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postado por equipe nsbr12.10.2024

Naomi Scott é capa da nova edição da revista Heroine, fotografada por Justin French e entrevistada por sua amiga, Bridgit Mendler. Durante a conversa, Scott falou sobre Sorria 2, seu novo álbum – com lançamento previsto para 2025 – e como é trabalhar com seu marido, Jordan Spence, na produtora New Name Entertainment. Confira abaixo a entrevista traduzida e as fotos em nossa galeria:

Naomi Scott já não consegue mais olhar para um rosto sorridente com inocência. Neste outono, a atriz britânica assume o papel principal em Sorria 2, a sequência de Parker Finn para o aclamado filme de terror de 2022, que mostrou sorrisos demoníacos surgindo pelo mundo como parte de uma campanha publicitária viral, antes de levar a trama para algo muito mais sombrio nas telas. Na continuação, Scott interpreta Skye Riley, uma popstar global cujas pressões e ansiedades esmagadoras se manifestam como uma entidade maligna sorridente. Redefinindo o modelo tradicional de terror, a interpretação de Scott traz um recorte psicológico ao formato, explorando noções de trauma e saúde mental. Esse é exatamente o tipo de história multifacetada que a atriz britânica e seu parceiro, Jordan Spence, esperam destacar com sua produtora, New Name, fundada em 2020 para oferecer uma plataforma para narrativas provocativas, nascidas da curiosidade e autenticidade.

Assim como Scott, Bridgit Mendler também é uma ex-estrela do Disney Channel, mas desde então seguiu uma trajetória de carreira como nenhuma outra. Depois de anos como atriz e musicista premiada, Mendler mudou para o campo da pesquisa, primeiro conquistando um diploma em antropologia na Universidade do Sul da Califórnia, depois um mestrado no MIT e se tornando uma das Diretoras Fellows do Media Lab da universidade, antes de concluir um PhD em Direito em Harvard. Agora, como cofundadora da Northwood Space, uma startup inovadora que amplia o acesso ao espaço por meio de redes de dados de satélite, Mendler está na vanguarda de uma revolução nas comunicações. Em caminhos individuais, tanto Scott quanto Mendler compartilham um desejo apaixonado de transformar suas respectivas indústrias para melhor.

Bridgit Mendler: Olá!

Naomi Scott: Oi!

BM: Em todos esses anos de amizade, eu nunca te entrevistei antes; você apareceu no meu videoclipe.

NS: Oh meu Deus, é verdade! Você lembra que eu tive que ficar em cima de uma caixa de maçã para te abraçar?

BM: Lembro sim.

NS: Justin Bieber estava hospedado no hotel! Tinha um monte de gente do lado de fora correndo, era uma loucura. No The Langham, em Londres. Temos umas histórias malucas. Você sabe exatamente de qual estou falando…

BM: Essa não vai sair hoje. Como a gente se conheceu, Naomi? Você lembra?

NS: Sim, eu lembro. Foi na sala de ensaio que nos conhecemos, ou no escritório de produção?

BM: Lembro de uma sala de ensaio bem grande.

NS: Eu lembro de pensar: ‘Ah, ela é a estrela’, porque você já tinha um programa, era famosa, blá, blá, blá. Mas houve um momento, logo no início, em que eu literalmente pensei: ‘Meu Deus, ela é só uma nerd!’ Eu fiquei tipo: ‘Ela não é nada legal, não conseguiria ser legal nem se tentasse.’ No momento em que percebi isso, éramos só nós três meninas – obviamente todas nos divertimos muito naquele filme [Lemonade Mouth] – mas, em particular, eu, você e a Hayley [Kiyoko]. Você era genuinamente tímida, uma nerd, e a mais fofa do mundo, e eu simplesmente me apaixonei por você.

BM: E você já era tão legal desde o início. Quer dizer, com seu falso sotaque americano.

NS: Vocês duas zoavam meu sotaque americano porque era muito exagerado.

BM: Eu achava que você estava indo muito bem, quando você voltava para o sotaque britânico, era tipo: ‘Uau, quem é essa outra pessoa?’

NS: Lindsey Lohan em Operação Cupido, foi assim que aprendi o sotaque americano, porque assisti tanto aquele filme e queria ser a Hallie.

BM: Basicamente, você era ela. Você era tão divertida. Sabe o que eu lembro? Seu concurso de quem pisca primeiro com o Chris Brochu. Você lembra disso no lobby do hotel?

NS: Vagamente…

BM: Eu lembro de pensar: ‘Caramba, ela é determinada’, porque você tinha uma lágrima escorrendo pelo rosto, mas não quebrava o contato visual. Fiquei tão impressionada com isso.

NS: Não é engraçado como você lembra dessas coisas? Precisamos rever isso com a Hayley e um vinho.

BM: Tantos bons momentos. Quantos anos atrás foi isso?

NS: Foi em 2011 que filmamos? Vamos ver [checa no telefone] 2011, então teríamos filmado em 2010? Quatorze anos atrás, isso não é OK.

BM: Quatorze anos de amizade, isso é lindo.

NS: Não é engraçado como quando você conhece alguém quando criança, é um tipo diferente de vínculo.

BM: Vimos tantas fases diferentes uma da outra.

NS: Você é talentosa demais para o seu próprio bem, você literalmente pode fazer qualquer coisa. Você já experimentou tantos papeis diferentes. Aí eu fico tipo, ‘Eu consegui esse trabalho.’ [ri]

BM: Não, todas as coisas que você fez foram realmente interessantes. Algo que sempre admirei em você é que você tem um padrão muito alto para o que decide fazer. Como você sabe isso internamente?

NS: Ah, querida, sabe, muito disso não é necessariamente uma escolha. Por muito tempo, muitas coisas eram a minha ‘Estrela Guia’, mas eu não as conseguia pra mim. Parecia que as coisas que eu conseguia, que também eram bênçãos, só que diferentes, eram de um certo tipo, como refilmagens de filmes [risos]…

BM: …Franquias gigantes.

NS: Falando sério, eu tenho muito amor e apreço por cada trabalho que fiz. Você aprende tanto e cresce tanto. Fui muito abençoada. Mas em termos de escolha, muito disso não é uma escolha, e houve momentos em que a única escolha que você tem é dizer ‘não’ para algo, e isso pode deixar lacunas maiores – qualquer pessoa em um campo criativo ou que trabalha de projeto em projeto entende esse conceito.

BM: Você sempre pode aprender algo com isso.

NS: Com certeza. Você sabe disso, como ator você é muito como uma cor em uma pintura, e você não é necessariamente o artista, certo? Você tem o diretor e a visão dele, o editor – e os filmes realmente são uma mídia do editor nesse sentido. Honestamente, sou muito grata por ter trabalhado em uma variedade de coisas e ter tido o tempo e o espaço onde, em algum momento, talvez eu possa ser mais seletiva e começar a pensar em produção e no que quero dizer, o que eu e o Jordan queremos dizer nesse espaço, quais são as histórias que queremos contar, do que estamos curiosos e onde temos uma vantagem única para ajudar a levar algo a ser feito. Como podemos melhorar algo? O poder que sempre temos é o de dizer ‘não’.

BM: É uma coisa realmente difícil.

NS: Também quero mencionar o privilégio de poder dizer ‘não’ e estar financeiramente bem para dizer ‘não’ para as coisas, sem ter tanta pressão por causa disso. Isso é uma bênção. Houve muitos caminhos que eu poderia ter seguido, e quando olho para trás, vejo que a linha que conecta tudo é essa sensação que você tem, que é… Como posso explicar? É o senso infantil de: ‘isso vai ser divertido e desafiador criativamente para mim?’

BM: Sim.

