Prosseguindo, ele diz que o momento de relembrar Judith pode também ser usado para que cada um volte seus olhos para dentro de si e lembrar que a vida de cada um não é nada além da morte, que todos estão certos de ter, mas que Deus tem prorrogado desde o nascimento de cada um para que o propósito único seja alcançado. O padre diz que talvez eles nunca cheguem a saber como exatamente Judith morreu, eles só sabem que um dia ela sumiu, e que deve ser muito mais difícil um memorial sem o corpo, pois eles não vêem o corpo de Judith diante deles. “Mas eu vos digo, cheio de fé, que apesar de não enxergarem Judith, ela está aqui entre nós. No DNA de suas células. Guardada em suas memórias, e na presença do espírito criativo do Universo.” Ele então chama Richard, o filho de Judith, para subir ao altar e ler um tributo para ela.

Tio Rick não consegue. Ele diz que não consegue ir lá e ler, o que deixa Jane irritada. Tio Rick pergunta se Jane poderia ler e ela responde com um incisivo não. Mark se oferece para ler, mas Jane não permite, já que não daria nem para levar ele até o altar. Vendo a confusão, o padre pergunta se Richard preferiria que ele mesmo lesse. “Lydia”, tio Rick chama, “você poderia?” Lydia hesita, mas então aceita, dizendo que não há problemas. Entrega Jeanie para ele e caminha para o altar. Jeanie late quando a dona se afasta. Lydia começa a ler: “Judith Catherine Gumpfied nasceu em Chiswick, Londres, no dia 4 de janeiro. A caçula dos quatro filhos de Elizabeth (…) e James (…). Diferente dos seus irmãos mais velhos, Judith recebeu uma educação formal numa casa-escola para garotas em Norfolk, onde o instrutor em 1937 falou que Judith tinha um talento especial…” e o telefone toca.

Escutamos Jane murmurar. Lydia interrompe a leitura e pede perdão, descendo do altar e indo até a sua bolsa. “Esqueci de colocar no silencioso”, ela avisa pouco antes de pegar o aparelho. Uma ligação perdida de um número desconhecido, duas mensagens, a primeira mensagem dizendo: “Olá Lydia, aqui é o Salim, o amigo da sua avó de Berlim.” Jane pergunta se era algo de importante e Lydia guarda o celular no bolso, pedindo desculpas outra vez e voltando ao altar, com Soft Voice a importunando. Lydia pede perdão a todos uma vez mais, “Salim de Berlim…”, diz Soft Voice enquanto Lydia tenta se localizar no texto “O que ele poderia querer?” Lydia reencontra o trecho que parou, relendo-o, e prosseguindo ao dizer que Judith tinha um talento especial em fazer amigos. Lydia é novamente interrompida quando a inquieta Jeanie late, mas tenta prosseguir ao ler que ela tinha um talento ainda maior em criar inimigos. “Esse relatório foi escrito quando ela tinha nove anos. Eu acho que aqueles que conheceram a minha mãe podem concordar que ela não mudou muito nesse aspecto pelos próximos oitenta anos.” Jeanie late outra vez. E de novo, e de novo, e de novo. Lydia tenta ignorar e Greham tenta conter a cachorrinha, que continua a latir e o ambiente torna-se quase caótico até que as grandes portas da igreja se abrem de uma vez. Todos se viraram, e ninguém respirou. A silhueta de uma mulher de pé na entrada. “Vó Night-Night?”, Lydia sussurra incrédula.

A mulher entrou na igreja, mas ela não era a vó Night-Night. Ela era uma policial, e atrás dela estava um outro policial que fechou as portas. O coração de Lydia começou a bater em seus ouvidos. Lydia virou-se para o padre e falou que precisava ir ao banheiro, muito rápido. Ele indica o caminho e ela corre para lá. “Lydia, devagar”, Greham fala, e Jane exclama: “Lydia!” A mulher entrou no banheiro, pegou o telefone em suas mãos trêmulas, leu a mensagem de Salim por completo com a voz ofegante: “Olá Lydia, aqui é o Salim, o amigo da sua avó de Berlim. Me desculpe por demorar tanto a te encontrar online. Eu preciso te passar uma mensagem da sua avó, vou te enviar por vídeo. Eu espero que você esteja bem e saiba que você fez algo incrível”.

Lydia abriu o vídeo, e era vó Night-Night ali. “Olá Lydia, eu estou em um banheiro aqui na discoteca de Berlim. Você está em algum lugar na pista de dança tendo um momento esplêndido. Enfim, quando você receber esse vídeo, eu estarei morta. E eu quero que você saiba, Lydia, que a morte é absolutamente segura”, então ela cumprimenta alguém durante o vídeo, e o chama para dar oi para sua neta.

A pessoa assim o faz e vó Night Night retorna ao foco: “Agora, vamos tratar das legalidades antes. Então, para qualquer um que se preocupe, eu, Judith C. Gumpfield formalmente perdôo minha neta, Lydia, de qualquer ou toda responsabilidade acerca da minha morte. É inteiramente do meu desejo vir aqui para morrer. Pronto. Isso vai te tirar de qualquer problema que você possa arranjar com a polícia. Agora, Lydia, tem uma outra coisa que eu quero falar com você antes que eu parta. Eu quero te contar algo. Algo sobre você. Eu assisti você crescer,” escutamos Lydia chorar “de uma pequenina criança até uma jovem mulher, e o que eu percebi, Lydia, é que você age fingindo ser perfeita. Agora a única razão, minha querida, para alguém tentar tanto convencer todos ao redor de que essa pessoa é perfeita, é porque ela sente-se profundamente imperfeita, por dentro. Em resumo, Lydia, você se comporta como se houvesse algo profundamente errado com você, algo que você precisa consertar. Me desculpe se isso venha como um dissabor para você, minha querida, mas o fato simples é que você é só uma mistura de trevas e luz, que todos nós somos. Você vai ferir pessoas, e você vai ser ferida. Você vai curar pessoas, e você vai ser curada. E assim é a vida. A única coisa que está errada com você, minha querida, é que…” alguém bate na porta com força, assustando Lydia, que xinga baixinho. “Lydia?”, chama a mulher do lado de fora, “Lydia, meu nome é detetive Violet Blow. Temo que eu precise de fazer algumas perguntas.”

Lydia destrancou a porta, vestida em seu vestido preto, e encarou a detetive. A detetive era mais alta que Lydia, e estava no início de seus 60 anos. Lydia pegou o telefone do chão, a tela rachada. “Olá Lydia”, a detetive Blow falou, e Soft Voice comanda que Lydia não falasse nada. “Me acompanhe, por favor”, pediu a mulher. A detetive e o outro policial foram com Lydia até a nave da igreja. A família fica desconcertada, perguntando quem é a mulher e o que está acontecendo. A detetive pede desculpas e informa que precisa fazer perguntas a Lydia.

Jane puxa a filha pelo braço, afastando-a dos policiais, e pergunta: “O que está acontecendo? O que você fez!?” Lydia não respondeu, “Isso é um ultraje! Interromper um funeral de família, você não tem vergonha!?” Violet se desculpa, desejando que o resto do memorial ocorra bem e prestando suas condolências à família. Jane manda que a mulher saia, e Violet pede para que Lydia a seguisse. “Ela não vai seguir você!” diz Jane, então Violet precisa ser mais clara, colocando as algemas em Lydia e dizendo: “Lydia, eu estou te prendendo por ligação à morte de uma mulher desconhecida.” os familiares ficam confusos e Jane começa a chorar copiosamente, bem como Jeanie que começa a latir. “Pensando, Lydia!”, grita tio Rick, “Pensando! Tudo o que você vê ao seu redor começou como um pensamento!”

A detetive Blow colocou Lydia na parte de trás da viatura e dirigiu. “Nós não estamos levando-a para o posto, chefe?”, pergunta o outro policial. “Nós não estamos levando-a para o posto, Simmons. Estamos levando-a para a casa dela.” Ele tenta argumentar, mas Violet diz que reconhece um erro quando o encontra, que ela pode senti-lo nos ossos. Saindo da viatura, eles caminham um pouco até chegar na casa de Lydia. “Permita-me tirar suas algemas, Lydia”, diz Blow, “Por favor, abra a porta.” Lydia abre sua bolsa para pegar as chaves, mas quando tira a mão da bolsa ela deixa cair o poema de sangue no concreto. Como um falcão, Blow pegou o papel e comentou com um sorriso “Que notável caligrafia você tem, Lydia”, mas Lydia evitou os olhos da detetive e enfiou a chave na fechadura “para entrarem em sua cabeça,” narra Soft Voice, “para entrarem em sua casa.”

“Mantenha a calma, Lydia”, diz Soft Voice “e faça exatamente o que eu mandar. Eu sou sua única esperança.” Elas entram em casa e Violet pede para que Lydia se sente. Soft Voice manda que ela obedeça e assim Lydia o faz. “Como eu disse, Lydia, eu preciso te fazer algumas perguntas e essa conversa será gravada”, diz a detetive, começando a gravar, “Lydia, pode me dizer onde você estava na noite de sábado do dia primeiro de setembro?”, a mulher interroga. Soft Voice fala para Lydia manter-se quieta, que ela tem o direito de manter-se em silêncio. “Está bem, Lydia, vamos tentar de outra maneira…”, Blow decide, e Soft Voice manda Lydia parar de demonstrar nervosismo.

A detetive continua: “Quando recuperamos o corpo de uma jovem mulher do canal, semana passada, nossa equipe pôde extrair informações a partir do telefone inundado dela.” Soft Voice manda, com a voz quase distante, que Lydia não faça nenhum comentário, e a policial continua “Nós encontramos um número salvo como Lydia, com um coração”. Soft Voice está com a voz ainda mais distante, e a detetive fala que eles rastrearam o número e chegaram até Lydia. “O que você pode me contar sobre esse pedaço de papel que caiu da sua bolsa, Lydia? Parece uma carta. Ou um poema? Escrito em vermelho. Contudo, é mesmo vermelho? Está mais para marrom, na verdade, não está? Muito semelhante, de fato, às centenas de poesias que encontramos escritas em sangue, quando localizamos a casa da mulher…” Uma lembrança surge para Lydia, na qual ela pergunta para Jean se o podcast que elas estavam prestes a ouvir seria assustador, e Jean respondeu que seria um pouquinho, mas que ela protegeria Lydia.

“Talvez você possa descrever a natureza da sua relação…” A voz de Jean soa em outra lembrança, em que ela conduz Lydia a passar a loção na pele e Lydia diz que gosta de receber ordens. “Parece que vocês duas eram próximas”, conclui Violet. Lydia, em sua memória, pergunta onde dói, e Jean indica enquanto Lydia se concentra em massagear-lhe a cabeça. “Por que você não reportou quando ela sumiu? Não estava preocupada?” e Lydia recorda de quando Jean disse que a amava, e ela respondeu que a amava também. “Alguma coisa deu errado, Lydia?”, e Jean diz que Lydia a estava assustando, “Houve uma luta? Um acidente?”, a dor de cabeça de Jean piora nas lembranças da mulher, e Violet é mais firme: “Comece a falar, Lydia.” Jean diz que no momento em que ela entrar, a memória das duas na água, Lydia ficará bem.

Lydia lembra de dizer que não acredita que consiga, mas Jean disse que é óbvio que ela consegue. “Eu sei o que você está escondendo”, falou a detetive. Lydia ainda assim fica em silêncio, então Violet decide prosseguir: “Deve ser muito solitário dentro da sua cabeça, Lydia. Por que não me conta no que está pensando?” “Pensando”, Lydia diz, finalmente. Quando a detetive pede para que Lydia confirme o que disse, ela explica: “Eu disse ‘pensando’, porque eu estava tentando parar de pensar, e tentando fazer um intervalo na maratona, no meio ou no início, porque acontece que você pode fazer essas coisas. Porque mesmo que o total de matéria e energia no Universo mantenha-se constante, só mudando de uma forma para outra, você nunca conseguirá aquelas formas de volta”, então Lydia faz uma pausa, “Eu matei a Jean. Fui eu. Eu não tinha a intenção, eu estava tentando consertar a dor de cabeça dela! Mas eu também estava tentando… eu estava desesperada para ter a Sof… minha amiga, eu estava desesperada para ter minha amiga de volta para mim e eu… perdi o controle. Eu não quis machucar ninguém, eu nunca quis machucar ninguém. Eu precisava de algo. De alguém. De mim mesma. Eu precisava ter a mim mesma de volta. E eu estive escondendo e trapaceando e fingindo que eu sou correta. Fingindo até que eu sou a melhor. Porque eu sei que eu sou a pior. E eu acho que é isso que está terrivelmente errado em mim. Está terrivelmente errado em mim que eu saia por aí acreditando que exista algo terrivelmente errado em mim, então quando eu tento fazer coisas para provar que não há nada de terrivelmente errado em mim e, quando não funcionam eu… faço coisas para comprovar que há sim.” Lydia está chorando a essa altura, e Violet mantém-se em silêncio, até Lydia perguntar se ela não falará nada. “Minha nossa… então é você”, ela diz, perplexa. “Sim, sou eu”, Lydia confirma. “Eu sabia”, sussurra a detetive, “a sua voz.”

“Olá, Lydia”, Dark Voice diz de repente, assustando Lydia. Violet pergunta o que há de errado e a Dark Voice gargalha histericamente. “Você está bem?”, a detetive pergunta, enquanto que a gargalhada alta ainda toma conta da cabeça de Lydia. Lydia corre para o banheiro e se tranca lá dentro. Violet bate na porta, mandando que ela abrisse, mas Dark Voice continua a gargalhar e gritar dentro de sua cabeça: “Você é tão fraca, Lydia!” e por um instante, a música cessa, e escutamos Lydia ofegante e o grito da Dark Voice: “Pegue a furadeira!”

Todo o horror retorna, com Lydia implorando para que não fizesse isso, dizendo que não e não. “Você me desobedeceu e arruinou absolutamente tudo!” Dark Voice gargalha, enquanto Lydia grita, com a voz distorcida, o tanto que a odeia. “Lydia!”, Violet continua batendo na porta. “Eu não quero viver com você de jeito nenhum, eu prefiro estar morta a viver com você então saia de mim! Saia da minha cabeça! Saia!” Lydia chora, pegando a furadeira. “Ela coloca a furadeira dentro da boca”, diz Dark Voice, “Ela pressiona a furadeira em seu palato mole, pronta para arrancar seu cérebro! Ela prepara para puxar o gatilho, na contagem de três. Um. Dois. Três!” A furadeira liga. “Lydia!” Violet arromba a porta, “Pare! Abaixa isso!” A furadeira cai bruscamente no chão e Lydia chora de dor e agonia. “Eu quero que você saiba que está vindo comigo”, diz Blow, pegando a mulher enquanto Lydia chora, dizendo que saísse de sua cabeça. “Deixe os quartos Simmons, eu a peguei no banheiro, e consegui a arma do assassinato. Eu vou levá-la para fora.”

Enquanto Violet leva Lydia para fora, a mais nova chora pedindo perdão, dizendo que não teve a intenção. “Entra no carro”, manda a policial, colocando Lydia ali e ela entra também. Lydia se acalma um pouco. A detetive respira fundo e diz: “Não há maneira fácil de te falar isso, Lydia. É sobre a sua voz.” Lydia pergunta o que tem a voz dela, e Violet explica, devagar: “Você é a voz na minha cabeça. Você soa exatamente como a voz na minha cabeça.” Lydia pergunta como, e a Blow responde: “Eu sei que parece loucura. É… é muita coisa para digerir”, ela começa a rir, e Lydia pergunta se pessoas que escutam vozes em suas cabeças são insanas. “Oh, Lydia”, diz a detetive, “Eu sei que é muito difícil para você entender porque você pensa que você é uma pessoa chamada Lydia. Mas na verdade você é uma parte, um fragmento, da minha psiquê. E-eu… eu não consigo acreditar que finalmente te encontrei. Talvez foi você quem me encontrou. De qualquer forma, eu tenho procurado você por anos. E aqui está você. Eu tive um pressentimento, sabe? Eu tive um pressentimento de que seria você. Você é a última.” E com isso, Blow ligou o carro e dirigiu em direção à noite fria de inverno. Lydia estava tão chocada que permaneceu sentada em silêncio, a boca entreaberta.

