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postado por equipe nsbr28.11.2024

Em sua nova edição, a revista Empire decretou 2024 como um ano “poderoso e progressista para as mulheres no terror”, devido ao sucesso de Naomi Scott, Demi Moore, Margaret Qualley, Maika Monroe e Willa Fitzgerald em seus respectivos filmes. Confira abaixo a tradução da entrevista concedida pelas atrizes para a revista:

O Ano das Scream Queens ― Conversamos com as atrizes por trás de um momento poderoso e progressista para as mulheres no terror.

Uma pop star perseguida por um demônio sorridente. Uma celebridade fitness de meia-idade em decadência lutando contra uma versão mais jovem de si mesma. Uma mulher misteriosa com uma orelha arrancada. Uma agente do FBI clarividente. O terror sempre criou oportunidades únicas para atrizes entregarem performances inovadoras e desafiadoras, desde Jamie Lee Curtis como Laurie Strode até Mia Goth como Pearl. Porém, nos últimos 12 meses, o gênero apresentou um desfile especialmente consistente e excepcional de versatilidade feminina.

Isso não apenas se traduziu em sucesso de bilheteria — o suspense psicológico Longlegs arrecadou 109 milhões de dólares com um orçamento de menos de 10 milhões —, mas também, no caso do perturbador terror corporal A Substância, que foi submetido à categoria de Melhor Filme — Musical ou Comédia no próximo Globo de Ouro, está gerando burburinho nas premiações. “Estou simplesmente muito feliz que as pessoas estejam assistindo ao filme”, disse Margaret Qualley, estrela do longa, à Empire durante o halloween, tendo, por acaso, reservado ingressos para uma sessão matinê de Sorria 2 logo após a entrevista. “Daqui para frente, tudo é só a cereja no bolo. Estou apenas feliz que as pessoas se importam com o filme.”

Em poucas palavras, 2024 é o ano das scream queens. “Isso me deixa muito feliz porque venho fazendo isso há muito tempo, e acho que as pessoas estão realmente vendo o gênero sob uma nova perspectiva”, diz Maika Monroe, estrela de Longlegs. “Eu realmente acredito que alguns dos melhores papéis femininos estão nesse espaço do gênero.”

Longlegs é um exemplo perfeito do ano arrebatador que o terror está vivendo. Quando conversamos com Maika Monroe, é também durante a semana de halloween, e ela comenta estar admirando as fantasias inspiradas no filme. “Havia uma criança — devia ter uns oito ou nove anos — vestida como Longlegs. Eu pensei: ‘Isso é incrível.’” Mas, embora o filme leve o nome do assassino interpretado por Nicolas Cage, a trama está profundamente conectada à personagem de Monroe, Lee, agente do FBI cujo passado traumático está entrelaçado a uma série de assassinatos horripilantes em sua cidade natal, no Oregon.

Como Monroe comenta, ela não é uma novata no gênero terror, com um currículo robusto que inclui Corrente do Mal e O Hóspede. No entanto, ao ler o roteiro de Longlegs, escrito por Osgood Perkins, ela sentiu uma conexão instantânea com a personagem Lee e lutou pelo papel após uma primeira reunião malsucedida. “Eu nunca tinha visto esse tipo de personagem feminina principal sendo retratada dessa maneira. Ela encara a vida de uma forma incrivelmente diferente”, diz Monroe sobre sua personagem introvertida e clarividente, acrescentando: “Eu não me sentia tão envolvida por um projeto havia muito tempo.”

A natureza distorcedora da realidade no terror tem proporcionado uma infinidade de papéis complexos e multifacetados para mulheres. Em que outro gênero seria possível encontrar Lupita Nyong’o interpretando uma paciente com câncer lidando com sua doença enquanto tenta sobreviver a uma invasão de criaturas, como ela faz em Um Lugar Silencioso: Dia Um? Já Naomi Scott, estrela de Smile 2, não só precisou dominar os movimentos e vocais impecáveis de uma pop star mundialmente adorada, mas também mergulhar na mentalidade de uma viciada que está em recuperação e aterrorizada por um parasita que se alimenta de suicídios. Scott — mais conhecida por seus papéis em Aladdin e As Panteras — adorou a amplitude que sua personagem, Skye Riley, lhe ofereceu.

“Acho que o que é tão bom no terror é que ele permite que você explore toda a gama de emoções como atriz, desde algo mais quieto e sutil até algo extremamente intenso em termos emocionais”, explica ela. A chave para Scott foi explorar o sentimento de vulnerabilidade, mas ter medo de mostrá-lo. “Faço isso o tempo todo, certo?”, diz ela. “Agora multiplique isso por cem, considerando como você está em evidência e as coisas que as pessoas projetam em você quando elas nem te conhecem.”

O universo do terror certamente foi um grande atrativo para Demi Moore. Seu retorno triunfante em A Substância como Elisabeth Sparkle, uma celebridade em decadência que tem Sue, uma versão mais jovem de si mesma, emergindo regularmente de suas costas para tomar conta de sua vida, foi recebido com aclamação mundial e previsões de reconhecimento em premiações por sua atuação. “Sinto que isso adicionou uma camada extra — essa é uma área que eu nunca explorei antes”, ela conta à Empire sobre sua ousada e desafiadora incursão no gênero. “É isso que mantém a vida interessante: ser capaz de ir a lugares onde você ainda não foi completamente. Sinto que estou conhecendo um público com o qual nunca me conectei antes, que é totalmente apaixonado pelo terror corporal. Eu nem sabia que eles existiam! E agora estou super empolgada por me conectar com eles. Estou maravilhada com a resposta.”

