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A Vogue Britânica em parceria com o YouTube, deram início a uma nova série de masterclasses, a Vogue Visionaries, onde especialistas do mundo da moda, beleza, música e muito mais, compartilham suas palavras de sabedoria e conselhos sobre como ter sucesso em seu campo escolhido. Dividido em cinco capítulos, Naomi Scott aborda seus primeiros passos na indústria, como se dar bem em uma audição, seus papéis determinantes, como lidar com as críticas e os conselhos que ela daria ao seu ‘eu’ mais jovem.

Para quem quer começar a atuar, a aula de Naomi Scott é cheia de anedotas perspicazes e dicas valiosas para aspirantes a artistas. De seus dias cantando no coro da igreja até sua primeira audição (para um comercial de seguro holandês), Scott revela como ser notada, as habilidades necessárias para uma self-tape de sucesso e como lidar com a síndrome do impostor.

O Naomi Scott Brasil decidiu transcrever cada capítulo e fazer da aula da Naomi para o Vogue Visionaries um especial.

CAPÍTULO UM – PRIMEIROS PASSOS

Eu cresci cantando na igreja, na verdade. Minha primeira apresentação, eu lembro, foi esse programa de verão chamado “Wanna Sing, Gonna Sing” que nós tínhamos na nossa comunidade local. A mulher que estava comandando o evento, ela disse “você vai cantar Aretha Franklin, I Say a Little Prayer”, e eu fiquei tipo “arh”, é uma música grandiosa. Eu acho que eu tinha 11, 12 anos. E então como eu progredi, na questão de como eu cheguei à atuação. Eu estava cantando num evento da igreja. Tudo tem a ver com a igreja, a propósito, como vocês devem ter percebido. Eu sou a filha dos pastores, eu cresci na igreja.

Tinha uma mulher lá, o nome dela é Kéllé Bryan, um salve pra Kélle Bryan, ela fazia parte da banda Eternal, eu não sei se alguém assistindo se lembra dessa banda, “[cantando] I wanna be the only one to hold you”, excelente música. Então a Kélle estava lá e ela me viu cantando e depois ela veio até mim e ela tinha uma pequena agência de teatro e ela disse algo como “eu adoraria talvez trabalhar com você, eu acho que você tem algo” e ela disse “não se preocupe, eu sei que você consegue atuar” e ela nunca tinha me visto atuar, ela só falou “ah não se preocupe, você consegue atuar” e eu fiquei “tá bom”.

Quando você é assim tão novo, você não pensa demais nas coisas e você vai no “sim, claro!” e se alguém disser “eu sei que você pode atuar” você não… a síndrome do impostor não começa ainda. Então eu entrei para a agência dela, e esse foi o início para que eu começasse a fazer as audições. Eu não necessariamente sei os processos, por exemplo, para escolas de teatro ou como funciona. Eu não posso falar muito sobre isso. Entretanto eu sei que se você publica as coisas, as pessoas talvez possam vê-lo. E eu conheço tantas histórias de pessoas que acabaram de gravar um curta-metragem, não precisa ser caro, pode ser eles com um grupo de amigos e alguém viu isso e ficou “uh, existe algo aqui” ou “a atuação dessa pessoa”.

Eu acho que existem oportunidades agora, mais do que nunca, para criar o seu próprio conteúdo, o que eu acredito que vai ajudar a ganhar representação. Conforme eu fui crescendo como artista, através dos anos, eu queria afiar o porque de eu fazer o que eu faço. E eu acho que foi meio orgânico, meu marido e eu começamos nossa produtora ano passado, e eu acho que tem sido incrível criar conteúdo por si mesmo e ser capaz de estar lá na concepção da ideia e ver ela crescer. Você realmente passa a fazer parte do porque, e agora tudo é muito fluido. Enquanto antes parecia existir somente um caminho para conseguir que as coisas sejam feitas, para demonstrar suas habilidades, para publicar um material… Agora, existem tantas avenidas nas quais você pode percorrer, seja no YouTube ou outras plataformas nas quais você pode compartilhar seu trabalho, e criar, e expor para o mundo, o que eu acho muito importante.


Fonte: Vogue Britânica
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil