A Vogue Britânica em parceria com o YouTube, deram início a uma nova série de masterclasses, a Vogue Visionaries, onde especialistas do mundo da moda, beleza, música e muito mais, compartilham suas palavras de sabedoria e conselhos sobre como ter sucesso em seu campo escolhido. Dividido em cinco capítulos, Naomi Scott aborda seus primeiros passos na indústria, como se dar bem em uma audição, seus papéis determinantes, como lidar com as críticas e os conselhos que ela daria ao seu ‘eu’ mais jovem.
Para quem quer começar a atuar, a aula de Naomi Scott é cheia de anedotas perspicazes e dicas valiosas para aspirantes a artistas. De seus dias cantando no coro da igreja até sua primeira audição (para um comercial de seguro holandês), Scott revela como ser notada, as habilidades necessárias para uma self-tape de sucesso e como lidar com a síndrome do impostor.
O Naomi Scott Brasil decidiu transcrever cada capítulo e fazer da aula da Naomi para o Vogue Visionaries um especial.
CAPÍTULO QUATRO – LIDANDO COM CRÍTICAS E ENCONTRANDO APOIO É como uma pergunta de um milhão de dólares, “qual a sua relação com as redes sociais?”. No momento eu sinto que têm me perguntado muito isso. E existem algumas regras que eu gosto de tentar seguir. Bem simples. Uma é: sem celular no quarto. Não olhar o telefone como a primeira coisa do dia, então tentar fazer outras coisas como yoga ou meditação… isso me faz soar como uma pessoa tão equilibrada. A outra coisa é tentar não ler os comentários. Sabe, um por um, especialmente quando você está nos olhos do público. Não procurar o que as pessoas estão dizendo sobre você. E eu digo isso porque é muito difícil não fazer isso às vezes. E se eu for realmente sincera, eu já fiz isso. Eu fiz isso porque eu queria ver o que as pessoas estavam falando sobre mim, mas na verdade isso vem de você querer que seu próprio ego seja inflado. Você quer ver se as pessoas estão falando coisas legais sobre você e validando a sua beleza ou seu sucesso ou seja lá o que. E o real problema disso é que não é real, entende? Não é… existe um enorme intervalo, essas pessoas não sabem de verdade quem você é e mesmo assim você está dando tanta voz para eles e tanto palco e só está ferindo você.
Quanto mais tempo passamos nisso, e isso sou eu falando pra mim mesma, quanto mais tempo eu passo fazendo isso, menos tempo eu tenho para criar e construir aquilo que eu realmente quero construir ou caminhar na direção dos objetivos, ir na direção daquilo que eu quero ser, e eu acho que é irônico que possamos passar tanto tempo nos comparando com alguém nas redes sociais e ficamos ‘ah, é isso que eu quero ser’, e tudo o que isso está fazendo é arrancar o tempo que poderia ser usado para você virar a pessoa que você verdadeiramente quer ser. Particularmente, como eu silencio meu criticismo no momento… perspectiva, né. Eu acho que às vezes existem momentos, momentos de silêncio e solidão e eu não quero dizer como “desculpa, eu tenho que sair por uma hora e ter um pouco de silêncio e solidão” eu só quero dizer: dar a si mesmo cinco minutos, se você tiver um tempinho vá para o banheiro. Respirar fundo e pensar em algo que esteja fora de onde você está agora. É pra ser como “tá bom, eu posso ser melhor nisso, mas tudo bem, porque é a segunda vez que eu faço um filme, meu segundo filme, é claro que eu não era tão boa.” Sabe, “Foi a segunda vez que eu interpretei um papel desse jeito e aqui está o que eu aprendi com ele”. Seja lá o que for, você vai se sentir mais preenchido quando você se permite aprender sem ser tão rigoroso consigo mesmo.
É tão importante com quem você se cerca porque você meio que vira as pessoas que estão ao seu redor, né, e pessoas que tenham seus melhores interesses de coração serão muito honestas com você. Talvez elas não venham diretamente atrás de você, você sai da cena e alguém “ah esse não foi o seu melhor trabalho” mas alguém que possa ser sincero com você, e também ser sincero quando você está fazendo ser sobre você. Quando, você sabe, você está falando como se o mundo girasse ao seu redor “eu não fui bem, ah, eu não…” e você mergulha nesse tom e vai afundando nesse buraco. Alguém que faça você se tocar, tipo “ei, você nem era a parte importante dessa obra, então nem se preocupe” sabe, alguém que te dê perspectiva.
Sendo uma atriz, parte disso é lidar com a rejeição. É difícil. Mas eu acho que com o passar dos anos eu entendi mais e mais que não é pessoal. Eu entendi isso melhor quando eu experienciei o por trás das câmeras, enquanto falávamos sobre coisas de elenco agora, sobre produção, e entender que nunca é uma questão de “essa pessoa é talentosa e essa não”. São tantos outros fatores levados em consideração ao se fazer um filme ou uma série ou algum material que não têm nada a ver com você. É sobre como você se encaixa no meio dessas peças montáveis. Então seja por eles já terem escolhido outro titular ou algo assim e, você sabe, eles precisam que alguém complemente essa pessoa, então eles precisam de alguém com uma energia muito específica, talvez eles precisem de alguém… quer dizer, às vezes tem a ver sobre a sua altura. São tantas variáveis que interferem, mas isso raramente é sobre suas habilidades. Só tem a ver com, você sabe, você não necessariamente se encaixa naquela versão de contar aquela história e eu não consigo enfatizar o suficiente sobre não ser pessoal.
Agora, eu acho que agora mais do que nunca, eu me alegro com tudo aquilo que eu não consegui. Foram experiências de tantos aprendizados e crescimento para mim que eu olho para trás e penso “minha nossa, que bom que eu passei por isso porque eu aprendi tanto sobre mim” ou eu aprendi a me desapegar de algumas coisas, e sim, eu acho que também molda quem você é como um ator, todas essas coisas. Então nunca… eu sei que é difícil na hora mas nunca negue quão importante essas experiências são para o crescimento, no sentido da rejeição. Mas agora eu também vejo toda oportunidade de audição é uma prática. Conseguindo ou não. É como “legal! Eu posso brincar com uma cena, ter outro alvo”, especialmente se você está entre empregos e você não tem trabalhado há um tempo. É só prática, só está te fazendo melhor. Então veja os testes assim também.
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Fonte: Vogue Britânica
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil