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É o aniversário da Naomi Scott, mas você não saberia disso na atmosfera de seu quarto no Mark Hotel na tarde da segunda-feira. “Eu sei, loucura, né?” ela disse quando a desejei um feliz 26º ano. Num aniversário comum, a nova garota da capa da W estaria “simplesmente relaxando, saindo com a família e amigos,” ela explicou; provavelmente teria “comida envolvida em algum momento”. No seu aniversário mais memorável, quando fez 21, seu marido, o jogador de futebol Jordan Spence, a pediu em casamento. Esse ano, entretanto, ela está celebrando com uma grande, grande festa – a maior, pelo menos no que diz respeito à moda: o Met Gala. Esse era para ser o seu primeiro, e ela foi participando como uma convidada do designer da Burberry, Ricardo Tisci, que construiu para ela uma roupa customizada.

(Spence, enquanto isso, planejava assistir a algum jogo de basquete no bar do hotel antes de encontrá-la mais tarde em uma das pós-festas do Met. Pareceu uma boa, eu falei para ele.)

Então ao invés de balões,  sacolas e bolo de aniversário, o quarto de Scott estava cheio de paletas de sombra, cabides de vestidos, e uma frota inteira de ferramentas para o penteado. Um pelotão de estilistas, incluindo o estilista pessoal dela, Zadrian Smith, montaram suas bases de guerra pelo quarto. Sua prima, Tiffany Pope, atuou como fiscal do tráfego durante todo o processo de preparação, orquestrando quem entrava, quem saía, para onde ia. (Mais cedo, como foi visto nos stories do Instagram da Scott, Pope também pregou balões roxos pela suíte.) De um lado do quarto, na frente de um espelho de comprimento total, Scott sentou, uma toalha a envolvendo, enquanto uma maquiadora e um cabelereiro limpavam seus olhos e prendiam seus últimos fios de cabelo.
Sua roupa – espartilhos pretos de seda-cetim e calças pretas “grain de poudre” que combinavam com uma cota de malha sobre o vestido composta de cristais, painéis de PVC, e ligamentos prateados com um tufo de penas de marabu flutuando das costas – esparramadas na cama.

Scott recebeu os primeiros esboços de sua roupa da Burberry há um mês: era muito parecido com o resultado final, mas as penas foram uma adição posterior. “Sabe quando tem aquela única coisa que amarra tudo junto ou explode o visual?” ela perguntou. “Para nós, era isso.” Talvez não as “três mil penas” que Susan Sontag descreveu em seu ensaio inicial “Notes On Camp’,” que informou ser o tema da Met esse ano, mas com ação crítica de penas mesmo assim. O tema desse ano provou-se árduo, em grande parte as formas mais puras de camp não estão “tentando” ser um camp totalmente. “O Camp Puro é sempre natural,” Sontag escreveu no “Notes On ‘Camp.’ ” “O camp que sabe em si ser um camp é normalmente menos satisfatório.” Tem que ser exagerado, sério, artificial, lúdico, tudo ao redor de “muito”. Mas no térreo do lobby do hotel, lá estava Janelle Monáe com uma torre de chapéus; Elle Fanning em um conjunto “Vale das Bonecas” psicótico rosa-pêssego; e o vencedor da “RuPaul Drag Race” Violet Chacki com uma comboio em forma de luva. Alguns participantes fizeram seu dever de casa.

Quando ela escutou “camp,” Scott imaginou vestidos de baile; ela ficou aliviada ao descobrir que a proposta de Tisci era algo mais andrógeno, sobrepondo a feminilidade tradicional (uma silhueta cheia de jóias agitadas) à masculinidade tradicional (calças de smoking). “Eu fiquei tipo, ‘Oh, na verdade, isso é meio maneiro, fazer algo inesperado,” ela falou. O inesperado, para Scott, é o ponto crucial do camp: “É aquilo que talvez não seja considerado apropriado,” ela diz, citando a revolução sexual dos anos de 1920 – uma clara referência de seu visual – quando mulheres começam a “brincar um pouquinho mais com o gênero.”

Possivelmente totalmente no camp, Tisci pegou a estética da Burberry e levou ao extremo. “É essa visão consistente, é só uma versão elevada disso,” ela disse. O mesmo vai para a sua ícone de camp Kate Bush (“me corrija se nós não a acharmos camp,” Scott acrescentou como um aviso legal), cujo vídeo “Wuthering Heighs” aparece sério em suas intenções, ainda ultrajante, exagerado em sua aparência e som.

Naomi Scott conheceu Tisci, que assumiu a Burberry há pouco mais de um ano e fez sua estréia na coleção de primavera de 2019, durante um ajuste para o visual; como ela conta, eles se deram bem imediatamente. “Obviamente eu o admiro e acho que ele é incrível e um gênio e ele ama e celebra as mulheres, mas de um jeito muito legal e puro,” ela disse. “Nós funcionamos juntos.” (Tisci, por sua vez, se referiu à sua convidada da Met como “uma verdadeira estrela brilhante em todos os sentidos” e um “belo espírito” em um e-mail.)

Como parte do clã da Burberry, Scott sentaria com as modelos Fran Summers, Irina Shayk e Mariacarla Boscono, e os atores Alexander Skarsgard e Ezra Miller (cuja roupa fará você se sentir tonto mas que certamente também fez o dever de casa) na festa – mas o que ela estava realmente procurando, disse ela, era sua iminente reunião com suas co-estrelas em As Panteras, Kristen Stewart, que estaria sem dúvidas vestindo Chanel, e Ella Balinska, que chegou com Tory Burch. O filme delas é o terceiro de uma série de remakes blockbusters, seguindo o o Power Rangers de 2017 e o live-action de Aladdin, nos cinemas no final do mês, que coloca Scott caminhando em papéis queridos. (Pergunta importante: o Will Smith azul entra como camp?)

Para Scott, fazer As Panteras foi especialmente impactante. “Você não consegue passar por uma experiência como essa – gravar um filme que é literalmente sobre empoderar outras mulheres – e não se apaixonar por suas colegas de elenco,” ela disse. “Teria algo errado.” No set, a diretora Elizabeth Banks nutriu um senso de camaradagem, enfatizando e celebrando as diferenças entre suas atrizes. Elas mantiveram contato por grupo de mensagem, naturalmente, e a festa soou como uma “reunião das garotas, mas de um jeito muito louco,” Scott adicionou. “Tipo, ‘Reunião das Garotas – vejo vocês no Met Gala!” E no seu aniversário, nada menos.

Além de As Panteras, com estréia em setembro, Scott – que é também uma cantora além de ser uma atriz; ela veio de filmes musicais e ainda consegue vender nos cinemas de Londres – ela disse que não sabe ao certo o que vem em seguida. “Uma pausa, eu espero,” ela disse com uma gargalhada. Por hora, ela está somente deleitando-se em quão confiante ela está para seus projetos atuais: “Você coloca algo ali; você não tem o completo controle daquilo,” ela diz. “É a melhor coisa. É tudo pelo que você pode pedir.”

 

Fonte: W Magazine
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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“Eu acho que a Jasmine representa muitas e muitas garotas na infância,” conta a estrela Naomi Scott de Aladdin à Teasers. “E eu não carrego isso levemente. Sinto-me tão honrada, e tão animada… ela era a minha princesa.” A mulher de 25 anos de descendência britânica e indiana apareceu anteriormente em Power Rangers, e será vista em As Panteras de Elizabeth Banks.
 
TOTAL FILM: Você era fã da animação de Aladdin?
NAOMI SCOTT: Eu simplesmente amava o original. Era também o filme favorito do meu irmão mais velho, então era literalmente o nosso ponto em comum. Nós sempre brincamos de Aladdin. Eu nunca consegui ser a Jasmine. Eu era o Abu. Eu sempre quis ser a Jasmine. Eu, garotinha, era tipo, ‘Ah, eu sou essa.’ Eu acho isso bastante simplista mas também muito poderoso. Eu sentia que essa era a minha princesa.
TOTAL FILM: Você sentiu que esse filme foi uma grande chance em termos de representação?
NAOMI SCOTT: Ai meu Deus, 100 por cento. E eu penso, também, em nunca subestimar o poder de olhar alguém e ficar tipo, ‘Oh, Ok. Ela fez isso. Eu posso fazer isso.’ Pantera Negra é um grande exemplo. São as crianças só ‘Eu posso ser esse aqui.’ E tem algo tão espacial nisso.
 
TF: Você produz suas próprias músicas assim como atua. Você estava procurando por um papel musical?
NS: Não, de jeito nenhum. Na verdade, provavelmente não, porque minha música é tão diferente de qualquer tipo de musical. Eu tenho sido uma artista independente durante uns cinco anos. Eu fiz alguns pequenos EPs que significam que eu estou apta para experimentar sem ter a pretensão de ser colocada em uma gigantesca plataforma.
 
TF: O que podemos esperar do reboot de As Panteras?
NS: As Panteras é uma continuação do que já vimos antes. A agência é agora internacional. Elizabeth Banks interpreta Bosley, que é uma ex-pantera. Mas no fim das contas, a Liz quis um filme sobre mulheres no trabalho. É sobre mulheres sendo ativas, e conduzindo a narrativa. É também muito divertido.
Confira as Scans da revista em nossa galeria:

Fonte: Total Film
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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Esse mês, Naomi Scott estará fazendo sua maior estréia até então nas telonas, renovando um clássico esteriótipo, a Princesa da Disney, no remake em live-action de Aladdin do Guy Ritchie. A estrela nascente fala com Azza Arif sobre aterrissar nesse papel que define sua carreira, como ela lida com as “decepções de Hollywood”, e como ela traz uma nova força à personagem da Jasmine garantindo que ela a tenha interpretado como a forte e confiante personagem que ela merece ser.

MARIE CLAIRE: O que você deseja conquistar nos próximos 20 anos?

NAOMI SCOTT: Eu acho que é fácil almejar uma vida que seja aparentemente “bem sucedida”. Mas mais importante para mim é viver uma vida de significado. Eu acho que a cada passo do caminho eu gosto de me verificar, por que estou fazendo o que eu faço? É tão fácil cair no redemoinho de “construir seu império”, que uma vez que você chega lá, você é o único a estar nele. Então a resposta é, eu não sei, mas espero que seja significante.

MARIE CLAIRE: Conte-nos sobre o tempo que você recebeu a ligação em que conseguiu o papel da Princesa Jasmine.

NAOMI SCOTT: Bom, nós sabemos que receberemos a ligação logo e apesar de eu achar que todos tínhamos bons pressentimentos sobre aquilo, o processo foi tão longo que receber a ligação foi como um alívio mais do que qualquer coisa! Eu estava dormindo (hashtag diferente tempo de vida) e meu marido recebeu a ligação e me acordou. Eu liguei para o meu estilista e amigo Zadrian Smith para contar a ele as novidades e ele apenas respondeu “Menina tchau” e desligou na minha cara, e me retornou 5 minutos depois!

MC: Como você se preparou mentalmente, emocionalmente e fisicamente para o papel?

NS: Eu acho que cada papel é diferente. Para Jasmine os figurinos e os cenários são o suficiente para fazer você sentir-se da realeza, você se porta diferente naqueles figurinos e em toda aquela ambientação. Eu definitivamente sou alguém que saio dos meus instintos, então muitas vezes eu gosto de simplesmente saber minhas falas, entender pelo que minha personagem está passando, o que elas querem e então ver o que acontece!

MC: O que podemos esperar do retorno de uma das maiores histórias de amor da Disney, Aladdin?

NS: Eu acho que a melhor parte é que vai dar a você muito mais do que você espera! Atinge todas as batidas nostálgicas que você quer e precisa, mas também te dá momentos que são incrivelmente poderosos e relevantes para o mundo que vivemos hoje. Não há nenhum momento maçante, você vai rir muito e o momento que a Jasmine descobre sua voz… você pode até deixar uma lágrima escapar!