Qualley, que interpreta Sue, atribui o sucesso e o impacto cultural do filme a Demi Moore. “Ela simplesmente devora esse papel,” exalta a atriz. “Ela é uma daquelas pessoas com quem é fácil se identificar e sentir compaixão.”

Então, por que agora? Willa Fitzgerald, revelação do perturbador Strange Darling, não acredita que seja coincidência o surgimento desse conjunto poderoso de personagens femininas neste momento político específico. “Acho que estamos vivendo um momento em que os direitos e os corpos das mulheres estão em risco de uma maneira incrivelmente visível — especialmente nos Estados Unidos —, algo que não era tão evidente há décadas”, ela explica. Para Fitzgerald, o terror sempre foi um gênero ideal para explorar medos sociais. “Estamos em um ponto de virada, saindo dessa era de ‘Boss Babe’ e entrando em algo que parece muito assustador, desconhecido e urgente, e acho que isso está presente no inconsciente coletivo das pessoas.”

Não parece coincidência que, no contexto da revogação de Roe v. Wade, não apenas um, mas dois filmes sobre freiras engravidadas por forças malignas — Imaculada e A Primeira Profecia — chegaram aos cinemas. Zoë Kravitz começou a escrever uma versão diferente de seu filme de estreia como diretora, Blink Twice, em 2017, mas atualizou a história durante o movimento #MeToo, transformando-a em uma narrativa sobre a garçonete de bar interpretada por Naomi Ackie enfrentando corajosamente uma ilha cheia de predadores sexuais. Já A Substância surge em um momento em que as pressões sociais relacionadas à imagem corporal foram ainda mais exacerbadas pelas redes sociais. “O filme aborda assuntos que, infelizmente, todo mundo tem que enfrentar de alguma forma em sua vida,” diz Qualley. “Mas ele faz isso de um jeito chamativo, bobo e divertido.”

Claro, trazer esses medos à vida também exigiu um trabalho físico imenso. Fitzgerald, por exemplo, passa uma boa parte de Strange Darling correndo pelo interior de Oregon, com sua personagem sem uma orelha. “Foi exaustivo, às vezes assustador, às vezes avassalador, às vezes realmente divertido — mas, na verdade, sempre foi muito confortável,” ela lembra. Foi nesses dias intensos de filmagem, em que The Lady não tinha diálogo, que ela mais se conectou com sua personagem. “Sinto que esses momentos privados em que podemos apenas estar com ela são também os momentos em que o público consegue vê-la como ela realmente é,” explica.

Scott compartilha um sentimento semelhante sobre seu tempo interpretando Skye em Sorria 2. Ela recorda uma cena, em meio a gritos e assassinatos, em que sua personagem — em modo de sobrevivência — busca desesperadamente se reconectar com uma amiga que ela maltratava enquanto era viciada. Foi um momento em que Scott pôde mostrar Skye com todas as suas falhas: a vítima longe de ser perfeita. “Eu pude interpretar um ser humano, e isso me deixou muito animada,” diz ela.

Como a impecável e inatingível Sue, Qualley enfrentou um desafio diferente. Curiosamente, é apenas quando sua personagem se transforma em uma poça ambulante de carne com membros extras que ela realmente se torna mais acessível. “Acho que é como monstro que ela reconhece a empatia pela primeira vez,” ela ri. Sendo alguém que aprecia a fisicalidade de seus papéis (Qualley é dançarina treinada, tendo estudado na adolescência), ela estava animada para as cenas que envolviam maquiagem pesada e efeitos. “A realidade foi bem difícil, para ser honesta,” admite. “As próteses eram intensas e bem claustrofóbicas e um tanto dolorosas, mas, ao mesmo tempo, do ponto de vista da atuação, foi gratificante.”

É fácil entender por que, apesar dos desafios emocionais e físicos que essas atrizes enfrentaram nesses filmes, elas não conseguem se afastar do gênero de terror. Qualley foi recentemente escalada como protagonista de Victorian Psycho, ambientado em 1858, no qual interpretará uma governanta que precisa suprimir suas tendências psicopáticas enquanto ensina crianças. “Eu gosto muito do gênero. Acho que os personagens mais interessantes vivem nesse mundo, e estou animada para tentar novamente,” diz ela.

Enquanto isso, Monroe irá reprisar, pela primeira vez, uma de suas várias final girls, já que They Follow está previsto para começar as filmagens no próximo ano. A atriz admite sentir certa pressão, dado o impacto que o filme original teve no público. Nele, Monroe interpreta Jay, uma universitária perseguida por uma entidade violenta transmitida sexualmente. “Acho que vai ser um pouco assustador, um pouco estranho, mas realmente muito incrível,” diz ela, animada. “O filme se passará praticamente no mesmo período de tempo que estive longe dessa personagem, então é interessante pensar em tudo que eu vivi na minha vida e no que dez anos significam para uma pessoa.”

Parece, então, que 2024 não foi apenas um golpe de sorte para essas atrizes. Uma nova era para as scream queens começa aqui.

Fonte: Empire | Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil

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