“Ela era mesmo só uma voz? Só um som? Só um murmúrio dentro da cabeça de outrém?”, pergunta Dark Voice. “Se ela é uma parte da detetive Blow, significa que Jean era uma parte dela mesma? Uma parte gentil e feia dela mesma, que ela matou?”, Soft Voice traz à tona. “Foram todos os horrores de sua vida, Lydia imaginou, foram todas as alegrias simplesmente os eventos de uma história construída dentro da imaginação de alguém?”, Dark Voice fala conosco, e Soft Voice conta que Lydia segurou a própria mão com força. “Estava quente”, contou-nos Dark Voice, “Parecia real o suficiente.” A detetive olhava para a estrada, as luzes e sombras passando por seu rosto.

“Como deve ser dentro dela? Lydia imaginou.” “Uma pessoa,” Soft Voice prosseguiu “ou uma personagem?” “A narradora da história, ou uma história sendo narrada?” Lydia sussurrou: “Então eu sou mesmo a voz na sua cabeça?”, e a detetive Blow respondeu: “Bom… você é uma delas.” Lydia pergunta para onde elas estão indo, e a detetive Blow sorriu, lágrimas rolando por suas bochechas: “Conhecer as outras.”

Tradução & Adaptação: Naomi Scott Brasil

postado por equipe nsbr15.06.2021

Naomi Scott, Olivia Cooke e Bel Powley são as estrelas e as produtoras executivas da série de podcast chamada Soft Voice. A história acompanha uma jovem mulher (Scott) com uma voz em sua cabeça que diz a ela o que fazer, guiando-a para seu sucesso extraordinário. Um dia, a voz desaparece — e uma nova voz assume. A série de 10 episódios foi criada pelo ator James Bloor (Barkskins).

Confira o resumo do nono episódio de Soft Voice.

EPISÓDIO NOVE – BLOOD POEM

Lydia começa a ler o poema. Não há narração nesse episódio, somente a leitura, com as vozes das três (Lydia, Soft Voice/Jean e Dark Voice) mesclando e alternando entre si.

Lydia é quem começa:

“A Última Vez. É essa a última vez em que te verei no escuro? A última vez que o seu sorriso atravessará o quarto? A última vez em que você irá segurar minha mão à noite? A última instância de prazer? O último toque ali. Eu ouvi que a compaixão é uma mãe sem braços, assistindo enquanto seu bebê se afoga. Onde você estava na última vez? Onde? Retratada, oculta e de cabeça para baixo, dentro dos meus olhos. Caquética.”

A voz de Jean continua: “Poderia essa ser a nossa última vez, novamente? Não poderia, se tivéssemos tentado?” Dark Voice sussurra: “Siga-a, amiga”, e Lydia prossegue: “Nós não tentamos. Não pode ser a última vez. Não é o mesmo”. Dark Voice retoma: “A última vez que vocês se beijaram, que se olharam, que observaram.” Soft Voice sussurra, e logo sua voz se une à de Dark Voice: “Um jardim completamente em ordem. Um diabo em um céu solitário, olhos cansados”, Dark Voice assume, já não mais sussurrando: “Eu te quero destruída, e esquecida.” Soft Voice dá continuidade: “Estou ficando sem forças, Lydia. É difícil saber exatamente quando é o fim, mas eu posso dizer ter te conhecido o bastante. Infelizmente a física nos impede de nos aproximarmos mais, e eu acabei de gastar muito sangue com ‘infelizmente’.”

Tornamos a escutar Lydia lendo: “Florescer é infinito como óleo e tinta, mas está sempre quase terminado. Porque… o que acontece, não acontece, apenas para todos, e então acaba, e acaba, e acaba, e acaba, e acaba… E entre e por trás do que aparenta ser, nossas frias e pequenas cidades alienígenas, absorvendo-nos e derramando inacabável liberdade sobre finalidades e brotos de adoração. Explicação e governança encolhendo. A morte gosta, a morte vive. O indivíduo, não mais vítima. O indivíduo, não mais agente todo-poderoso, autossuficiente.”

Jean retoma: “Mas Lydia, eu estou quase no fim com você, com o que eu ainda tenho comigo das gotas que restam. O que eu te digo: eu nunca me senti tão amada como eu me sinto em seus braços. Quem diria que o sangue iria durar? Eu achei que as máscaras tivessem caído, Lydia, horas atrás. Eu tirei muito por você. Muito. Muito.” A voz de Jean muda agora é a de Lydia, sem que percebêssemos a mudança. “O que separa a necessidade e o querer, para você? Compromisso? Ou a orgulhosa promessa que vem junto? A suspeita de um futuro? A profecia dele? Os ombros largos? Os mortos? Seria essa a última vez que fazemos amor? Quantas vezes mais? 287? 9? 6.020? 17?” então Jean volta a falar: “Isso te surpreende, Lydia? Que eu não escrevo como eu falo?”, e as três dizem juntas: “Que eu sou um dicionário?” e voltamos para Lydia: “Você fica alarmada que, em texto, eu pareço um lago totalmente diferente.”

Dark Voice é quem continua: “Estou fraturada de história. Memória. Gabarito. Desejos. Instrução. Hábito. Pedaço de mil figuras, interpretadas, lunáticas. O fim, e o fim, e… Eu nunca me senti tão gentil como com você. Rapidamente coagulada.” Agora, Dark Voice torna a sussurrar: “Procurando meu último e sangrento suspiro. A fração final que restou de mim”, e Lydia retoma: “Possuem a pele da minha posição, meu pâncreas, as últimas gotas animalescas, a última risadinha. A última saliva, desaparecida. O último drible de amor”.

Soft Voice assume: “Despistando o espectro, o centro, procurando, pterodátilo, cuspindo cruzes perdidas, descendo o mármore, destruído e flamejante e então afundando, uma armadilha de pensamentos sólido-líquidos. A inundação, a carne e os ossos exatos.” Juntas elas seguem: “Estalo escorregadio. Através de um balançando e um vão temporário. O pescoço emplumado de cálcio. O defeito de tandem. A borda, a tranca, o calor, o coágulo. Em certos reboleios as calhas dissolvendo entre os tubos. Religando e moldando uma façanha.”

A música cessa.

E escutamos Jean: “Temo não ter nada a te oferecer, Lydia. Talvez seja assim que vamos chegar ao fim. Saturadas juntas e sozinhas. Complementando uma a outra, cortinas. Eu amo você. Eu amo você.”

“Congelando”, Dark Voice começa com a música voltando a tocar, e vão mesclando-se e alternando: “Gorgolejando o goivo, juntas. Os últimos suspiros. A mutilação, juntas. Faça valer a pena, preciosa. Quanto mais de mim ainda te resta? Drogas, o último mergulho. Como uivar em uma página, e como a fazer falar. A drenagem vermelha. Escorrendo, afinando-se. Um toque de alegria, válido à fundamentação. Escolhendo fusos fora do meio. Um gato acometido à luz do dia. O espírito que vive dentro do meu corpo veio aqui para aprender com você. Obrigada. As lições são duradouras. Decaindo na trincheira, meu DNA, pela última vez, crescendo a saudade da própria dor. A última vez como parceiras. A última vez como amante pacífica. Proclamar. Família. Objeto. Espelho. Prisão. Liberta. Eu divido, eu derramo, por você.”

Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil

postado por equipe nsbr15.06.2021

Naomi Scott, Olivia Cooke e Bel Powley são as estrelas e as produtoras executivas da série de podcast chamada Soft Voice. A história acompanha uma jovem mulher (Scott) com uma voz em sua cabeça que diz a ela o que fazer, guiando-a para seu sucesso extraordinário. Um dia, a voz desaparece — e uma nova voz assume. A série de 10 episódios foi criada pelo ator James Bloor (Barkskins).

Confira o resumo do oitavo episódio de Soft Voice.

EPISÓDIO OITO – FAMILY OF ORIGIN

Soft Voice decidiu contar tudo a Lydia. Como ela recuperou o emprego: enviou um vídeo sexy para o Trevor. Todas as plantas novas de sua casa são de plástico. Ela só estava no topo da Liga de Badmington porque arrancava as penas do volante toda vez que os outros jogadores estavam vencendo. E que inventou o tempo de Lydia na maratona, e que ela não é a maior instrumentista de orquestra local e sim uma instrumentista comum. Que os alunos de ioga só iam para as aulas por causa da filhotinha, e a filhotinha não era uma Weimaraner pedigree e sim a mistura de um Galgo-inglês com um Poodle. E por fim, Soft Voice contou que Lydia abriu um buraco na cabeça de sua amiga, usando uma furadeira, e jogou o corpo dela no canal. “Se essas coisas são ou não verdade, não é relevante”, conta-nos Soft Voice, “o mais importante é garantir que Lydia se sentisse um fracasso, uma fraude e uma uma horripilante psicopata.”

Era sábado, a véspera do memorial da vó Night-Night, e Lydia e Greham foram para a casa dos pais de Lydia. Jane, a mãe de Lydia, os recebe e conhece Greham. Pede que todos tirem os sapatos e também cumprimenta a pequena Jeanie. “Lydia estava amedrontada”, diz Soft Voice, enquanto o pai de Lydia, Mark, e seu tio Rick a cumprimentam, e Soft Voice continua “de si mesma”.Lydia os cumprimenta, e Soft Voice diz que é sempre melhor ser temida do que ser amada se você não puder ser os dois. Jane oferece chá, café, e Greham e Lydia aceitam o café, então Jane fala para os dois colocarem as coisas no quarto e ficarem à vontade, e para que Lydia arrumasse o antigo quarto dela. Nas escadas, Greham olha uma foto e pergunta, com espanto, se era Lydia ali. Ela diz que sim e que tinha por volta de quatro anos, alimentando os patos. Ele diz que ela era muito estranha quando criança. “Eu falo no melhor dos sentidos”, Greham garante, “você está hilária nessa foto, como um pequeno alien. Seus olhos estão tão engraçados. Você parece tão diferente agora, ainda bem.”

Chegando no quarto, Greham pergunta como era o quarto dela quando ela era mais nova, já que o quarto fora modernizado. Antes que ela pudesse responder, Jane os chama para descerem. Eles pegam o café e vão para a sala de estar com o Mark e o tio Rick. O pai dela pergunta quando ela deixou o cabelo tão curto, demonstrando não ter gostado, mas diz “pelo menos você não o pintou numa cor estranha”, e ela diz que pintou sim, de coral. Greham diz que o cabelo dela parece bem marrom e ela diz que deve ter pintado de marrom outra vez, recentemente. Antes de conhecer o Greham. Greham e o tio Rick começam a conversar e o mais velho pergunta do fim de semana, como foi. Greham diz que foi muito bom, mas Lydia não tem tanta convicção, principalmente ao falar que houve muita ‘verdade’.

Eles se servem de cordeiro, e Jane organiza todos em seus lugares na mesa. Abrem um vinho e também comem batatas. Greham fala que a casa de Jane é linda, e que ele viu uma foto engraçadíssima da Lydia no andar de cima. A dela com os patos. Jane fala que é uma das fotos que ela mais gosta das duas, mas Lydia pergunta se não estava somente ela na foto. Greham concorda, dizendo ter visto somente a namorada. Jane diz que ela está no fundo, atrás de Lydia, e Mark diz que sempre achou que era a vó Night Night quem estava ali no fundo, já que ela costumava levar Lydia para alimentar os patos. Jane protesta, dizendo que sua mãe levou a Lydia para lá uma ou duas vezes, e que ela quem sempre a levava. “Bom, não parece você”, diz Mark, mas Jane insiste que é ela sim. Mark diz para Lydia que no fundo é a vó Night Night e Jane protesta. Então os dois discutem, e o pai pergunta quem tirou a foto. “Eu tirei”, começou Jane, logo se interrompendo “Não, você quem tirou, provavelmente”. Mark diz que nunca tirou uma foto e que, além do mais, era a câmera de Jane. Greham tenta diminuir a tensão ao dizer que realmente não notou ninguém mais além de Lydia ali. “Eu estava lá”, afirma Jane, encerrando o assunto. Então começam a conversar sobre os planos para o dia seguinte.

Greham diz nunca ter ido a um funeral antes, e pergunta se haverá leituras. Jane diz que o padre deve dizer algumas coisas e que o tio Rick faria o discurso e Mark leria um poema que encontrou. E então haverá alguns hinos.

Greham pergunta o que houve no asilo, pois segundo Lydia a avó simplesmente desaparecera. Eles confirmam ser essa a versão da história que tinham também, que ela desapareceu e as câmeras de segurança, segundo o asilo, não registraram nada. A polícia procurou na região e não encontraram nada. Greham diz que eles poderiam mover uma ação contra o asilo mas Jane diz que eles aceitaram tudo, que era hora de seguir em frente. “Que bela maneira de conhecer os pais da moça, não é, Graham? No funeral da avó.” Jane diz que eles não devem estar juntos há muito tempo e Lydia fala que farão quatro semanas no dia seguinte. “Eu acho adorável você ter vindo para dar apoio à Lydia, Greham”, diz Jane, “Esse é um bom sinal.” Lydia diz que o Greham tem um coração de ouro. Tio Rick diz que estava pensando, sobre a mãe, e se eles poderiam compartilhar algumas lembranças alegres. Ele pede para Lydia e ela conta de quando ela tinha 7 anos e que ela se trancou no banheiro por acidente. Ela ficou muito assustada e começou a entrar em pânico e a avó usou uma faca para destrancar por fora e soltar a Lydia. E então a abraçou, após tê-la resgatado. Tio Rick diz que essa era uma lembrança adorável e pede para que Jane compartilhe algo também, mas a mulher diz para Greham que as melhores lembranças eram de quando o asilo ligou para informar que ela havia desaparecido, ou ter sido completamente ignorada na infância, ou de visitá-la sempre e a mãe não se dar o trabalho de dizer olá. Soft Voice conta que ninguém falou muito depois disso.

Lydia e Jane foram colocar as louças na máquina, depois do jantar, enquanto que os homens voltaram para a sala. Tio Rick abriu uma garrafa de whiskey em homenagem à vó Night Night. Jane corrige a filha sobre como colocar as louças na máquina, e sentimos um momento de estranheza em que Lydia tenta se encaixar na casa dos próprios pais. Jane então diz para Lydia voltar para a sala e deixar que ela cuidasse de tudo. Soft Voice revela que Lydia quis dizer algo para ajudar, mas disse: “Obrigada, mãe. Por me dar uma vida.” Jane a olhou e disse: “De nada, Lydia. Mas eu suponho que também te dei uma morte. Desculpa” Lydia diz que está tudo bem. Sua mãe fecha a máquina de lavar e fala: “Ela tenta, ela consegue. Eu vou dormir mais cedo hoje, querida”.

Na sala de estar, Mark, Greham e o tio Rick bebiam ao redor da lareira e Lydia uniu-se a eles. Três copos depois, Mark despediu-se e foi dormir. Seis copos depois, Greham estava bêbado. Lydia sugeriu que eles encerrassem a noite e Greham concorda. Os dois se despedem do tio Rick e vão para o banheiro, onde Lydia observou Greham tentar escovar os dentes. Enquanto Greham falava sobre ter se dado super bem com a família dela, Lydia percebe estar com a mão sobre a maçaneta da porta, e então somos levados para sua memória em que ela se trancou no banheiro. A voz da pequena Lydia pede socorro, choramingando enquanto tenta sair. Então vó Night Night aparece dizendo que estava tudo bem, soltando-a e abraçando a criança que chorava. Greham e Lydia vão deitar, e quando Lydia fala para Jeanie deitar na cestinha dela, Greham protesta e pede para que ela dormisse na cama com os dois. Ele então observa a mulher e diz: “Você está muito sexy com esse vestidinho preto”, e Lydia diz que é o seu vestido de funeral. Ele gargalha e pega a bolsinha dela, perguntando o que era aquilo.

Ele abre a bolsinha e encontra uma folha de papel, que ele desdobra dizendo num tom zombeteiro: “Isso é uma carta do seu admirador secreto?”, mas Lydia toma a carta dele. Ele então se deita e a chama para deitar de conchinha com ele, e ela assim o faz, segurando o pedaço de papel que estava escrito em vermelho. Greham começou a roncar, e Lydia sabia o que era aquele papel sem precisar ler, bem como a Soft Voice. “O que eu devo fazer com isso?” sussurra Lydia, e a Soft Voice responde que ter um poema escrito com o sangue de alguém que ela assassinou é bastante incriminante. “Você deve se livrar disso imediatamente”. Lydia pergunta se não deveria ler antes e a Soft Voice diz, firmemente, que não. “Você deve calar a boca e fazer o que estou dizendo. Você vai destruir isso, imediatamente. Greham está dormindo, então deslize devagar para fora da cama. Perna direita no chão. Perna esquerda no chão. Saindo do seu ex-quarto. Passando pelo piso, passando pela foto de você alimentando os patos. Descendo as escadas. Esgueirando-se pela entrada, passando para sala de estar. Coloque o poema no fogo, Lydia.” e Lydia responde: “Sim, Soft Voice”. Nesse instante, o tio Rick a cumprimenta, assustando-a. Ela pergunta o que ele estava fazendo sozinho na sala e ele explica que estava meditando. Lydia pede perdão por interromper mas ele diz para ela não se preocupar, pois não é possível interromper a meditação.