MC: Conte-nos sobre sua experiência gravando Aladdin. Teve algum momento divertido/engraçado/memorável que se destacou?

NS: O momento mais memorável para mim foi gravar a música “Speechless”. Essa música é sobre a Jasmine fazendo a firme decisão de colocar-se contra a injustiça ao seu redor, mesmo que ela não vença. É uma música incrivelmente poderosa e nós a gravamos como um one shot (tomada contínua).
É uma música incrivelmente emocional e eu lembro que depois da primeira tomada eu tive que me conter de ficar muito emotiva porque eu tinha mais algumas tomadas a fazer! Eu só me lembro de meditar e conservar minha energia entre as gravações porque foi um dia muito cheio, com muitas pessoas e aqueles momentos que você precisa ter certeza que você tem um espaço calmo e tranquilo para reabastecer-se.

MC: Sua versão da Princesa Jasmine é…

NS: Uma jovem mulher que está aprendendo a usar sua voz para o bem em um ambiente que diz que ela deveria ficar em silêncio.

Confira as fotos da revista em nossa galeria:

Fonte: Marie Claire Malásia
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil


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Alguns minutos antes de entrevistar Naomi Scott, a londrina de 26 anos que interpreta a Princesa Jasmine na nova versão em live-action de Aladdin, eu recebi uma ligação do diretor Guy Ritchie que me deixou em alerta. Ritchie geralmente não é o tipo que oferece elogios desmedidos, mas no caso de Scott ele os jorra sem restrições. “A Naomi é uma espécie de reator nuclear quando se trata de radiar generosidade e talento,” ele disse, adicionando que seu carisma natural é francamente “intergalático”.

Então é claro que eu estou preparado para uma decepção quando Scott aparecer essa manhã no restaurante West Hollywood. E se o seu encanto for meramente interplanetário? Mas logo após ela entrar na cabine do canto, vestindo um top branco e botas grossas, eu comecei a perceber o que Ritchie quis dizer. Primeiro, Scott  encantou a recepcionista, o garçom, e um bebê que passava num carrinho, e no final do café da manhã ela tinha meu telefone nas mãos para que pudesse gravar uma mensagem em vídeo para minha jovem sobrinha e sobrinhos – um alô personalizado da Princesa Jasmine. (Ideia dela.) Fato, ela é uma atriz, e a maioria dos atores pode ser convincentemente agradáveis por uma ou duas horas. Mas o crescente bulício acerca de Scott, que também contracenou com Kristen Stewart no novo filme de As Panteras, é especialmente notório por que ela nem tem certeza se a atuação é a sua verdadeira vocação. Com uma carreira que começa a se desenvolver como cantora, compositora e outras coisas também, Scott possui uma matriz de traços e paixões que uma vez podem ter parecido contraditórias mas que para a sua geração, ela espera, está se tornando habitual. Ela é uma cristã devotada, ela é uma inglesa com herança indiana, ela é uma esposa de um jogador de futebol, ela está gravando seus próprios videoclipes e produzindo outro projeto para um rapper do Reino Unido. “Eu sou uma mistura de um monte de coisas,” ela diz.

Uma coisa que Scott definitivamente não é: uma princesa. Então quando ela recebeu o retorno após sua primeira audição para Aladdin em Londres, ela decidiu que algumas estratégias estavam em ordem. A auto-descrita menina moleque fez uma rápida viagem para o Topshop na Oxford Street para comprar vestidos floridos, já que ela não tinha nenhum no seu armário. “Ele era azul claro,” ela recorda. “Eu nunca o vestirei de novo.” Depois de mais leituras, encontros e testes gravados frente a frente com Mena Massoud, que interpreta o garoto de rua principal que se torna um príncipe, Scott finalmente recebeu a oferta, encerrando a busca pelo mundo que durou meses e envolveu centenas de candidatas à Jasmine. (Will Smith, como Gênio, foi confirmado antes.) “Corta para quando eu apareci no primeiro ensaio, e eu estava vestindo minha roupa de treino da Nike,” Scott diz. “Foi tipo, ‘esse é o meu verdadeiro eu – ha ha, peguei vocês!”