NS: Existe uma variedade do que isso pode ser, mas o fio condutor sempre é: posso brincar com isso? Posso fazer algo com isso? Agora estou em um ponto em que realmente quero trabalhar com pessoas que me empolgam.

BM: Estávamos conversando algumas semanas atrás sobre Smile e seu mergulho em algo mais sombrio. Como foi isso?

NS: A questão é, B, acho que você vai entender isso. Esse filme fez muito sentido para mim. Quando me encontrei com o Parker [Finn] pela primeira vez, eu não tinha ideia do conceito do filme, só sabia que ele estava fazendo um segundo Smile. Eu tinha assistido ao primeiro filme no cinema e adorei, especialmente a maneira como foi filmado. Foi um encontro bem geral e, quando ele começou a explicar sobre o filme e eu li o roteiro e comecei a trabalhar, foi tão estranho, mas fazia muito sentido para mim estar nesse projeto. Estranhamente, parecia muito natural para mim. [risos] Isso soa tão louco. Fui escalada muito rapidamente depois da greve porque eles tinham que começar em poucas semanas. Tive que gravar todas essas músicas, e tive apenas dois ensaios de dança. Foi tudo muito rápido, mas não me importei porque eu sabia o que queria fazer e como queria fazer. As partes sombrias em alguns momentos são incrivelmente técnicos, são mais acrobacias do que realmente ser fiel ao momento como ele se desenrolaria na vida real.

BM: A coreografia?

NS: Isso. E então há momentos que são técnicos e também muito dramáticos, e você quer estar completamente conectada à verdade de onde está. E também houve momentos maravilhosos que não precisavam ser técnicos e eram apenas sobre viver a verdade do momento e estar presente nisso. Para qualquer coisa técnica, uma coisa que me ajudou muito foi criar um tipo de sistema no set em que eu definia minha própria ação. Ou eu avisava quando estava pronta, fazia talvez algumas respirações ou algo assim, e dependendo da intensidade da cena, eu até fazia um gesto para a câmera, ou simplesmente dizia: ‘Pronta.’ A câmera dizia ‘pronta’ e eu também dizia, como se estivéssemos nos movendo juntos, é um esforço de equipe. O que foi realmente único sobre essa experiência foi que eu pude fazer de tudo. Não é apenas um filme de terror onde minha personagem é usada como um acessório para avançar a história; lembro-me do Parker me dizendo, quando nos conhecemos: ‘Esse filme é realmente centrado na personagem.’ É engraçado, as pessoas podem dizer isso, mas preciso dizer que ele realmente cumpriu o que prometeu. Tanto na produção quanto ao assistir o filme. Eu pude explorar, estar nele, viver isso. Houve algumas cenas realmente difíceis, claro, mas não se trata tanto de estar em um lugar sombrio mentalmente… Tenho amigos que gostam de permanecer em um estado específico durante toda a produção, mas eu não sou assim, quero conservar minha energia e pensar: ‘OK, nessa cena, como posso ser mais eficiente para chegar ao estado emocional que preciso?’ Foi um pouco como ser uma atleta nesse sentido. Mas houve algumas cenas em que, sabe, eu tive alguns ataques de pânico. Estou fazendo umas coisas bem loucas.

BM: Você teve ataques de pânico de verdade?

NS: Ah, sim. Totalmente.

BM: Meu Deus. Porque você estava se preparando emocionalmente?

NS: Foram ataques bem rápidos. Bem, um deles foi super rápido. Aconteceu depois de uma das cenas mais intensas do filme, e foi tudo em uma tomada só, um verdadeiro esforço de equipe. Eu amo a noção da equipe e do time em fazer um filme. Sabe, eu e o Dan da steady cam, tipo, ‘Certo, somos só eu e você, isso é coreografia, vamos conseguir.’ É como estar em um time de esportes. O foco tem que estar na cena.