Ele pergunta o motivo para ela ter vindo para o andar de baixo e Lydia se atrapalha, mas diz ter vindo para olhar o fogo. Enquanto eles conversam, Soft Voice manda Lydia queimar o poema novamente. Tio Rick pergunta o que ela tinha em mãos e Lydia diz que era do banco e que queimaria pois estava no vermelho. Tio Rick insinua que queimar não resolveria absolutamente nada, e Soft Voice diz: “Cale a boca, seu imbecil”, mas a conversa entre eles continua. Soft Voice ameaça Lydia dizendo que se ela não queimar o poema ela será pega, e tudo cairá por terra, e ela será abandonada e presa e odiada, e ela nunca mais verá a luz do dia. O tio e a sobrinha começam então a conversar sobre pensamentos circulares, como uma maratona. Uma maratona de pensamentos. “Às vezes em uma maratona você precisa fazer um intervalo”, diz tio Rick. Lydia pergunta se seria ao final, mas tio Rick diz que pode ser no meio, ou no início. “Parar no início é uma ótima ideia”, ele fala.

Soft Voice diz que o homem era um idiota, mas Lydia não dá ouvidos a ela, e comenta para o tio: “Você está me lembrando a alguém agora. Ou tem alguém que me faz lembrar de você”. Tio Rick diz: “você parece preocupada”, e é aí que Lydia se lembra e fala: “Jean! Ahm, você soa como uma antiga amiga minha. Mas a Jean…” Soft Voice a manda calar a boca, e tio Rick pergunta se a amiga havia morrido. “Se mudou”, responde Lydia. “Entendi…” diz tio Rick, “Lydia, você gostaria de meditar comigo?”.

“Absolutamente não”, diz Soft Voice, proibindo-a e mandando que ela voltasse para o quarto. Lydia, entretanto, aceita o convite do tio. Ele a guia, enquanto Soft Voice exige que ela fizesse o contrário. Eles trabalham primeiro com a respiração, e o tio Rick diz que toda vez que um pensamento surgir em sua mente, ela deve dizer ‘pensando’. “Sua lesma nojenta, cansativa e egoísta”, diz Soft Voice, e Lydia diz: ‘pensando’. “Pensando!?”, contesta Soft Voice, “Você realmente acha que ‘pensando’, ‘pensando’, vai servir de alguma coisa!? Como você ousa…”. Lydia repete. ‘Pensando’. Cada vez com mais firmeza. Soft Voice implora para que ela parasse, pois ela só quer o melhor para Lydia.

As duas começam a conversar, com Soft Voice dizendo tudo o que ela fez pela Lydia. Lydia concorda que Soft Voice fez muitas coisas boas, “Mas você nunca me escu…”. “Eu te escuto o tempo inteiro!”, interrompe Soft Voice, “Mas você está errada.” Lydia diz que Soft Voice mentiu para ela, que ela esconde coisas dela. “Eu tenho que limpar a sua bagunça!”, grita Soft Voice, e Lydia pede para que ela parasse de gritar com ela.

“Queime o poema e vai pra cama”, ordena Soft Voice. ‘Pensando’. Soft Voice ameaça, dizendo que se Lydia dissesse aquilo outra vez ela iria embora e nunca mais voltaria. Lydia continua repetindo a palavra todas as vezes que Soft Voice fala, ignorando seus ataques e suas súplicas. “Existe algo de muito errado em você, Lydia, e lá no fundo você sabe disso”, diz Soft Voice, “Você é má.” ‘Pensando’. E a voz se silencia. Tio Rick se espreguiça e diz que precisa ir dormir. “Estou nervoso sobre amanhã”, ele diz “espero conseguir dormir um pouco.” Lydia então fala com ele: “Tio Rick, eu posso te dar um abraço?” Ele aceita, e Lydia o abraça, agradecendo-o por meditá-la. “Por nada. Você meditou por si mesma”, ele diz, despedindo-se. Lydia esperou o tio subir. Então ela se afastou do fogo, saiu da casa pela porta dos fundos e foi para o jardim. Ela ficou lá, calma e quieta entre as rosas. “Você nunca saiu, não foi?”, perguntou Lydia. “O que quer dizer?”, perguntou Soft Voice. “O que eu perguntei é se vocês duas são a mesma. Soft e Dark.”, a mulher respondeu. “Do que você está falando?” Lydia, então, não disse mais nada, mas pegou o poema escrito por Jean com o seu próprio sangue. Com mãos trêmulas, Lydia o desdobrou, e começou a ler à luz da lua.

Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil

postado por equipe nsbr15.06.2021

Naomi Scott, Olivia Cooke e Bel Powley são as estrelas e as produtoras executivas da série de podcast chamada Soft Voice. A história acompanha uma jovem mulher (Scott) com uma voz em sua cabeça que diz a ela o que fazer, guiando-a para seu sucesso extraordinário. Um dia, a voz desaparece — e uma nova voz assume. A série de 10 episódios foi criada pelo ator James Bloor (Barkskins).

Confira o resumo do sétimo episódio de Soft Voice.

EPISÓDIO SETE – RE-PERFECTION

“Bom dia, Lydia”, escutamos Soft Voice dizer, “bem vinda a mais um dia perfeito. Chegou a hora de acordar.” Lydia acorda e agradece Soft Voice, desejando-lhe um bom dia. Lydia está com um ótimo humor. Soft Voice então começa a ditar-lhe o que fazer. Levantar, arrumar o lençol, o cobertor, os travesseiros. Abrir a cortina. Lydia diz: “Ah, como eu amo abrir as cortinas. A doce luz do amanhecer refrescando meu rosto!”. “Excelente, Lydia. Agora você está pronta para seguir até a cozinha e preparar sua lista de gratidão.” Lydia coloca na lista, cantarolando: “Eu sou grata pela luz do sol, eu sou grata pelo oxigênio, eu sou grata por não viver no século 15. Mas principalmente, eu sou grata pela Soft Voice!” Soft Voice a parabeniza e fala para ela beber mil mililitros de água enquanto diz algumas auto-afirmações para ela. Soft Voice ordena cada movimento de Lydia, e depois do café da manhã ela precisa cuidar das plantas. E anuncia que é hora de alimentar o cachorro.

“Bom dia, Jeanie!” diz Lydia, alimentando o animalzinho. Então Soft Voice a guia para o banho de água fria e para toda a rotina de higienização. “Se secando, se vestindo, por favor, acelere”, diz Soft Voice, que dita também cada peça de roupa a ser utilizada e tudo o que deve ir na bolsa. “Coloque a coleira no filhote, e agora saia pela porta da frente”. Soft Voice narra todo o percurso até a padaria, para que comprasse croissants. Lydia compra vários, inclusive um para a Jeanie. Soft Voice narra o caminho, e quando Lydia comenta sobre a beleza de uma das ruas, a Soft Voice apenas a ignora e continua a falar para ela para onde ir. “Segure a coleira com essa mão e os croissants na outra, e sorria”.

Soft Voice nos conta que a Lydia conseguiu o trabalho de volta há três semanas. Os colegas e Trevor chegam, cumprimentam-na e cumprimentam a Jeanie, todos muito alegres. Então Lydia avisa que trouxe croissants para todos.

Soft Voice nos conta que Lydia tinha uma excelente técnica para conseguir as vendas: ela transformava sonhos em realidade, e então os transformava em sonhos outra vez. Lydia sempre sabia elogiar os gostos dos clientes. E ela também pressionava assim que dizia não querer pressionar. Lydia também conseguia vender até os imóveis mais caros, para os clientes mais difíceis.