Scott e os cineastas também passaram muito tempo desenvolvendo a personagem da Jasmine, que na versão animada era bidimensional em todos os sentidos. Embora em 1992 a Jasmine tenha sido qualificada como uma heroína forte, com sua insistência ao desafiar a tradição para se casar com o homem que ama, Scott sentiu que em 2019 tinha muito espaço para humanizar a personagem e dinamizar aquilo que ela chama de suas tendências de “chefona”. Existe o novo enredo que traz a princesa enfrentando o perverso Jafar para proteger a liberdade de seu reino. “Aconteceu que a Disney, o Guy e os produtores estavam com a mesma mentalidade sobre o que eles queriam para essa personagem,” Scott conta. “Aquilo realmente me empolgou e me fez sentir tipo, ‘eu vou conseguir esse papel’.”

Ritchie lembra que quando ele encontrou Scott pela primeira vez em Londres, ele nem sabia que ela cantava há anos e já estava lançando seu terceiro EP de suas próprias músicas. Mas logo ele percebeu que ela tinha grande habilidade para fazer mais do que os agudos para uma versão decente de “Um Mundo Ideal”. A trilha sonora do Aladdin de Ritchie inclui duas novas músicas do compositor original Alan Menken, que colaborou com Benj Pasek e Justin Paul, com a fama de La La Land. Então dessa vez, a Jasmine ganha seu próprio hino crescente, chamado “Speechless”. “É basicamente a declaração de que ela não vai ser silenciada, que, como todos nós sabemos, é uma mensagem que é muito importante agora,” Scott fala. “Essa ideia de ser um catalisador – se você se expressa, talvez eu possa me expressar.”

Scott começou a cantar quando criança na igreja, e na adolescência atuou em projetos como a série de ficção científica Terra Nova e o filme do Disney Channel Lemonade Mouth. (Seu maior show de cinema foi no filme dos Power Rangers de 2017.) Mas ela sempre imaginou que cantar e compor seriam sua vocação principal, e o plano é continuar a tornar isso grande no mundo da música. “Eu não me vejo como uma artista especializada,” Scott conta. “Acho que eu tenho os pedaços que podem traduzir comercialmente quando é a a hora certa.”

“Genre-wise”, ela foi influenciada pelo gospel pop de artistas como Mary Mary e Kirk Franklin, apesar de que músicas recentes estão mais embasada em R&B e claramente não são voltadas à playlist matinal de domingo da igreja – ou trilhas sonoras da Disney. No single “So Low,” que Scott lançou no último ano, ela lamenta um amor perdido que foi ofuscado pelas coisas erradas. (“Ninguém te falou que a grama não é mais verde/ L.A não é mais doce/ Só é cheia de sonhadores.”) Ainda, esse ano ela planeja gravar ao menos uma música com um coral inteiro no fundo.

Os pais de Scott são ambos pastores na igreja dos arredores de Londres. (A família de sua mãe emigrou da Índia para Uganda e eventualmente para o Reino Unido; seu pai é britânico.) “Eu tenho certeza que muita coisa vem na cabeça das pessoas quando elas escutam ‘a filha dos pastores,'” ela diz. Mas o modo que seus pais abordam o cristianismo foi menos rígido do que os esteriótipos sugerem. “Enfim, o que é realmente importante é ter uma abertura às dúvidas,” diz Scott. “Eu sou definitivamente uma questionadora em todos os sentidos – e se alguém desliga minhas perguntas, aí eu questiono ainda mais. Tipo, hmm, tem algo estranho ali.”

Scott diz que seus pais essencialmente permitiram que ela descobrisse sua fé por si mesma, o que não só a fez mais forte mas também a ajudou a se relacionar com aqueles que não compartilham de sua fé. “Sim, eu tenho um sistema de fé, mas eu não sei tudo, e nós somos todos tão bagunçados quanto qualquer outro,” ela diz. Foi na igreja com 16 anos que Scott conheceu seu futuro esposo, o jogador de futebol Jordan Spence, que agora é o lateral direito do Ipswich Town.

Casada desde 2014, os dois trabalham como um time em projetos musicais, incluindo um próximo vídeo para o rapper Nick Brewer que eles irão produzir e dirigir. (Scott não assinou contrato e prefere continuar independente pela liberdade que isso permite.) Mas a entrada de Scott em filmes complica o cronograma do casal. Elizabeth Banks, que há três anos fechou contrato para dirigir o novo As Panteras, conheceu Scott em 2016 nas gravações de Power Rangers e imaginou que ela seria perfeita para interpretar Elena, uma das três Panteras. Durante o casting, sem saber que Scott acabara de ser escalada como Jasmine, o time de Banks procurou por materiais de Scott. “Eles ficaram tipo, ‘Bem, ela está fazendo Aladdin. Tchau!” Banks recorda. Então a data de início de Banks foi prorrogada, e ela organizou para trazer Scott para uma leitura em Londres.

Dessa vez, Scott não precisou passar por alguém que soubesse seu caminho pelo palácio. “Eu estava procurando por uma mulher típica,” Banks diz. “Uma relatável garota da vizinhança que os membros da plateia pudessem olhar e pensar, ‘se essa garota pode virar uma Pantera, então eu posso também.'” Depois da leitura de Scott, “os executivos do estúdio assistiram cerca de 40 segundos da sua gravação e estavam tipo, ‘sim’.” Uma vez iniciada as gravações, Banks viu que Scott estava conseguindo fazer tudo o que chegava nela, incluindo cenas improvisadas, que podem desconcertar até comediantes veteranos. “As pessoas verão o grande alcance da Naomi,” Banks conta. “Eu acho que este será um épico ano para ela.”

Enquanto continua fácil para Scott saltitar por L.A. ou Londres sem ser reconhecida, ela têm tido alguns antegostos da investigação implacável que é inseparável das celebridades esses dias. Faltando poucas horas para o anúncio do elenco completo de Aladdin, uma onda de posts começou no Twitter com alguns usuários lamentando que a herança de Scott não é do Oriente Médio. (O filme ocorre na cidade fictícia de Agrabah, mas em versões anteriores era em Bagdá, e a história original vem de As 1001 Noites, também conhecida como Noites da Arábia.) Scott preferiu não responder. Como uma pessoa de etnias misturadas, ela sabe o que é ser considerada como muito branca, e também como não branca o bastante, entre outras faltas percebidas. “Minha responsabilidade é com a personagem,” ela diz, acrescentando estar orgulhosa da diversidade de todo o elenco.

No mundo mais amplo das redes sociais, Scott, que admite a uma pessoa simpática, continua procurando por meios de ignorar os comentários sarcásticos de quem quer que seja o troll anônimo do dia. “É difícil, cara,” ela diz. “Não vou mentir para você e dizer que eu nunca olhei no Twitter para ver o que as pessoas estão falando de mim. Ninguém que diz isso está mentindo! Então você tem que se treinar. É na verdade uma disciplina para não olhar.”

Banks lembra que quando observou Scott no set de Power Rangers, a atriz estava no início de seus 20 anos, mas já estava casada e exalava uma aura madura que a separou de seus jovens colegas de cena; havia algo sereno e decidido nela. Para Scott, essas qualidades podem parecer ilusórias. “Eu sou um trabalho em progresso,” ela diz. “Eu sei que vou pisar na bola e dizer a coisa errada ao invés de sempre acertar.” Por hora, “eu só estou tentando essa abordagem de ser honesta, de ser eu mesma, e vendo como isso vai acontecer.”

Fonte: W Magazine
Tradução & Adaptação: Equipe Naomi Scott Brasil