BM: Então começou assim que você terminou a cena? Seu corpo segurou até gritarem ‘corta’?

NS: As únicas vezes que isso acontece é quando você está praticamente tendo um ataque de pânico na cena. Isso só engana seu corpo. Eu sinto que se você perguntar a qualquer pessoa que já fez algo tão intenso assim, eles provavelmente diriam a mesma coisa.

BM: Você deixa seu corpo agitado.

NS: É como interpretar luto, isso nunca é divertido. Você não pode fazer isso pela metade. Mas também, você sabe como eu sou, B, acabo a cena, tiro cinco minutos e depois começo a rir. Esse é o meu jeito. Teve outra vez em que eu estava gritando de forma maníaca bem na frente da câmera no carro, e eu sou do tipo que, quando gritam ‘corta’, fico tipo, [imita o tema da 20th Century Fox] e estou com catarro saindo por todos os lados, mas estranhamente preciso quebrar a tensão.

BM: [risos] Eu consigo totalmente imaginar você fazendo isso. Outra coisa que eu amo é que esse filme fez você cantar. Ele colocou você no palco fazendo música. Este é um ano lindo para a música da Naomi Scott, temos as músicas de Smile, e quando teremos a música de Naomi Scott? [Naomi está atualmente gravando um álbum escrito e produzido por ela.] Eu não vejo a hora de ouvir, eu preciso disso.

NS: Bem, eu vou te mandar um link do que estou trabalhando há tanto tempo. Com Sorria, o que foi realmente divertido é que eu pude criar essa personagem, entrando nesse estilo pop, superpop. Alexis Idarose Kesselman – ela é uma escritora e produtora que escreveu e produziu duas das cinco músicas – criou uma base que eu consegui me conectar através do que ela estava fazendo. Tivemos um Zoom alguns dias depois que fui escalada, e então nos encontramos e eu só sabia que nos divertiríamos escrevendo juntas. Então também tivemos a oportunidade de escrever outras duas músicas para a trilha sonora como Skye. Eu venho escrevendo música há anos, mas o que é realmente adorável e divertido é escrever sem a pressão de que seja para você como artista.

BM: Você pode entrar no personagem.

NS: Sim, você não fica tão apegada a isso. Realmente parecia que [Alexis] havia criado essa linguagem para a música da Skye. Ela realmente se entregou, foi com tudo, algo que remetia ao início dos anos 2010, tem um pouco de [Lady] Gaga na vibe. Há uma música que é uma balada que a Skye toca no piano, e eu queria tocá-la ao vivo, porque eu não queria que parecesse aquelas cenas de musical onde a música entra em playback. Ela só está tocando [no piano] em seu próprio apartamento, mas essa música deveria parecer mais crua. A música dos créditos finais que também fizemos é apenas uma pura canção pop, é o hino de clube da Skye – nos divertimos tanto. Escrevemos isso em dois dias. Quando eu e Parker nos conhecemos pela primeira vez, eu ia para uma sessão de estúdio depois e ele perguntou: ‘O que você vai fazer hoje?’ Eu disse: ‘Tenho uma sessão para um projeto de música no qual estou trabalhando.’ E foi tão engraçado, porque eu não sabia que o filme tinha qualquer coisa a ver com música, e eu só vi o Parker começar a se mexer, e agora eu sei o que isso significa porque conheço a linguagem corporal dele. Eu podia perceber que ele queria me contar tudo naquele momento. Eu realmente queria que as pessoas acreditassem que essa é uma popstar de verdade, e eu realmente aprecio que Parker sentiu o mesmo. Mas sim, eu vou lançar música no próximo ano e estou muito animada. Honestamente, B, você conhece toda a minha jornada com a música, eu estou em um lugar onde realmente amo o que estou fazendo e o que quero dizer. Existe quase essa sensação de que eu só quero compartilhar isso. E também me sinto muito abençoada, porque a indústria musical está em tal estado de tumulto, e é tão errada na forma como é estruturada e extremamente desfavorável para as pessoas que deveriam estar recebendo…

BM: Não há incentivo para a arte.

NS: Exatamente. Há tanta coisa errada com isso. Minha amiga Raye pode falar de forma muito mais eloquente sobre esses assuntos, então eu só diria para você ouvir minha garota Raye sobre o que ela tem a dizer sobre a indústria musical, e eu concordo com ela. Sinceramente, sinto que estou em um lugar onde sou muito abençoada por poder compartilhar e me conectar. No final das contas, é isso. Então, quem encontrar [minha música] e quem curtir, teremos uma coisa linda e divertida entre nós, e isso é ótimo. Como você sabe, levou muito tempo para eu descobrir quem eu sou como artista, e é engraçado porque quando olho para trás, para a música que lancei há muito tempo, houve momentos em que pensei: ‘Meu Deus, eu não sabia o que estava fazendo.’ Mas agora eu penso: ‘Sim, não está completamente certo, mas eu vejo a linha de continuidade com a música em que estou trabalhando agora.’

BM: Você teve tempo para refiná-la e colocar tudo no seu devido lugar.

NS: Exatamente. Tem uma nostalgia ali, é meio que um pop através da lente do que estava no Windows Media Player do meu pai quando eu era criança. Eu não cresci ouvindo muita música, mas o que eu tinha era a playlist do meu pai, que basicamente era muito gospel, muita música cristã. Eu sou filha de pastor, então cresci com muito pop gospel, Mary Mary, Kirk Franklin, Yolanda Adams. Mas também tinha Genesis, Phil Collins, Chris Cross.

BM: Eu totalmente ouço isso na sua música.

NS: Sim. Peter Gabriel, Kate Bush, e aí tem os MJs, os Stevies, bem naquela vibe dos anos 80. Sempre amei o drama desse tipo de música.

BM: Foi muito legal ver seu compromisso com a descoberta.

NS: Você sabe como me sinto sobre você como artista, compositora, sua voz. Você foi contratada tão jovem e teve uma música que foi gigantesca. Qual é a sua relação com a música agora? Quando você olha para aquele momento, sente que ainda há mais que você quer dizer nesse espaço?

BM: Eu cresci em uma casa com pais que eu chamo de ‘muito voltados para missões’, eles eram super apaixonados pelo que faziam. Meu pai projetava motores de carro com maior eficiência de combustível e me levava para a escola em um carro que ele mesmo construiu, e minha mãe era uma das primeiras arquitetas de design sustentável, sendo uma das primeiras mulheres em seu campo, ambos super apaixonados pelo clima. Eles sempre reforçavam: ‘Seja lá o que você fizer com este tempo na Terra, certifique-se de que é algo que importe.’ Acho que comecei a sentir um pouco dessa desconexão com o que eu estava fazendo no meu dia a dia no entretenimento e comecei a me envolver mais na área de pesquisa. Depois de visitar o MIT Media Lab, senti que havia um terreno muito fértil para explorar algo que pudesse ter um impacto em outro espaço. Lembro-me nitidamente desse ponto de transição, porque a música sempre foi meu primeiro amor, eu a amo profundamente, mas lembro de estar no South by Southwest e sentir… solidão. Encontrar sua comunidade artística pode ser muito difícil.

NS: Mas do jeito que você cresceu, não é de se admirar. Para você encontrar sua comunidade artística no meio de tudo isso, é difícil, você tem que ir desbravando…

BM: Estava empurrando o tempo todo. Acho que isso faz parte da descoberta artística. Em um certo ponto com a música, eu simplesmente não encontrei meu grupo de pessoas para fazer isso. Brinquei um pouco com produção e admiro artistas que podem ser autossuficientes dessa forma, e acho que eu poderia ser, mas também há tanta alegria em fazer música com outras pessoas.

NS: Concordo totalmente. Meu lema é ‘Nem todo mundo é o Prince’. Nem todo mundo pode tocar todos os instrumentos, mixar e masterizar – e Deus abençoe esses artistas, esses gênios incríveis que caem do céu. Mas a maioria das minhas músicas favoritas são sobre colaboração. Se você sabe quem é como artista, você pode ser tão seguro para brincar com isso, e essa é a diferença. Você acertou em cheio, é tudo sobre comunidade e colaboradores.

BM: Essas lições que você aprende da maneira difícil podem ser muito esclarecedoras. Acho que eu era uma péssima colaboradora nos meus primeiros dias de música. Isso é algo que levei comigo, como incentivar as pessoas? Como encontrar as forças que outras pessoas têm e como cultivá-las?

NS: Quero fazer a coisa do Hot Ones e dizer: ‘Conte para as pessoas o que você está fazendo agora.’ Quero muito que você fale sobre o que está fazendo agora, sua jornada até chegar onde está com seu colaborador, seu marido, vocês formam uma equipe fantástica.

BM: Sim, com meu marido Griffin Cleverly, e Shaurya Luthra, nosso querido amigo, cofundamos uma empresa chamada Northwood. É uma empresa espacial, mas é um tipo diferente de empresa espacial, nós enviamos dados para satélites construindo antenas enormes no solo. Basicamente, a indústria espacial foi criada para acomodar diferentes tipos de missões com a NASA, apenas alguns satélites no espaço fazendo essas missões governamentais muito específicas. Mas agora temos toda uma indústria espacial comercial, onde estamos lançando centenas de satélites o tempo todo e haverá centenas de milhares de satélites no espaço. Então pensamos que precisávamos de uma solução diferente para acomodar isso. Voltando às minhas origens familiares de por que acho isso significativo, eu cresci com pais que diziam: ‘Faça algo na sua vida que importe.’ Quando penso nas coisas que fui exposta na vida, para nós, millennials, vivemos por várias revoluções de comunicação diferentes, você se lembra de como era antes da Internet e depois da Internet. Os dias do dial-up, quando você tinha que revezar o uso do telefone e da Internet, em contraste com agora, onde a Internet está em todo lugar, as pessoas conhecem seus cônjuges pela Internet, descobrem que doenças têm pela Internet. Você paga por coisas, há comércio eletrônico. Há tantas coisas que você nunca teria imaginado. Eu também me lembro de antes e depois dos celulares, onde você saía de casa quando criança e ninguém sabia onde você estava, mas agora, as pessoas sabem onde você está o tempo todo, você está constantemente disponível. E com as redes sociais, antes você não se promovia na Internet, mas agora todo mundo pode compartilhar conteúdo, compartilhar eventos mundiais. Acredito que a tecnologia de satélite impulsionará a próxima revolução das comunicações. E acho que a coisa realmente importante sobre isso é que é global por design. Por centenas de anos, temos colocado a mesma infraestrutura em cima de si mesma, reforçando os benefícios para certas partes do mundo através das comunicações. Agora, pela primeira vez, podemos fornecer isso a todos, porque o espaço está em toda parte, os satélites não discriminam o país em que você está, eles continuam em órbita.

NS: Quando você diz oferecer algo para todos, o que você quer dizer? O que você sente que isso pode oferecer? Para os leigos, ou seja, eu.

BM: Com certeza, muita gente não sabe o que os satélites fazem. Os satélites fornecem GPS, dizem onde você está, dizem aos carros para onde ir, enviam comunicações, você pode usar a Internet via satélite, telefone via satélite e eles capturam dados sobre o nosso planeta. Eles informam a previsão do tempo, podem mostrar desmatamento, podem mostrar como fazer agricultura de forma mais eficiente em diferentes partes do mundo para conservar recursos hídricos, controlar incêndios florestais enquanto eles se espalham por uma área, você pode ter uma resposta rápida para isso. Eles fornecem uma quantidade enorme de informações que muitos países estão usando de forma muito inteligente. Trabalhei em um projeto com a agência espacial de Ruanda, onde eles têm várias maneiras de usar dados do espaço para informar como vão construir a infraestrutura da cidade ou lidar com a mineração. Existem tantas aplicações para os dados espaciais – é um grande equalizador. Além disso, as pessoas estão construindo coisas no espaço. Um dos nossos bons amigos está fabricando medicamentos no espaço, eles constroem diferentes tipos de moléculas porque não há gravidade. Há um potencial enorme para o que isso pode fazer pelas pessoas no mundo. Quando você pensa em analogias com a Internet, as pessoas não sabiam que encontrariam seus cônjuges pela Internet, não sabiam que era para isso que a Internet serviria. Existem muitos usos que ainda não conhecemos, mas descobriremos assim que pudermos construir algo que possa sustentar uma infraestrutura mainstream real. É isso que estamos empolgados em fazer.

NS: Caramba, essa mulher, eu juro. Essa mulher me ligou não faz muito tempo e disse: ‘Vou fazer direito em Harvard.’ Eu nunca consigo acompanhar. Acho que minha coisa favorita no nosso relacionamento é a Bridgit ter que me re-explicar tudo cada vez que nos vemos. [risos] Aos poucos eu começo a entender os conceitos por trás disso. A maneira como você acabou de explicar faz sentido e é muito legal.

BM: A coisa que você e eu compartilhamos é fazer coisas com nossos maridos. Acho você e o Jordan realmente inspiradores porque vocês formam uma grande equipe. Tenho certeza de que as pessoas te perguntam o tempo todo, ‘Ah, como é trabalhar com seu marido?’ Mas o que você acha desse modelo? Porque eu acho que é muito poderoso. Acho que para as mulheres da nossa geração há muita aspiração do tipo, ‘Você pode fazer qualquer coisa!’ Mas, à medida que você cresce, o caminho se torna menos claro sobre como isso realmente funciona na vida adulta. Mas algo que eu amo sobre trabalhar com o marido nessa carreira dupla e na busca de fazer de um projeto, um projeto conjunto, é que os cônjuges não são colocados um contra o outro pelo sucesso de uma pessoa ou da outra. Vocês podem ter sucesso juntos e construir seu império familiar.

NS: Sinceramente, acho que depende do tipo de relacionamento que você tem. Acontece que estou em um relacionamento onde ambos somos muito motivados, ambos curiosos, ambos muito competitivos, mas também compartilhamos os mesmos valores e crenças. A competitividade não é sobre alcançar algum tipo de objetivo por causa do nosso ego, embora o ego exista e tenhamos que controlá-lo constantemente, mas temos a mesma visão de mundo sobre por que estamos aqui, quem somos, qual é nossa identidade, nossa fé e como isso é nossa base. Outra coisa é que temos habilidades totalmente opostas, algumas coisas se sobrepõem, com certeza, mas em termos de como nossos cérebros funcionam, são completamente diferentes. Então, nos complementamos em áreas, o que funciona incrivelmente bem. E vocês também adoram trabalhar juntos, né?

BM: Sim, adoramos. Temos muita sorte de estarmos fazendo o trabalho dos nossos sonhos – tenho certeza de que vocês se sentem assim também.

NS: Cem por cento. É até ridículo. Vou completar voltando para Sorria, está pronta para isso? Você nem sempre tem a oportunidade de ter uma experiência onde – como eu disse, você é uma cor em uma pintura – quando você assiste, você ama. Eu me sinto muito grata que esta seja uma dessas vezes em que me sinto incrivelmente orgulhosa do trabalho, e do que o Parker fez. O resto não depende de mim. Espero que as pessoas amem, mas no fim, sempre viverá como algo em que coloquei meu coração e alma, e realmente gostei do resultado.

Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil | Fonte: Heroine

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