Escutamos um telefonema entre Trevor e aquele cliente ranzinza lá do primeiro episódio. Ele fala que não vai aceitar uma compra tão cara e Trevor o assegura de que o caso dele será uma das prioridades da empresa. Trevor indica Lydia para o trabalho. Lydia conversa com o cliente e sua esposa e até Jeanie é utilizada para valorizar a casa quando Lydia diz “Jeanie, cuidado nessa escadaria em espiral!” O cliente pergunta qual a raça dela e Lydia diz ser uma Weimaraner, e que a tem há três semanas. Soft Voice conduz a postura de Lydia, como quando diz para ela erguer o queixo ao responder uma das perguntas da cliente. Quando a cliente a elogia, dizendo que ela é muito atenciosa, Soft Voice diz para que ela oscile entre entusiasmada e tímida. Lydia responde: “Encontrar casas para as pessoas, que elas verdadeiramente amem e gostem, é muito significativo para mim. Eu sinceramente não sei qual trabalho teria mais significado.”

“Significativo”. A palavra fica na cabeça de Lydia, e ela pergunta para Soft Voice “De onde eu tirei isso? Eu nunca falei isso antes.” Soft Voice diz que ela nunca tinha usado mesmo, mas que não importava já que foi uma técnica de venda muito boa. Lydia pergunta qual foi a técnica, e Soft Voice diz “Fingir que se importa”. “Alguém já me falou isso antes?”, pergunta Lydia. “Sim, eu” respondeu Soft Voice “quando te ensinava a como fechar um contrato”. Lydia esclarece que perguntava sobre ‘significado’, se alguém lhe disse que as coisas deveriam ter significado. “Eu sinto que ouvi isso recentemente. Ou há um tempo. Mas não me lembro onde…” então a Soft Voice a interrompe, dizendo que ela se atrasaria para a aula de yoga caso não se apressasse.

Soft Voice nos conta que a Lydia fez um intensivo de curso online e agora era uma professora de yoga. Jeanie também estava com Lydia nas aulas de yoga.

Lydia também tornou-se chefe de naipe na orquestra.

Em seguida, Lydia seguiu para a aula de italiano.

E Lydia também era a melhor jogadora da liga de badminton.

Combatendo a solidão com os Samaritanos, com a Soft Voice.

Assinando a favor de políticas públicas com Soft Voice.

Com Soft Voice. Com Soft Voice. Com Soft Voice.

E no último fim de semana, Lydia bateu seu recorde de tempo por correr na maratona. “Muito bem, Lydia”, diz Soft Voice “seu prêmio é um fim de semana em Roma. Com Greham”. Lydia fica super feliz, e a Soft Voice diz que antes ela precisa tomar um banho de gelo na jacuzzi.

“Soft Voice, tem cubos de gelo o bastante?”, pergunta Lydia, “Mais sete, Lydia”, a voz responde. Lydia entra a comando de Soft Voice, e é quando a mãe dela liga. A mãe fala que o tio Rick está ali e ele cumprimenta a sobrinha, então a mãe fala sobre o funeral da vó Night Night, que será no domingo. “Você decidiu se vai ler alguma coisa?” pergunta Jane, “Eu decidi. Eu acho que não. Desculpa”. A mãe diz que não faz diferença para ela, e então o pai de Lydia conversa um pouco com ela. Ela conta que vai para Roma com o Greham no fim de semana. “Que adorável”, diz o pai, “vocês estão juntos de novo?”, Lydia explica ser agora um outro Graham, mas um Graham com ‘e’. Greham. Mark diz que se ela está indo para Roma, ela tem que visitar a Boca da Verdade, que é uma escultura em que, segundo a lenda, arrancava a mão daqueles que mentissem com uma mordida. Lydia diz que chegará com Greham para o funeral uma noite antes, para que fiquem juntos de seus pais e do tio Rick.

Lydia e Greham vão para Roma, e tinham muito pouco tempo para ver tudo. “Lydia, devagar”, Greham fala. Greham não conhece nenhuma das obras de arte, então Lydia conta o que é cada uma, enquanto que Soft Voice complementa. Jeanie também está com Lydia e Greham na viagem. E eles finalmente chegam na Boca da Verdade.

Duas mulheres de mãos dadas estão na frente de Lydia e Greham, e algo o incomoda sobre isso, apesar dele garantir não ser as duas mulheres em si. Lydia encontra mais informações sobre o Imperador Nero. A esposa de Nero morreu no parto, ou “Nero a matou aos chutes”, como diz Greham. Mas pouco depois, Nero encontrou um jovem escravo que parecia exatamente com a sua falecida esposa. Então ele o castrou e se casou com ele, nomeando-o como Sporus, que significa “semente”.

O clima fica pesado, então Lydia pergunta como Greham se sente sobre conhecer sua família na semana seguinte. Ele diz que se sente bem e que acha que ele e sua mãe vão se dar super bem. Lydia então pergunta o que ele acha, se ela deveria colocar a mão na Boca da Verdade. Ele pergunta o que ela tem a perder, “Minha mão”, Lydia responde. Greham diz que a Boca da Verdade é só um buraco, que estaria tudo bem, e Lydia diz que isso é exatamente o que o outro Graham diria, pois também era um advogado. “Eu não sou um advogado”, responde Greham, “eu sou um procurador”. Ele então diz que ela não precisa colocar a mão no buraco, pois ela tem um coração de ouro.

Ao final do dia, eles já tinham visto os pontos mais importantes de Roma e eles vão para o hotel, relaxar. A cliente liga e diz que vai comprar a casa. “Ela tenta, ela consegue!”, comemora Soft Voice. E Lydia compartilha com Greham como a vida dela está perfeita.

Greham chama Jeanie para brincar com ela, e então pergunta a Lydia por que ela a nomeou assim. Lydia não sabe responder. Soft Voice diz: “Jeanie é um nome legal”, então Greham diz que é aleatório. Lydia não consegue lembrar o motivo, e se preocupa com isso. Greham diz para ela relaxar, que isso não era importante, mas Lydia continua tentando lembrar. Soft Voice também diz que não é importante. “Quando eu tento lembrar, minha mente fica em branco”, diz Lydia, “é como se houvesse uma porta que eu não consigo acessar”. Greham insiste para ela deixar pra lá.

E antes que Lydia pudesse perceber, ela estava de volta ao trabalho. Trevor lê os números. Lydia ficou no topo com sete vendas, incluindo a mais difícil de todas. Todos aplaudem e comemoram. Trevor chama Lydia para sua sala, e diz que quer dar uma promoção para ela. Lydia aceita, muito contente. Entretanto, quando Trevor explica o funcionamento, ele diz que vai demitir Alex para que Lydia ascenda, já que as performances eram ruins. A Samira não é tão boa, a Georgie é gorda mas talvez melhore se conseguir um cachorro, o Ollie é LGBT. Então o acordo é pegar o salário de Alex e dividir entre Lydia e Trevor. Lydia hesita, e Trevor fala: “E talvez depois você possa me mandar uma coisinha pra demonstrar sua gratidão por te dar seu emprego de volta”. Antes que Lydia respondesse, Trevor a apresenta como líder da equipe. Georgie não está animada, entretanto, e Trevor diz para ela se esforçar. Georgie fala que se Trevor continuar falando assim com ela, ele a deixará muito brava, e ela diz que viu uma notícia muito ruim: “Encontraram um corpo no canal. Está no Twitter. Uma mulher da minha idade”. Trevor diz que tudo sempre girava em torno de Georgie e ela o manda calar a boca. “O que você disse?”, o chefe pergunta. “Eu disse,” Georgie toma coragem “cale a boca”. Trevor fica bravo e Georgie diz estar triste porque alguém fez um buraco na cabeça da mulher. “Ela provavelmente mereceu”, alega Trevor, demitindo Georgie. Georgie chora, muito sentida pela vítima, e diz que ninguém sequer sabe o nome da mulher. “Jean”, Lydia diz. E então se despede e diz que ela e Jeanie precisam ir embora. Ela se despede, deseja boa sorte para Georgie encontrar um novo emprego.

“Lydia, pra onde raios você pensa que está indo?”, pergunta Soft Voice. Lydia tenta abrir uma porta trancada, “Deixe-me entrar”, ela pede. Soft Voice diz que não pode porque a Lydia não tem permissão para entrar. “É claro que tenho”, diz Lydia “É a minha cabeça.” Soft Voice não deixa Lydia entrar e Lydia entende que a voz está mentindo para ela, que está mentindo todo esse tempo. “Quem é Jean?”, Lydia pergunta, então pede que Soft Voice a deixe entrar. A voz diz que não pode pois não seria responsável, pois existe um buraco no telhado e que as paredes estão rachando, e o chão. Tudo está ruindo. Lydia diz que não, que não pode ser ela. “Essa é você, Lydia”, diz Soft Voice, “ruindo até o fim”.

Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil

postado por equipe nsbr12.05.2021

Naomi Scott, Olivia Cooke e Bel Powley são as estrelas e as produtoras executivas da série de podcast chamada Soft Voice. A história acompanha uma jovem mulher (Scott) com uma voz em sua cabeça que diz a ela o que fazer, guiando-a para seu sucesso extraordinário. Um dia, a voz desaparece — e uma nova voz assume. A série de 10 episódios foi criada pelo ator James Bloor (Barkskins).

Confira o resumo do sexto episódio de Soft Voice.

EPISÓDIO QUATRO – THAT’S HOW THE LIGHT GETS IN

ALERTA DE GATILHO – VIOLÊNCIA

Depois que o podcast terminou, Lydia e Jean entraram em um sono profundo. 4h47 da manhã, Jean começou a acordar, então tocou gentilmente o rosto de Lydia e disse “Olá Lydia”. “Olá, Soft Voice”, Lydia respondeu, sonolenta. Jean pergunta se ela tem uma voz suave e Lydia diz que sim. “Eu preciso ir trabalhar”, diz Jean já se levantando. Lydia pede para ela não ir, para que ficasse com ela, e então pergunta “Você quer ir? Porque você não precisa ir se não quiser, sabe.” Jean então fala para Lydia ficar e voltar a dormir, e para que quando ela acordasse ela se sentisse em casa, e que a veria mais tarde. “Okay. Tenha um bom dia. Até mais tarde”, diz Lydia, deixando-a ir.

Assim que Jean saiu, Lydia voltou a dormir, e começou a sonhar. E é quando ouvimos a voz da vó Night-Night dizendo que ela estava incrível. Lydia e vó Night Night repetem diversas falas ditas por outros personagens durante a série, mas criam um novo diálogo. Lydia diz tê-la perdido, e vó Night Night fala que essa era a diferença entre homicídio culposo e doloso. A neta diz precisar ligar para a Jean. “Você é lésbica?”, pergunta a avó, dizendo “Eu nunca imaginaria”, e Lydia responde “Sim!”, e após uma pausa diz “Não…” Night Night diz que o ‘toca aqui’ é uma palma entre duas pessoas, e uma antiga técnica medicinal. Então o sonho começa a se tornar um pesadelo quando a avó diz que tem as gravações de Lydia a raptando, e diz também nunca mais querer ver o rosto de Lydia novamente.

Lydia acorda assustada, dizendo a si mesma que tudo não passou de um sonho. Ela vai buscar água, e então ela vê que Jean deixou um recado para ela. Lydia apresenta certa dificuldade ao ler o bilhete, que dizia para que ela ficasse à vontade, e que deixou croissants e geleia para ela. “Lydia, você acabou de enfiar seu dedo na geleia da Jean?”, pergunta Dark Voice. “Ela não vai se importar”, responde Lydia. Lydia volta para o quarto de Jean, e pergunta quantos poemas teriam ali. “Não sei”, responde Dark Voice, “cem?” Lydia pega um e lê para a Dark Voice. O poema falava sobre materiais de papelaria, mas também sobre como Jean achava que coisas durariam a vida inteira e seriam parte dela, como super bonder seca nos dedos, mas que no dia seguinte essas coisas já não estavam mais lá.

“Que mordaz”, comentou Dark Voice, mas Lydia diz que parece ter sido escrito por uma criança, além de que tinham muitas palavras escritas erradas. “Por que você acha que todos os poemas estão escritos em caneta vermelha?” Lydia encontra outro poema na mesa de canto, e supõe ser novo. Esse poema é uma declaração de amor. E é então que Dark Voice tem uma ideia.

“Sabe o que, Lydia… Você estava certa”, diz Dark Voice, “Certa sobre a Jean estar com a Soft Voice. Certa sobre a Soft Voice estar dentro da Jean.” Lydia estranha a mudança de postura da voz, mas Dark Voice diz ser exatamente como Lydia supôs: a Soft Voice estava presa dentro da cabeça da Jean. Lydia conclui que a Soft Voice está presa porque a Jean não tem um buraco na cabeça, então não dá para a voz sair. Mas então Lydia pergunta como a Soft Voice teria entrado na cabeça de Jean. Lydia fica com um pé atrás sobre como Soft Voice teria, então, entrado na cabeça de Jean e Dark Voice argumenta que a Soft Voice é muito diligente. Quando Lydia pensa sobre a voz de Jean, e sobre não fazer sentido ela falar com a voz da Soft Voice, mas a Dark Voice fala que Lydia está se preocupando demais com os detalhes. Dark Voice também diz que a Soft Voice não só está presa dentro da cabeça de Jean, como está desesperada por encontrar a Lydia novamente e voltar para dentro de sua cabeça. Quando Lydia pergunta como ela conseguiria trazer a Soft Voice de volta, a Dark Voice diz para Lydia abrir um buraco na cabeça de Jean, e então conectar o seu buraco ao de Jean. “E o que acontece com você?”, pergunta Lydia, e a Dark Voice responde que será despejada.

Na rua, Lydia discute com Dark Voice sobre como ela poderia ter dito algo tão horrível e cruel. Lydia diz que a Jean é tudo o que ela precisa. “Eu nunca a machucaria”, diz Lydia, “nunca”. Dark Voice responde: “bom, se você diz…” Então Lydia reconhece Graham parado na porta do seu prédio, pressionando a campainha. Lydia se aproxima dele, pegando-o de surpresa. Ele diz estar devolvendo algumas coisas dela, e pede perdão pois está levando um tempo para ele se adaptar a não mais tê-la com ele. Ele pergunta como Lydia está e ela diz que está bem, então ela pergunta como Graham está e ele vacila ao dizer ‘ok’. “Olha, Lydia, ele está despedaçado”, diz Dark Voice, e é quando Graham fala, com a voz embargada que na verdade não está bem. Ele diz sentir saudades dela. “Então você tem sentimentos, no fim das contas?”, diz Lydia, e Graham pergunta o que foi que ela falou. Lydia diz: “Desculpa, eu falei em voz alta! Eu pretendia dizer só na minha cabeça. Graham, é meio estranho te ver, especialmente depois de voltar do…” Graham pergunta de onde ela estava voltando, e pergunta se era de um novo amante. Lydia diz que sim. “Brutal”, diz Dark Voice.

Graham diz que queria vê-la, e pede desculpas pelas outras e por muitas outras coisas. Então ele deseja tudo de melhor para ela e eles se despedem, mas antes de ir embora ele diz: “Se você precisar de um advogado em algum momento, eu sou o seu cara”. Lydia agradece e entra em casa, indo para a banheira relaxar. Ela pensou em tudo o que perdeu desde que a Soft Voice foi embora. Ela teria seu emprego de volta? Ou sua avó? Ou seu dinheiro? Ela não sabia, mas tinha certeza que Jean saberia. Se pelo menos Lydia pudesse ficar mais próxima de Jean, pois a proximidade da noite anterior não era o bastante. Se Lydia pudesse entrar em Jean… ou se Jean pudesse entrar em Lydia, para que elas se tornassem uma. Lydia tocou o topo da cabeça, sentindo o buraquinho.

Às quatro da tarde, Lydia recebeu um áudio de Jean dizendo que vai voltar para casa mais cedo por estar com dor de cabeça, e Lydia a chama para ir ao seu apartamento para que pudesse cuidar dela.

Jean chega e Lydia a recebe, perguntando sobre a dor. Jean diz estar melhor, mas que a dor fica indo e voltando. “Eu devo tirar meus sapatos?”, pergunta Jean. Lydia diz que se ela quiser, sim. “Você quer?”, pergunta Jean. “Eu quero o que você quiser”, diz Lydia. Jean diz que quer tirá-los então os tira. Elas conversam um pouco sobre o trabalho de Jean, e Lydia acaba contando ter lido alguns poemas de Jean pela manhã, e que adorou eles, pois os achou muito “mordazes”. Jean diz que ela é muito gentil e Lydia começa uma tour pelo apartamento. Entretanto, Lydia é uma corretora de imóveis, então é assim que ela apresenta a sua própria casa. Jean fica curiosa sobre o tapete de yoga, e sobre o livro de 501 verbos em italiano.

“Você sabe todos eles?”, pergunta Jean, e Lydia responde saber por volta de 440. Jean encontra o instrumento de Lydia e pergunta se ela pode tocá-lo, mas Lydia se esquiva ao dizer estar fora de prática, voltando à tour. “Você joga tênis!?”, pergunta Jean, e Lydia explica ser badminton. Jean brinca com a raquete e acaba acertando o móvel. Ela pede desculpas. Aí encontra uma medalha, que deixa Lydia desconfortável. “Uma medalha de ouro!”, exclama Jean, mas Lydia logo a corrige, dizendo ser uma medalha de bronze. Jean lê que é de uma maratona, e Lydia diz que foi meia maratona, há muito tempo, e que o ritmo dela tem aumentado muito desde aquela época. Jean diz que a medalha não deveria ficar escondida e sim à mostra para todos. “Você não se orgulha dessa conquista?”, pergunta Jean. “Não, definitivamente não. Eu nem sabia que ainda guardava isso.”, diz Lydia. Então Lydia diz para Jean deixá-la sozinha por um instante, e que se sentisse em casa. Lydia e Dark Voice começam a conversar sobre aquela medalha, como era vergonhoso tê-la, e como a Soft Voice jamais se orgulharia de uma medalha de bronze. “Bronze é o segundo melhor perdedor”. O fato de Soft Voice estar presa dentro da cabeça de alguém como a Jean deve ser torturante. “Se eu fosse a Soft Voice”, diz Dark Voice, “eu estaria louca para sair”.

Quando Lydia volta a se encontrar com Jean, Jean estava mexendo em seu guarda-roupa. “Esse é um vestido tão lindo”, e Lydia diz que é o seu vestido de funeral. “Esse? Mas ele é preto!”, diz Jean, e Lydia diz que preto é o que se utiliza em funerais. “Eu nunca usei preto em um funeral, eu sempre visto roupas coloridas”, diz Jean. Lydia então a conduz para o banheiro e Jean se encanta com a banheira. “É uma jacuzzi”, Lydia corrige. Jean diz que nunca tomou um banho de banheira, então fala que o espelho é adorável. “A gente não fica bem juntas? Uma perto da outra?”, e é aí que Jean descobre que o espelho tem um compartimento dentro. Jean encontra a furadeira, e diz que deve ter sido a furadeira que Lydia utilizou para a trepanação. “Tem sangue na ponta, olha!”, mostra Jean, e Lydia pergunta como ela sabe que é sangue, mas a dor de cabeça de Jean piora bastante. Jean diz que a dor é uma pressão que vem, como se algo estivesse empurrando por dentro, e só então responde conhecer sangue, pois escreve seus poemas com seu próprio sangue. Lydia pergunta o porquê dela fazer isso. “Faz com que eu escolha minhas palavras cuidadosamente”, diz Jean, “cada palavra é muito preciosa”. Lydia pergunta então se ela tem que escolher a palavra correta, mas Jean diz que não: “Só a mais significativa”.

Lydia chama Jean de volta para a sala de estar e pergunta qual a diferença entre “significativa” e “correta”. Jean diz que muitas coisas têm significado para Lydia. A yoga, o italiano, o badminton… “As pessoas também têm significado. Como a sua avó!”, diz Jean, e Lydia fala “E como você.” Jean pergunta o porquê dela ter algum significado para Lydia, que responde que Jean parece saber de alguma coisa, então Lydia diz que talvez deva trabalhar na mesma loja que Jean. Jean diz gostar muito de seu trabalho, e de boliche, e de podcasts criminais, e pergunta sobre o antigo emprego de Lydia. Lydia diz que era uma corretora, e Jean pergunta se aquilo tinha algum significado para ela. Lydia diz que era, pois ela era muito boa. “Eu estava querendo que você me ajudasse a conseguí-lo de volta”, diz Lydia. Jean fala que vai dar o seu melhor e Lydia decide ligar para o antigo chefe naquele instante, e que Jean a dissesse o que falar.

A conversa com Trevor não vai bem e ele pede para ela não ligar para aquele número outra vez, e diz que ele mesmo espalhou para todas as agências que a Lydia era uma lesma nada profissional. Ele desliga, e Dark Voice gargalha dentro da cabeça de Lydia. Jean pergunta se ela foi demitida, mas as gargalhadas aumentam e Lydia grita que não tem graça. “Eu não estava rindo”, diz Jean. “É claro que não estava”, diz Lydia, tentando se controlar. Então chama a convidada para jogar um jogo de formar palavras. Lydia está claramente transtornada nesse momento. Jean forma uma palavra, e ela diz “É iogurte”, e Lydia ri nervosamente, dizendo, “Não, não é. Está escrito iogurete. Não é assim que se soletra iogurte.” Lydia dá uma nota baixa para Jean pelo erro, e diz que é terrível. “Você parece preocupada”, diz Jean, e Lydia responde: “Eu estou um pouco preocupada. Você não sabe soletrar?” Jean diz que acha difícil soletrar, e Lydia fala que faz sentido já que os poemas dela, apesar de adoráveis, são cheios de erros na ordem das letras. “Poemas são feitos de palavras, não de letras”, argumenta Jean, e Lydia explica que as letras corretas moldam a palavra naquilo que ela tem que ser. Caso contrário as palavras podem virar outras palavras, ou apenas barulhos. “Palavras são sons”, diz Jean. “Não quando estão escritas”, fala Lydia. Jean informa que o jogo está piorando a dor de cabeça dela e que ela está com fome, e pergunta se elas podem jantar.

Lydia então vai com Jean para o mercado, levando-a para os iogurtes. “Alguns iogurtes são bons para o sucesso”, diz Lydia, “mas qual?” Jean não consegue escolher porque a dor de cabeça está piorando e talvez seja melhor ela deitar, mas Lydia continua mostrando vários iogurtes e perguntando o que Jean achava de cada um deles. Jean pergunta se iogurte seria o bastante para o jantar e Lydia diz não saber, e então grita que Jean quem deveria dizer se era ou não.

Jean fala que Lydia a está assustando. “É como se você não gostasse mais de mim, porque eu não consigo recuperar o seu emprego, e eu não consigo soletrar, e agora eu não consigo te dizer qual iogurte escolher e eu estou com dor de cabeça”, ela fala, com a voz embargada, “eu achei que você cuidaria de mim”. Dark Voice fala para Lydia abraçá-la, mas Lydia nega, então Dark Voice fala para ela pedir desculpas. Lydia diz não estar se sentindo muito bem e pede desculpas. Jean diz que não quer ser uma frustração, e Lydia diz: “Você não é. Você não é de jeito nenhum. Eu sei que você está aí, tentando sair”. Jean pergunta se elas podem voltar para o apartamento e tomarem um banho de banheira juntas. “Sim, essa é uma ótima ideia, Soft Voice”. Jean sorri, “Eu gosto quando você me chama assim. Eu acho que eu te amo, Lydia”, e Lydia responde: “Eu te amo também, Soft Voice”.

Lydia levou Jean para casa, para o banheiro, e preparou a hidromassagem. A furadeira estava em cima da pia. Jean entrou na banheira, e chamou Lydia para entrar. Lydia diz que entrará em um instante, e diz para Jean relaxar enquanto ela faz um cafuné nela. Jean indica onde está doendo e Lydia faz massagem ali. Ela pergunta se os remédios não ajudaram e Jean fala que ajudam um pouco, mas logo a dor volta. Lydia pergunta se Jean já pensou em deixar essa dor sair, e Jean diz que não está disposta a tentar a trepanação. “A furadeira está bem atrás de você, Lydia”, diz Dark Voice. Jean diz que comprou um presente para Lydia, e que o escondeu no quarto, e que Lydia precisará procurar por ele. “Faça agora”, diz Dark Voice, “A Soft Voice precisa sair. Deixe a Soft Voice sair, e a dor de cabeça da Jean vai ser curada.” Lydia continua a massagear a cabeça de Jean, enquanto Dark Voice continua a sussurrar: “Deixe a Soft Voice sair, e você nunca mais ouvirá de mim, Lydia. A Soft Voice ama você, Lydia.” Lydia liga a furadeira na cabeça de Jean.

A cabeça de Jean caiu nas mãos de Lydia. Lydia olhou para o rosto dela, os olhos enormes, uma única lágrima. “Seu rosto… seu rosto…”, disse Jean em seu último suspiro. “Sua voz. Soft Voice”, disse Lydia, enxugando a lágrima de Jean. Então se ajeitou, juntando o buraco de sua cabeça ao de Jean, formando um túnel entre os crânios. Lydia sorriu.



Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil